Aero Magazine - Edição 308 (2020-01)

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atingiavelocidadesdeaté 110

quilômetrosporhora.

Osdirigíveismetálicos

possuemcaracterísticastanto

dosflexíveiscomodosrígidos:

à semelhançadosflexíveis,de-

pendemdapressãointernapara

mantero envoltóriotensionado

e evitaro colapsoduranteo

voo, mas o envelope, feito de

placas leves de metal, não pode

ser desinflado e dobrado como

um tecido. As desvantagens

desse tipo de dirigível são a

inacessibilidade da estrutura

dentro do espaço destinado

ao gás e a dependência ainda

maior da pressão em relação aos

dirigíveis convencionais. Uma

pequena perda de pressão faz

com que o envelope se enrugue

sem que, com isso, danifique-se,

mas uma perda mais acentuada

pode causar rasgões graves,

quando não a destruição total.

OS ZEPELINS

Em 1900, o engenheiro militar

alemão Ferdinand Adolf Hein-

rich August Graf von Zeppelin

(1838-1917) criou o primeiro

dirigível rígido do mundo, o

LZ-1, que sobrevoou o Lago

Constança. Esse aeróstato

cubava 11.300 metros, tinha

128 metros de comprimento

e era composto de dezessete

balões comuns, mantidos numa

tela metálica de alumínio. Dois

motores Daimler de 15 cavalos-

-vapor cada um, movidos a

petróleo, conferiam-lhe uma

velocidade de 8 metros por

segundo. Uma massa de 25

quilos podia se mover ao longo

de um trilho de deslizamento

longitudinal, permitindo, então,

ao deslocar-se, a ascensão ou a

descida do dirigível numa linha

oblíqua, graças à alteração do

centro de gravidade. Algumas

experiências bem-sucedidas

foram feitas com esse sistema,

mas apenas em 1906, com o

LZ-3, o tipo foi considerado

prático.

O casco do dirigível rígido

é formado por uma carcaça de

longarinas treliçadas que se es-

tendem no sentido longitudinal

e transversal. Essas longarinas

geralmente apresentam espaça-

mento igualado para criar um

arcabouço no qual as seções

intercruzadas sejam polígonos

regulares. As funções da quilha,

na parte inferior da aeronave,

são, um, permitir a existência

de uma passagem atravessan-

do o dirigível de uma ponta à

outra, servindo como corredor

permanente de comunicação

interna; dois, fornecer espaço

de armazenagem; e, três, servir

de estrutura para transportar

o combustível, lastro, bombas,

carga, dependências da tripula-

ção etc. Nos primeiros zepelins,

a quilha ficava externa ao casco;

posteriormente, foi inserida

na parte interna, seguindo a

prática da Schütte-Lanz Com-

pany, com grande melhoria das

características aerodinâmicas e

economia no peso estrutural.

Em geral, os dirigíveis

semirrígidos podem atingir

alturas, distâncias e velocidades

maiores do que as dos blimpes,

sendo superados apenas pelos

zepelins. Isso não quer dizer

que os zepelins sejam aeronaves

melhores que os semirrígidos e

O dirigível militar
norte-americano
ZMC-2, aterrissando
no hangar de uma
estação aeronaval
em Lakehurst, Nova
Jérsei (Estados
Unidos), na década
de 1930

Construção do

Graf Zeppelin

na fábrica

Zeppelin em

Friedrichshafen,

1928. Fotografia
      de E. O. Hoppe