O Estado de São Paulo (2020-03-04)

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O ESTADO DE S. PAULO QUARTA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 2020 NotaseInformações A


C

omeçou a batalha de governos,
bancos centrais (BCs) e organiza-
ções internacionais para conter
os danos do coronavírus na saú-
de pública e na atividade econô-
mica. Em reunião extraordinária,

o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Es-


tados Unidos) cortou 0,5 ponto da taxa básica


de juros. Mais cedo, ministros e autoridades


monetárias do Grupo dos 7 (G-7) se haviam


comprometido a enfrentar de forma coordena-


da os efeitos da epidemia. Um dia antes, diri-


gentes do Fundo Monetário Internacional (F-


MI) e do Banco Mundial haviam anunciado


ação conjunta para socorrer países afetados pe-


lo surto, com atenção especial aos mais pobres


e mais vulneráveis. Ontem, o Fundo decidiu


que sua reunião de primavera será virtual, para


evitar aglomerações. Antes do meio-dia no Bra-


sil, ontem, presidentes do Fed, do Banco Cen-


tral Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra,


entre outros, já se haviam manifestado sobre a


nova ameaça e prometido enfrentá-la com to-


dos os meios disponíveis.


Mobilização semelhante só havia ocorrido,


neste século, quando eclodiu a crise financeira


de 2008. Os estragos na economia mundial te-
riam sido muito mais severos, naquela ocasião,
sem a ação conjunta contra a quebradeira ini-
ciada nos Estados Unidos e logo espalhada por
dezenas de países.
A cooperação foi relaxada há
alguns anos, enquanto se enfra-
quecia a ordem multilateral,
mas a nova ameaça global pare-
ce haver reavivado a noção do
interesse comum. A ação de
maior impacto nos mercados,
até agora, foi a redução dos ju-
ros básicos americanos à faixa
de 1% a 1,25%. Mas os dirigen-
tes do BCE, Christine Lagarde,
do Banco da Inglaterra, Mark
Carney, e do Banco do Japão,
Haruhiko Kuroda, já haviam de-
clarado seu engajamento na lu-
ta contra os efeitos econômicos e sociais do
coronavírus.
Horas antes da teleconferência dos minis-
tros e autoridades monetárias do G-7, no en-
tanto, o BC da Malásia já havia reduzido sua ta-
xa básica de 2,75% para 2,50%, o menor nível

desde 2010, para animar a economia e torná-la
menos vulnerável ao surto epidêmico.
Na França, o ministro das Finanças, Bruno
Le Maire, prometeu políticas especiais para
atenuar os efeitos econômicos da epidemia.
Empresas em dificuldades pode-
rão ser beneficiadas com adia-
mento da cobrança de impostos
e com financiamentos concedi-
dos por meio de um banco esta-
tal de desenvolvimento. “Nossa
responsabilidade”, explicou, “é
garantir que o impacto seja tão li-
mitado quanto possível.”
As ações desenvolvidas em ca-
da país, embora ditadas pelas
condições locais, poderão ter
efeito além das fronteiras. Se ti-
verem potencial para limitar os
estragos causados pela epide-
mia, poderão reduzir o contágio internacional
dos problemas econômicos. Além disso, o
afrouxamento das políticas monetárias, na li-
nha, por exemplo, já decidida pelo Fed, poderá
afetar positivamente as condições internacio-
nais de financiamento, proporcionando fôlego

a governos e ao setor empresarial.
Mas a ação mais importante para as econo-
mias mais vulneráveis deverá ser a do FMI e
do Banco Mundial. “Usaremos nossos instru-
mentos o mais amplamente possível, incluin-
do financiamento de emergência, aconselha-
mento político e assistência técnica”, promete-
ram a diretora-gerente do Fundo, Kristalina
Georgieva, e o presidente do banco, David Mal-
pass. As instituições dispõem, lembra o comu-
nicado, de meios para ajuda rápida. A nota rela-
ciona linhas de crédito e ações emergenciais
para apoio a países necessitados. Vários meios
foram usados no socorro a países afetados por
desastres naturais – terremoto no Equador,
por exemplo – e por epidemias, como o surto
de ebola em vários países africanos.
O corte de juros americanos, comentou-se
no mercado, cria oportunidade para mais uma
redução no Brasil. Se levar a sério essa ideia, o
BC poderá aplicar a política recém-sugerida a
países como o Brasil pela OCDE, a Organiza-
ção para Cooperação e Desenvolvimento Eco-
nômico. Falta saber se as autoridades econômi-
cas brasileiras também estão preocupadas
com os efeitos do coronavírus.

