REVISTA 27

(MARINA MARINO) #1
Poesia com Marta Cortezão

vislumbra um universo literário construído, capaz de nos sacudir da
cotidianidade e de nos tocar, em profundidade, o mundo das emoções,
transformando-nos.ParaAntônioCândido“Todaobraliteráriaéantesdemais
nada uma espécie de objeto, de objeto construído; e é grande o poder
humanizadordestaconstrução, enquantoconstrução ”(pág. 177 ).

A ParteIII – compostapor 12 poemas–serelacionacomprofundaliquidezà
ParteII ,aNatureza comomatrizgeradoradesaguandoemsuaabrangência
simbólicadaságuas.Nestecapítulo é amulher, amãe; éeste “sermulher”
transportadopelas águasparao centrododiscursopoético.ÉapoetaCora
Coralinaqueforneceaepígrafe:“...Eusou aquelamulher /aquemo tempo
muitoensinou./ensinouaamaravida.../...Acreditarnosvaloreshumanos...”.
Nocontextosemânticodamulher genitrix ,Chevalier&Gheerbrantafirmam:

...queelsimbolismodelamadreserelacionaconeldelamar,comotambiénconel
delatierra,enelsentidoqueunayotrasonotrostantosreceptáculosymatricesdelavida.
Elmarylatierrasonsímbolosdelcuerpomaternal.(...)Enestesímbolodelamadrese
encuentralamismaambivalenciaqueeneldelmarylatierra:lavidaylamuerteson
correlativas.Naceressalirdelvientredelamadre;moriresretornaralatierra.Lamadre
eslaseguridaddelabrigo,delcalor,delaternurayelalimento^5 (pág. 674 ).




5 ...queosimbolismodamãeserelacionacomodomar,comotambémcomodaterra,no
sentidoqueumaeoutrasãooutrostantosreceptáculosematrizesdavida.Omareaterra
são símbolos do corpo maternal. (...) Neste símbolo da mãe se encontra a mesma
ambivalênciaquenodomarenodaterra:avidaeamortesãocorrelativas.Nascerésair
doventredamadre;morreréretornaràterra.Amãeéasegurançadoabrigo,docalor,da
ternuraeoalimento;

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