O ator americano Tom Hanks,
de 63 anos, anunciou ontem nas
redes sociais que ele e a mulher,
Rita Wilson, contraíram o novo
coronavírus. O casal atualmen-
te viaja pela Austrália, onde
Hanks se preparava para iniciar,
na segunda-feira, as filmagens
de um longa sobre a vida de El-
vis Presley.
“Nós nos sentimos um pouco
cansados, como se estivésse-
mos com um resfriado e com
dores pelo corpo. Rita ainda te-
ve alguns arrepios que iam e vi-
nham. Ligeira febre também.
Para ser claro, como se reco-
menda atualmente, nós fize-
mos o exame de coronavírus e
deu positivo”, escreveu Tom
Hanks, ator de Forrest Gump, O
Náufrago e Filadélfia, entre ou-
tros sucessos. Ele e a mulher de-
vem permanecer agora em isola-
mento – pelo período mínimo
de 14 dias.
Para acalmar os fãs, ele desta-
cou que ambos “são testados e
observados” por médicos. “Não
há muito mais o que fazer agora
do que viver um dia de cada vez,
não? Vamos manter o mundo in-
formado e atualizado”, disse, ao
postar uma foto de uma luva ci-
rúrgica dentro de uma bolsa pa-
ra remoção de resíduos com o
alerta de risco biológico.
Hanks fará o papel do coronel
Tom Parker, o excêntrico em-
presário de Presley que o prepa-
rou para o estrelato nos anos 50.
A produção do filme, dirigida
por Baz Luhrmann, ainda
não se manifestou, mas a War-
ner Bros enviou um comuni-
cado oficial em que diz que “a
saúde e a segurança dos mem-
bros de nossa empresa são
sempre nossa principal priori-
dade”. “Estamos tomando
precauções para proteger to-
dos os que trabalham em nos-
sas produções em todo o
mundo”, disse a empresa.
Trata-se da primeira estre-
la de Hollywood a relatar
uma infecção pelo novo coro-
navírus – ontem os Estados
Unidos ampliaram restrições
de viagens de seus cidadãos e
ações contra a doença (mais
informações na pág. A18). A
Austrália tem agora mais de
120 casos confirmados da co-
vid-19. / COM AGÊNCIAS
INTERNACIONAIS
Parlamentares pedem
volta de incentivos fiscais
As datas dos shows podem sofrer alteração sem aviso prévio, assim como os locais dos eventos.
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CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA
15 anos. De 12 a de 14 anos permitida a entrada
acompanhada dos pais ou responsáveis legais.
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA
15 anos. De 06 a 14 anos permitida a entrada
acompanhada dos pais ou responsáveis legais.
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA
15 anos. De 12 a 14 anos permitida a entrada
acompanhada dos pais ou responsáveis legais.
27 e 28.
MARÇO
Única
apresentação
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA
15 anos. De 12 a de 14 anos permitida a entrada
acompanhada dos pais ou responsáveis legais.
BRUNO E MARRONE
TURNÊ BOATE AZUL
Tânia Monteiro / BRASÍLIA
A secretária Especial de Cultu-
ra, Regina Duarte, confiden-
ciou a interlocutores que ainda
“alimenta esperanças” de no-
mear na secretaria auxiliares
que estão sendo alvo de inte-
grantes da ala ideológica do go-
verno de Jair Bolsonaro.
Recém-empossada no cargo,
Regina passou a ser criticada
por aliados do presidente após
dizer, em entrevista à TV Glo-
bo, no domingo, 8, que existe
uma “facção” tentando coman-
dar a área. A referência foi en-
tendida como uma tentativa de
isolar os olavistas, grupo ligado
ao escritor Olavo de Carvalho,
guru do bolsonarismo.
Entre os nomes que a atriz
ainda pretende levar para o go-
verno está o da assistente social
Maria do Carmo Brant de Carva-
lho. Carminha, como é conheci-
da, chegou a ser nomeada como
secretária de Diversidade Cultu-
ral na sexta-feira, 6, mas teve a
indicação cancelada pelo Palá-
cio do Planalto três dias depois
e não chegou nem mesmo a to-
mar posse. Ela é filiada ao PSDB
e ocupou um cargo no governo
na gestão de Michel Temer.
Regina insiste também em ter
a seu lado Humberto Braga, que
tem sido apontado por olavistas
como próximo do deputado Mar-
celo Freixo (PSOL-RJ), opositor
a Bolsonaro. A nomeação de Bra-
ga, presidente da Funarte na ges-
tão Temer, como secretário exe-
cutivo, segundo interlocutores
da atriz, já havia sido aceita por
Bolsonaro, mas após o processo
de fritura ela foi suspensa.
A secretária insiste que os dois
- Carminha e Braga – são pes-
soas competentes e podem “aju-
dar muito” na área cultural.
Ao tomar posse, Regina Duar-
te disse a Bolsonaro que não se
esqueceria de que tinha recebi-
do a promessa de “carta-branca”
no cargo. Em seguida, Bolsonaro
afirmou que exerceria o poder
de veto, como já fez em outros
ministérios.
A atriz, porém, não pretende
comprar novas brigas agora. No
momento, a nova secretária está
dizendo a auxiliares que quer
“apresentar resultados” e “mos-
trar a que veio”.
Entrevista. Após afirmar na en-
trevista à Globo que uma “fac-
ção” deseja tirá-la da Secreta-
ria de Cultura, Regina recebeu
críticas públicas do ministro
da Secretaria de Governo,
Luiz Eduardo Ramos, do escri-
tor Olavo de Carvalho e do pre-
sidente da Fundação Palma-
res, Sérgio Camargo, subordi-
nado a ela.