É


simplesmente
inadmissível a
conduta do dire-
tor da Força Na-
cional de Segu-
rança Pública, co-

ronel Aginaldo de Oliveira,


apoiando os policiais milita-


res (PMs) que se amotinaram


no Ceará. Enviado pelo gover-


no federal para garantir o poli-


ciamento e a ordem pública


no Estado durante a ilegal gre-


ve de policiais militares, o co-


ronel Oliveira dividiu palan-


que com as lideranças do mo-


vimento e elogiou a atuação


dos amotinados. “Os senho-


res se agigantaram de uma for-


ma que não tem tamanho. É o


tamanho do Brasil que vocês


representam”, disse o diretor


da Força Nacional, não por


acaso oficial superior da amo-


tinada PM do Ceará.


Durante a assembleia dos


amotinados no domingo pas-


sado, o coronel Oliveira dis-


cursou ao lado do principal lí-


der do movimento, o ex-depu-


tado federal Cabo Sabino, e


do advogado dos policiais gre-


vistas, o coronel Walmir Me-


deiros. “Só os fortes conse-


guem atingir os seus objeti-


vos. E vocês estão resistindo,


vocês estão atingindo objeti-


vos”, disse Oliveira. “Acredi-


tem: vocês são gigantes, vocês


são monstros, vocês são cora-


josos. Demonstraram isso ao


longo desses 10, 11, 12 dias em


que estou aqui, dentro deste


quartel, em busca de melho-


rias para a classe, que vão con-


seguir.” Como se fosse um lí-


der sindical, o diretor da For-


ça Nacional bradou: “Vamos


conseguir. Sem palavras para


dizer o tamanho da coragem


que vocês têm e estão tendo
ao longo desses dias”.
O apoio do diretor da Força
Nacional aos grevistas é mani-
festamente ilegal. Não cabe a
policial militar fazer greve.
“Ao militar são proibidas a sin-
dicalização e a greve”, diz a
Constituição. Entre os crimes
contra a autoridade e a disci-
plina militar, o Código Penal
Militar destaca o motim. A
reunião de militares ou asse-
melhados para atuar contra a
ordem recebida do superior,
recusar a obediência, assentir
em recusa conjunta de obe-
diência ou ocupar estabeleci-
mento militar “em desobe-
diência à ordem superior ou

em detrimento da ordem ou
da disciplina militar” recebe
pena de reclusão de quatro a
oito anos, “com aumento de
um terço para os cabeças”.
Ao fim do movimento elo-
giado pelo diretor da Força
Nacional, 230 policiais milita-
res foram afastados de suas
funções por 120 dias e respon-
dem a processos administrati-
vos. Os agentes poderão ser
expulsos da corporação. No
entanto, receberam o elogio
do coronel Oliveira.
A greve policial no Ceará
foi um grave atentado à or-
dem pública. Durante o mo-
tim, que durou 13 dias, foram
registrados 220 assassinatos,
o maior número para o mês
de fevereiro dos últimos cin-
co anos. A paralisação dos po-

