Entrevista
ser adultos conscientes e portanto
elesvão ter mais condições delutar
peladesconstruçãodessaestrutura,é
umtrabalhodeformiguinha,masele
é possível. Eu vejo a luz no fim do
túnel muito através dessa nova
geração, quando eu vejo crianças
muitoconscientes,pensoqueelasvão
estaràfrentededecisõesnofuturoe
portanto elaspodem simsero vetor
dessamudança.Marina: No caso das meninas, o
grupo que recebe uma educação
mais opressora, quais cuidados os
adultos devem ter para evitar que
elas introjetem os estereótipos de
gênero que a sociedade impõe a
elas?
Lavínia: Primeiro a gente tem
que entender que esses papéis de
gênerosãomuitoabsurdos,violentos
erepressores.Entãovamosaalgumas
coisas bem práticas para passar em
relação à educação de meninas:
primeiro nós, enquanto mães,
podemos dar esse exemplo para as
meninas, para nossas filhas,
mostrandoquesomosmulheres
completas, que nãoé amaternidade
que nos completa, a maternidade é
mais um ponto, mas a gente tem
outras realizações como nosso
trabalho, nossas amigas, nossas
atividades, para que a menina
também já possa ter essa visão de
que a mulher se realiza por outras
vias,quenãosejasóocasamentoea
maternidade.Agenteprecisamostrar
para elas também mulheres
poderosas, mulheres em lugar de
poder e isso muitas vezes se
consegue através dos livros, que
mostram ali mulheres ocupando
essesespaçosou atémesmonavida
real,mostraressasmulheresquesão
importantes. É importante não falar
docasamentocomoumarealizaçãoe
sim como mais uma coisa que a
meninapodeescolher,enfimmaisum
destinoda vidadela, mais uma área
da vida dela, não a única. A gente
precisa também não reforçar a
questão física da menina como seu
maioratributo,entãoesseéumponto
muito importante que eu vejo, que
ainda está bem enraizado, o quanto
as pessoaselogiam primeiramenteo
físicodasmeninas,aprimeiracoisa