Apontado como um dos fiado-
res da entrada da atriz no gover-
no, Ramos disse ao Estado que
“não foi boa” a declaração de Re-
gina. Articulador político do Pa-
lácio do Planalto, o ministro
também defendeu Camargo,
chamado pela atriz de “ativis-
ta” e de “problema”, na entrevis-
ta dada à TV Globo.
A quem a procurou, Regina re-
conheceu que a palavra “fac-
ção” foi dura, mas explicou que
não usou a expressão de forma
pejorativa. Justificou que, no di-
cionário, o significado da pala-
vra é “grupo de pessoas com opi-
niões diferentes”.
Para demonstrar a sua “boa
vontade” e intenção de “pacifi-
car” a área da cultura no gover-
no, na manhã de segunda-feira,
9, a secretária mandou emissá-
rios procurarem Sérgio Camar-
go para acenar com uma es-
pécie de “bandeira branca”. Até
ontem, porém, não havia recebi-
do resposta.
Mateus Vargas / BRASÍLIA
Regina Duarte tem sido aconse-
lhada por sua equipe a defender a
derrubada de vetos feitos pelo
presidente Jair Bolsonaro sobre
prorrogação de incentivos fiscais
ao cinema. Além de ouvir argu-
mentos apresentados por seus
subordinados, a atriz recebeu na
quarta-feira, 11, deputados e sena-
dores que pedem a retomada dos
incentivos. Nenhum parlamen-
tar faz parte dos partidos da base
do governo Bolsonaro.
Presente na reunião, o depu-
tado Marcelo Calero (Cidada-
nia-RJ), ex-ministro da Cultura
no governo Michel Temer
(MDB), disse que a conversa foi
“ótima” e Regina mostrou-se
“muito sensível à pauta”.
A ideia, segundo o deputado, é
que haja um acordo com o gover-
no para derrubar o veto e fazer va-
ler a prorrogação até 2024 dos in-
centivos. “A gente pediu que a der-
rubada dos vetos fosse fruto de
um entendimento, de um acordo,
não virasse símbolo de um con-
fronto com o governo”, disse.
Bolsonaro vetou em dezembro
de 2019 a prorrogação até 2024 de
incentivos previstos no Regime
Especial de Tributação para De-
senvolvimento da Atividade de
Exibição Cinematográfica (Reci-
ne) e na Lei do Audiovisual.
O governo argumentou à épo-
ca que o veto foi “técnico”, pois
não havia fonte de custeio das
despesas. Nos bastidores, a
equipe do então secretário de
Cultura Roberto Alvim articu-
lou a edição de uma medida pro-
visória (MP) para regrar os in-
centivos, mas a ideia foi deixada
de lado recentemente.
Segundo fontes que acompa-
nham as discussões sobre os ve-
tos, não havia grande expectati-
va de que a medida de Bolsonaro
fosse derrubada. A entrada de
Regina deu “ânimo” para que a
articulação fosse retomada.
Após o encontro com parla-
mentares, Regina reuniu-se com
o vice-líder do governo Coronel
Armando (PSL-SC). A secretária
encaminhou a discussão sobre os
incentivos fiscais ao parlamentar
governista. Procurada, a assesso-
ria de Regina não se manifestou.
O Recine concede isenções de
impostos para construir e mo-
dernizar salas de cinemas. Já a
Lei do Audiovisual permite que
empresas e pessoas físicas desti-
nem valores de tributos para pro-
dução de filmes brasileiros.
Há integrantes do governo
que dizem que a derrubada do ve-
to não seria um grande proble-
ma. Já outras fontes afirmam que
pode se transformar em motivo
de desgaste para Regina, pois si-
nalizaria que ela cedeu a pedidos
da indústria da cultura, frequen-
temente atacada por Bolsonaro.
Até maio de 2019, a Agência Na-
cional do Cinema (Ancine) havia
credenciado como aptos para pe-
dir a isenção fiscal do Recine
bens, máquinas e equipamentos
de cerca de R$ 27 milhões para
construção de novas salas de cine-
ma, além de um valor de R$ 11,27
milhões para modernização.
Secretária é aconselhada
por sua equipe a defender
a derrubada de vetos
feitos por Bolsonaro a
incentivos ao cinema
Com saída de Hugo
Possolo, Municipal
terá novo diretor
POLÍTICA CULTURAL
PANDEMIA DO
CORONAVÍRUS
VALERIE MACON/AFP - 7/9/2018
Isolado. Ator americano está na Austrália para uma gravação
Tom Hanks e a mulher
estão com coronavírus
CINEMA
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
Regina traça
tática para
retomar
indicações
Com a ida de Hugo Possolo para
o posto de secretário municipal
de Cultura, no lugar de Alê Yous-
sef, o Theatro Municipal de São
Paulo deve ganhar um novo dire-
tor artístico – ontem especulava-
se que a equipe de Possolo segui-
ria à frente da instituição. Segun-
do a secretaria, no entanto, o no-
vo diretor será escolhido por Pos-
solo e pela equipe do Municipal
assim que o dramaturgo assumir
o cargo, o que deve ocorrer no dia
- A programação preparada por
ele para 2020 não passará por ne-
nhuma alteração. / JOÃO LUIZ
SAMPAIO, ESPECIAL PARA O ESTADO
Política cultural. Atriz ainda quer o produtor
Humberto Braga como secretário executivo
Secretária. Ela quer levar para o governo a assistente social Maria do Carmo Brant de Carvalho, que teve indicação cancelada
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O ESTADO DE S. PAULO QUINTA-FEIRA, 12 DE MARÇO DE 2020 Caderno 2 C3
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