liciais militares exigiu a atua-
ção de 2,8 mil homens do
Exército e da Força Nacional
tanto em Fortaleza como nas
cidades do interior, para refor-
çar a segurança nas ruas.
É estarrecedor, portanto, o
elogio do diretor da Força Na-
cional aos amotinados. Ainda
mais absurda, no entanto, é a
atitude do governo federal,
mantendo-o no cargo, como
se a conduta do coronel Oli-
veira não tivesse nada de anor-
mal. Casado com a deputada
federal Carla Zambelli (PSL-
SP), que apoia o presidente
Jair Bolsonaro, o coronel Oli-
veira é subordinado ao secre-
tário nacional de Segurança
Pública, general Theophilo
Gaspar de Oliveira.
A nota da Força Nacional
sobre o episódio manifesta ir-
responsável tolerância com o
desrespeito à lei e à popula-
ção. “Seu comandante, que é
membro da Polícia Militar,
fez um discurso interno para
os policiais, parabenizando-
os pelo fim da paralisação e
por não condicioná-lo à exi-
gência de benefícios, como a
anistia.” A missão da Força
Nacional de Segurança Públi-
ca é prover ordem e paz, e
não apoiar amotinados.
O coronel Aginaldo de Oli-
veira deve ser afastado imedia-
tamente da chefia da Força
Nacional e cobrado por sua
atitude irresponsável. De ou-
tro modo, o governo federal,
aí incluído o Ministro da Justi-
ça e Segurança Pública, Sérgio
Moro, contribuirá acintosa-
mente para a continuidade da
nefasta conivência do poder
público com a ilegalidade,
que tanto mal causa ao País.

H


á duas sema-
nas, a Assem-
bleia Legislati-
va de São Pau-
lo (Alesp)
aprovou em
primeiro turno, com 57 votos
favoráveis e 31 contrários, o
projeto de reforma da previ-
dência do Estado proposto pe-
lo governo de João Doria
(PSDB). Ontem, a maioria
dos deputados paulistas apro-
vou o projeto em segundo tur-
no por placar ainda mais
elástico: 59 a 32.
A aprovação final do proje-
to era dada como certa. Não
se esperavam mudanças subs-
tantivas entre uma votação e
outra. A Alesp já mostrara res-
ponsabilidade ao deliberar so-
bre o tema, vital para a higi-
dez das finanças de São Pau-
lo. Este cuidado pôde ser ob-
servado na primeira votação,
em 18 de fevereiro (ver edito-
rial A nova previdência paulis-
ta, publicado em 20/2/2020).
O que houve de diferente
entre um turno e outro foi a
violência dos protestos reali-
zados pelos servidores esta-
duais insatisfeitos com as mu-
danças no regime de aposen-
tadoria. A Tropa de Choque
da Polícia Militar precisou
conter os mais exaltados, que
invadiram a Alesp quebrando
portas, janelas e mobílias, lan-
çando bombas de gás lacrimo-
gêneo e de efeito moral tanto
nos corredores da Casa Legis-
lativa como nas ruas e aveni-
das no entorno do Palácio 9
de Julho, tomadas por grupos
de manifestantes que não con-
seguiram entrar no plenário.
O estopim para a baderna
foi a decisão do presidente da

Alesp, Cauê Macris (PSDB),
de antecipar a sessão extraor-
dinária para votação em se-
gundo turno da reforma previ-
denciária para a manhã de on-
tem. Em geral, as sessões ex-
traordinárias ocorrem à noi-
te, mas isto não é mandató-
rio. O PT, que lidera uma fren-
te de oposição ao governo
João Doria no Legislativo, viu
no ato do presidente da Alesp
uma “artimanha para acelerar
a votação da PEC”. Ato contí-
nuo, lideranças do partido
convocaram servidores às
pressas para dar início aos
protestos que acabaram em
confusão e quebra-quebra.
A acusação feita pelo PT

não tem respaldo no Regimen-
to Interno da Alesp, que deter-
mina que as sessões extraordi-
nárias sejam “realizadas em
dias ou horas diversos dos
prefixados para as ordinárias.
(A sessão extraordinária) É
composta somente de Ordem
do Dia, com duração prevista
de duas horas e trinta minu-
tos, admitindo-se prorroga-
ção máxima por igual prazo”.
As sessões ordinárias, realiza-
das nos dias úteis, têm início
às 14h30. A convocação feita
por Macris, como se vê, não
foi irregular. Ainda que fosse,
caberia aos descontentes in-
terpor recurso, e não convo-
car manifestantes às pressas
para fazer valer por meio da
força e da baderna sua oposi-
ção à decisão tomada.

