Entrevista
Marina:Comotemsidoaaceitação
dos pais em relação aos livros
escolhidos pelo Clube de Leitura?
Aindapercebemalgum preconceito
por definirem a leitura como
feminista?
Lavínia: As famílias que assinam e
recomendam o clube são fãs de
carteirinha e acreditam bastante na
causa. Porém, é muito comum
encontrarmoscomfamíliasqueainda
tem preconceito com a causa
feminista e não a compreendem.
Ainda que o clube tenha como
propósito falar sobre Igualdade de
Gênero, também trazemos títulos
comtemáticasquenãosãoexclusivas
das discussões feministas, como
educação antirracista, diversidade,
empatia e respeito. Quando temos
espaço para conversar sobre isso e
explicaropropósito,essasfamíliasse
mostrammuitomaisabertasàideia.
Marina: Como curadora do Clube,
você envia cartas junto aos livros.
Qual o objetivo dessas cartas? O
quesenteaoescrevê-las?
Lavínia: O objetivo das cartas
enviadas é tanto ajudar no
questionamento dos pais, para que
eles consigam entender qual é a
mensagemqueestáali,atrásdaquela
leitura, quais são os pontos
importantes para se pensar com a
criança. A ideia é ajudar os pais a
direcionaressaleituracomacriança,
principalmente nas faixas onde a
criança ainda não é alfabetizada,
entãoagenteaponta,comaleiturada
carta, os pontos importantes, os
pontos relevantes, o que se pode
extrair daquela leitura, que pontos
proporcionamreflexõese,comisso,a
gente ajuda os pais a trabalharem
essespontoscomascrianças.Acarta
é uma forma de orientar os pais.
Como a ideia é que realmente haja
um pensamento crítico, a partir da
leitura, a gente já destaca esses
pontos para que os pais possam
enxergar,commaisfacilidade,elevar
esseconteúdoparaascrianças.
O que eu sinto, ao escrever essas
cartas, é uma responsabilidade
enorme, porque sei que elas vão
chegarnasfamílias.Essetrabalhoque