OS SEGREDOSDASABELHAS 31
O ataque não foi desferido por ácaros varroa,
pesticidas, síndrome do colapso das colónias ou
qualquer um dos outros perigos enfrentados pe-
las abelhas de todo o mundo, mas sim por ves-
pas – gigantes e vermelhas, comparadas com as
pequenas abelhas peludas. Cada investida durou
um mero instante. Os predadores capturaram as
abelhas em pleno voo, afastando-se com as suas
vítimas que, mais tarde, eram cortadas e dadas
como alimento às larvas esfomeadas das vespas.
Num confronto individual, uma abelha-euro-
peia não é um adversário à altura de uma ves-
pa-europeia. Com um comprimento máximo de
quatro centímetros, a vespa está equipada com
mandíbulas potentes, capazes de desfazer insec-
tos mais pequenos.
Durante os primeiros dias do cerco, as abelhas
pareciam impotentes perante o ataque das ves-
pas. “Pensei: Oh, meu Deus, se isto continuar a
acontecer, vão matar a colónia inteira”, comenta
o fotógrafo alemão Ingo Arndt, cujo quintal em
Langen, na Alemanha, se integra no habitat des-
tas abelhas.
À medida que a semana avançava, porém, as
abelhas foram ganhando terreno. Começaram
por reunir-se junto da entrada do novo ninho,
criando um tapete vivo de guardas. Sempre que
uma vespa se aproximava excessivamente, algu-
mas abelhas encarregadas da defesa saltavam
sobre a invasora e atacavam-na.Numinstante,
outras abelhas juntavam-se,acabandoporder-
rubar a vespa. (Continua na pg. 38)