A aprovação da reforma da
previdência de São Paulo é
um exemplo da importância
da boa articulação política en-
tre o Executivo e o Legislati-
vo para levar adiante projetos
de interesse público. É bom
lembrar que João Doria foi
eleito governador em 2018 ao
mesmo tempo que a bancada
de seu partido, o PSDB, enco-
lheu 47% na Alesp, caindo de
19 deputados na legislatura
anterior para os 9 da atual le-
gislatura. Ou seja, sem que
houvesse entendimento en-
tre o governo estadual e parla-
mentares de outras legendas
que, ao fim e ao cabo, vota-
ram pela aprovação da refor-
ma, São Paulo não poderia
contar com uma economia de
R$ 32 bilhões em dez anos.
Não obstante a violência,
meio de protesto usual entre
os que têm a visão distorcida
sobre o funcionamento de
uma democracia, e a força do
lobby dos servidores públicos,
a reforma da previdência de
São Paulo foi aprovada por-
que a insustentabilidade do
atual regime restou evidente
para aqueles que não fecham
os olhos diante da realidade e
pensam, como se espera de
parlamentares ciosos de seu
papel, nos impactos presen-
tes e futuros de suas decisões.
O País há muito carece do
resgate da política e do bom
diálogo como as únicas for-
mas de lidar com temas de re-
levância pública. A Alesp foi
palco de muitas confusões no
passado recente. Mas no que
concerne à deliberação de um
projeto vital para o Estado, co-
mo é a PEC da reforma da pre-
vidência, deu exemplo.

Guerra econômica ao coronavírus


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Apesar da baderna e do


lobby dos servidores, a


Alesp aprovou projeto


vital para o Estado


Notas & Informações


Irresponsável tolerância


O apoio do diretor da


Força Nacional a


amotinados do Ceará é


manifestamente ilegal


Política versus baderna


lTragédias das chuvas


Baixada Santista em alerta


A chuvarada que caiu na Baixa-


da Santista durante a noite e a


madrugada de segunda para ter-


ça-feira já estava nas previsões


da meteorologia – apenas nes-


tes primeiros dias choveu o


equivalente esperado para todo


o mês de março. Durante toda


a segunda-feira a Defesa Civil


do Estado emitiu alertas. Mas


faltou maior cuidado em isolar


potenciais áreas de risco, encos-


tas de morros, principalmente


no Guarujá, em Santos e São


Vicente, as cidades com maior


número de mortes por soterra-


mento. Diante da previsão dos


acontecimentos feita por satéli-


tes e equipamentos meteoroló-


gicos, fica a pergunta: por que o


poder público não entrou efeti-


vamente em ação, evitando o


caos que se viu? Recursos para


tal, como se sabe, existem.


ELIZEU FERREIRA DOS SANTOS


[email protected]


SÃO VICENTE


De culpas


O prefeito do Rio de Janeiro,


Marcelo Crivella, culpa a popu-


lação pelas enchentes que asso-


lam a cidade. Não foge muito
do que falam aqui, em São Pau-
lo, onde a culpa sempre é de
São Pedro, que manda a chu-
va... Mas as enchentes se repe-
tem todos os anos no verão e
até onde me lembro já se vão
mais de 20 anos sem uma solu-
ção mínima para esse tormento
que atinge a população – e com
mais rigor os mais pobres, que
residem nas periferias.
MARCOS BARBOSA
[email protected]
CASA BRANCA

Astro-rei
O Rio de Janeiro, definitivamen-
te, não está preparado para as
intempéries – nem para nada.
No fim da contas, quem livra a
cidade do caos das tempestades
não é exatamente a prefeitura,
mas o Sol. Viva o astro-rei!
RICARDO C. SIQUEIRA
[email protected]
NITERÓI (RJ)

lCoronavírus
Sequenciamento genético
Liderado por pesquisadores
científicos do Instituto Adolfo
Lutz em parceria com a USP e
a Universidade de Oxford, gru-

