Entrevista
Marina:Estamosmuitofelizes com
sua presença na revista, Lavínia.
Aos poucos as mulheres vêm
ganhando voz e vez na sociedade
predominantemente machista em
que vivemos. Como psicóloga
feminista,dequeformavocêvêesse
momento de despertar do
feminismo?
Nessa edição temos o prazer de entrevistar Lavínia Palma, psicóloga feminista, com
formação em psicanálise. Desde que se tornou mãe, há 3 anos, Lavínia aumentou seu
interessepelofeminismo,passouaestudá-loeaplicá-loemsuaprática.Hojeemdia,alémde
clinicar,participadeváriosprojetos,entreelesoClubedeLeituraMinhaPequenaFeminista,
doqualécuradora.
Lavínia: Realmentetem havido esse
movimento do despertar, e isso
algumas teóricas, algumas
acadêmicas, atribuem a uma quarta
ondadofeminismoqueéjustamente
essaatuaçãomaciçadaredesocial,da
internet, disseminando essa
informação do feminismo e muitas
mulheres tendo acesso a esse
conteúdoefazendoesseprocessodo
despertar. Então eu entendo que
realmentearedesocialeatecnologia
temtidoumpapelfundamentalpara
esse despertar, muitas mulheres
estãoacessandoessesconteúdos,
dessas páginas feministas, tendo
acesso a esse conhecimento através
de leituras indicadas, através de
conteúdosgratuitos,atravésdaoferta
de mini cursos e também
encontrando ali na redesocial essas
falas que causam essaconexão com
elas, quepossibilitaqueasmulheres
se identifiquem. Elas estão saindo
desse lugar onde estavam mais
isoladas, porque o ambiente onde
elas vivem, a esfera doméstica e a
maternidade, são locais muito
alienantesemuitosolitários.Entãoas
mulheres estãosaindo desselugare
estão podendo compartilhar essa
vivência de ser mulher com outras
mulheres, estão podendo escutar a
experiênciadeoutrasmulheres,dese
encontrarem nessa fala, há um
movimento das mulheres estarem
deixando de ser sozinhas e se
encontrando nesse coletivo, nesse
grupo de mulheres. Então há esse
despertar,muitasmulherestambém