Aero Magazine - Edição 308 (2020-01)

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MAGAZINE 308 | (^63)
o executivo, em resposta aos mo-
vimentos antiaéreos. “E estamos
fazendo nossa parte, temos uma
meta de reduzir nossas emissões
de carbono até 2050 para um
nível equivalente à metade do
que emitimos em 2005”.
A aposta da Iata é em um
programa que batizou de Corsia
(Esquema de Redução e Com-
pensação das Emissões de Car-
bono da Aviação Internacional),
que entre em vigor neste ano, e
também em soluções tecnológi-
cas capazes de tornar a aviação
mais sustentável. “Podemos
cortar mais de 80% das emissões
de carbono com os biocombustí-
veis”, acredita Juniac. “Criar taxas
ambientais, que encarecem o voo,
não é a solução”.
Atualmente, o transporte
aéreo é responsável por cerca de
2% das emissões de carbono na
atmosfera, segundo estimativas.
Por ano, transporta mais de 4,5
bilhões de passageiros e 61 tone-
ladas de carga entre pelo menos
22 mil cidades ao redor do mun-
do. É o dobro de movimento de
duas décadas atrás, no final dos
anos 1990. “Quando a Iata surgiu,
em 1945, os aviões transportavam
nove milhões de pessoas por ano.
É a quantidade de passageiros
que viaja hoje em 18 horas”,
compara o CEO da entidade.
BIOCOMBUSTÍVEL
Na última década, apesar do
crescimento, a aviação regular
superou a meta de aumento de
eficiência no consumo de com-
bustível, registrando uma me-
lhora anual de 2,3% desde 2009,
ante o objetivo fixado de 1,5%
ao ano. Com o investimento de
cerca de um trilhão de dólares
que determinaram a chegada
ao mercado de modelos como o
Boeing 787 e o Airbus A350 e a
entrada em serviço dos remo-
torizados A220, família neo e
Embraer E-Jet E2, a substituição
de aeronaves antigas por novas
se tornou inevitável, contribuin-
do bastante para esse resultado.
O próximo passo é inves-
tir em uma ampla transição
energética para os chamados
combustíveis sustentáveis da
aviação (SAF, na sigla em in-
glês). A intenção é que, até 2025,
os biocombustíveis representem
pelo menos 2% do consumo dos
grandes jatos e se tornem viáveis
economicamente. A Iata aposta
ainda em melhorias nos sistemas
de controle de tráfego aéreo,
adotando rotas mais diretas e
melhorando a coordenação dos
voos em terminais críticas.
Pensando no longo prazo, as
empresas aéreas discutem o uso
de eletricidade para impulsionar
os motores aeronáuticos. O pro-
blema é que o armazenamento de
energia elétrica cria um impasse
para os projetistas. Para obter
O diretor-
geral e CEO
Alexandre de
Juniac: “O voo
não é o inimigo”

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