po obteve em tempo recorde o
sequenciamento genético de
amostra de coronavírus isolado
de paciente contaminado e re-
cém-chegado da Itália. Com a
mesma competência, pesquisa-
dores do Instituto Butantan
produziram 78 milhões de do-
ses de vacina contra a gripe in-
fluenza para atender à progra-
mada vacinação antecipada em
todo o País, resultado do apoio
do governo de São Paulo aos
cientistas paulistas durante dé-
cadas. Em contrapartida, o
Ministério da Educação cortou
quase 12 mil bolsas de mestra-
do e doutorado em 2019.
Voltando aos idos tempos da
Terra plana...
FREDERICO FONTOURA LEINZ
[email protected]
SÃO PAULO

Disseminação
A esta altura da epidemia, que
já virou pandemia, sabe-se que
há 72 novos casos confirmados
de coronavírus por hora. De
acordo com dados atualizados
da Organização Mundial da Saú-
de (OMS), existem no momen-
to mais de 87 mil casos e cerca
de 3 mil óbitos em 58 países.

Causa espécie, desconforto e
pavor total saber que alguns
dos principais infectologistas e
epidemiologistas do mundo –
como Marc Lipsitch, da Univer-
sidade Harvard – temem que,
ao ritmo atual, o coronavírus
contamine até um terço (!) do
planeta em um ano. Salve-se
quem e como puder!
J.S. DECOL
[email protected]
SÃO PAULO

lImposto de Renda
Descaso com o contribuinte
Baixei o programa, início do
martírio, do Imposto de Renda
(IR) e, como já era sabido de
antemão, a tabela progressiva
continua esfolando trabalhado-
res e aposentados, os mais pre-
judicados pelo famigerado im-
posto. Segundo o Sindicato Na-
cional de Auditores Fiscais, de
1996 a 2018 – 22 anos – o IPCA,
a taxa oficial de inflação, somou
309,74%, enquanto a tabela do
IR foi corrigida em 109,63%.
Portanto, naquela altura já acu-
mulava defasagem de 95,46%,
que, somada à de 2019, de
4,31%, beira os 100% de corro-
são no bolso dos pagadores do

imposto. A não correção da ta-
bela é um grande negócio para
o governo, um filé: apropria-se
da diferença entre o índice de
correção e o da inflação, em de-
trimento de todos os trabalha-
dores, que não têm como fugir,
pois os contracheques estam-
pam todos os meses a desgraça.
SÉRGIO DAFRÉ
[email protected]
JUNDIAÍ

lOrçamento da União
Emendas
No Congresso só é votado o
que interessa às “excelências” e
as beneficia. O resto é o resto.
No Orçamento já está previsto
para cada qual o seu respectivo
quinhão. Já o que realmente
interessa aos cidadãos não cons-
ta de nenhuma votação...
A. FERNANDES
[email protected]
SÃO PAULO

lMotim
Imperdoável
Em qualquer sociedade, motim
de qualquer força armada é
uma ameaça inadmissível, que
em outros tempos mereceu até
pena de morte para seus partici-

pantes. Na democracia, para
mantê-la inadmissível é essen-
cial assegurar a punição, impe-
dindo qualquer tipo de perdão.
Neste nosso Brasil, mais ainda,
precisamos de uma proibição
clara e objetiva para enfrentar o
poder das corporações. Talvez
fosse uma boa ideia classificar o
motim como crime hediondo
ou a ele equipará-lo.
LUIZ ANTONIO RIBEIRO PINTO
[email protected]
RIBEIRÃO PRETO

lO papa e o rabino
Salvando judeus
Sobre reportagem Vaticano abre
arquivos do papa Pio XII (3/3,
A16), quero registrar o livro lan-
çado internacionalmente The
Mith of Hitler’s Pope: How Pius
XII Rescued Jews from the Nazis,
do rabino David Dalin, doutor
em História, ordenado pelo
Jewish Theological Seminar,
que lhe concedeu um doutora-
do honoris causa. Em português
o título é O Mito do Papa de Hi-
tler, livro lançado recentemente
pela Editora Quadrante.
LUIS TADEU DIX
[email protected]
SÃO PAULO

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