O Estado de São Paulo (2020-03-13)

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O ESTADO DE S. PAULO SEXTA-FEIRA, 13 DE MARÇO DE 2020 Economia B11


Conheça este e outros leilões em: http://www.sodresantoro.com.br


Construção (inacabada) de prédio com área total construída de 12.362,72 m², localizado na Rua Antônio Casarini, 1020 (consta


no RI Av. Celina Falcão de Andrade, 1.797) e terreno constituído dos lotes 34 ao 56 da quadra 58, com área total de 6.989,99 m².


A construção é composta de 2 torres, 2 subsolos, térreo, mezanino e área externa destinada a piscinas.


Matrícula 27.328 do RI local. DESOCUPADO. Lance inicial: R$ 7.192.500,00.


Pagamento: valor total do arremate mais comissão de 5% deste valor a ser pago pelo arrematante ao Leiloeiro. Efetuar o cadastramento prévio e anuir às regras de participação do leilão dispostas
no site do Leiloeiro e enviar a documentação. Dados e condições sujeitos a alterações até a data do leilão, cabendo ao interessado acompanhar e se certificar das referidas alterações, condições
de pagamento e venda dos imóveis no edital em http://www.sodresantoro.com.br. Informações: 11 2464-6464 ou [email protected]. Compete aos interessados procederem visita prévia à
realização do leilão, respeitando sua ocupação. As visitas deverão ser agendadas pelo tel. 11 3236-2109 com Alessandra.

Luiz Fernando de Abreu Sodré Santoro, Leiloeiro Oficial JUCESP nº 192 - Luiz Alexandre Maiellari, Preposto em exercício.

LEILÃO DE PRÉDIO INACABADO


COM 12.362,72M² DE ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA


EM TERRENO COM ÁREA TOTAL DE 6.989,99M²


EM ÁGUAS DE SÃO PEDRO/SP - JARDIM PORANGABA


27/03/2020 - 10H30, LEILÃO PRESENCIAL E ONLINE. LOCAL DO LEILÃO: AV. BRASIL, 478, JD. PAULISTA, SÃO PAULO/SP


Adriana Fernandes


Amanda Pupo / BRASÍLIA


O ministro do Tribunal de


Contas da União (TCU), Bru-


no Dantas, sinalizou ao presi-


dente da Câmara, Rodrigo


Maia (DEM-RJ) que é possí-


vel suspender a eficácia da


ampliação do Benefício de


Prestação Continuada


(BPC), aprovada ontem pelo


Congresso. O mecanismo pa-


ra isso é um acórdão do pró-


prio TCU de agosto do ano


passado.


O ministro da Economia, Pau-


lo Guedes, afirmou que a ideia é


recorrer ao TCU e ao Supremo


Tribunal Federal (STF) para


questionar a derrubada do veto


do presidente Jair Bolsonaro ao


projeto de lei que eleva o limite


de renda para a concessão do


benefício pago a idosos com


mais de 65 anos e pessoas com


deficiência de baixa renda.


A suspensão deverá ocorrer


até que as medidas compensató-


rias sejam implementadas, co-


mo corte de despesas ou aumen-


to de tributos. Já há um prece-


dente do próprio ministro em


decisão semelhante. Maia e


Dantas, que é relator das contas


do governo, almoçaram juntos


ontem e discutiram a questão.


Os parlamentares derruba-


ram ontem um veto que, na


prática, amplia o alcance do


BPC a pessoas com renda fami-
liar de até R$ 522,50 por pessoa.

Antes, era elegível a família com


renda de até R$ 261,25 por pes-


soa. Com a ampliação, o gover-


no estima um custo adicional


de R$ 217 bilhões em uma déca-


da – o equivalente a 27% da eco-


nomia obtida com a reforma da


Previdência. Vai aumentar tam-


bém a fila de espera por benefí-


cios do INSS, que hoje já acumu-


la 1,9 milhão de pessoas.


“Agora o importante é a sere-


nidade. E quanto à aprovação


ainda à tarde (desta quarta-feira


da derrubada dos vetos), talvez


não estivesse tão clara a profun-


didade do problema de saúde.


Aquela aprovação de R$ 20 bi-


lhões em despesa adicionais,


nós vamos ao STF, vamos ao


TCU, que têm já casos prévios”,


disse o ministro, ontem.


Segundo Guedes, o principal


argumento da área econômica,


nesses questionamentos, é de


que não se pode criar R$ 20 bi-


lhões de despesas sem indicar a


fonte os recursos, o que seria,


em sua visão, proibido pela Lei


de Responsabilidade Fiscal.


“Não temos capacidade de


executar algo que pode ser ile-


gal. Vamos ao Supremo, vamos


ao TCU. Justamente queremos


que esses recursos sejam usa-


dos na medida da emergência.


Se há uma emergência de saú-
de, vocês estão vendo o desloca-

mento que isso causa, juros já


começaram a subir, uma incer-


teza enorme”, disse ele.


O ministro da Economia com-


parou a economia brasileira a


um avião, que estava começan-


do a decolar, mas que, por conta


de um evento não esperado (au-


torização para gastos extras de R$


20 bilhões com o BPC), pode aca-


bar caindo.


“Nós mesmos vamos derru-


bar nosso avião. Nosso avião es-


tava começando a decolar, esta-


va subindo. A economia mun-


dial está em um outro evento,


está em queda. O nosso está de-


colando. Já ficamos anos cá em-


baixo. Agora que começamos a


decolar, nós mesmos vamos bri-


gar a bordo para derrubar o


avião”, disse.


Segundo Paulo Guedes, a der-
rubada do veto do presidente

Bolsonaro ao aumento do limi-


te do BPC foi um “sinal do Con-


gresso Nacional” em um mo-


mento de disputa sobre as re-


gras do orçamento impositivo –


em que o Executivo e Legislati-


vo competem por recursos.


“A nossa avaliação é que, se


há algum espaço agora, é para


justamente remanejar o orça-


mento para essas prioridades


(área de saúde, por causa do coro-


navírus). Então, é uma disputa


legítima. O que aconteceu on-


tem é que o Congresso mandou


um sinal também para o gover-


no. Da mesma forma que o go-


verno manda sinais para o Con-


gresso, o Congresso ontem


mandou sinais para o governo


dizendo ‘olha, nós também po-


demos tomar nossas iniciativas


aqui e prejudicar’. Se houver


uma disputa de poderes numa


hora dessas, ao invés de entendi-


mento, só o Brasil que perde”,


afirmou.


Acórdão. Decisão do tribunal,
de agosto de 2019, sobre uma

consulta feita pelo Ministério


da Economia em relação a co-


mo o governo deve proceder


em casos de aprovação de legis-


lação sem as receitas necessá-


rias para bancar o aumento de


gastos.


O acórdão é baseado no arti-


go 167 da Constituição e a Lei de


Responsabilidade Fiscal (LRF).


O artigo 167 veda o início de pro-


gramas ou projetos não incluí-


dos na lei orçamentária anual e


a realização de despesas que ex-


cedam os créditos orçamentá-


rios ou adicionais. Já a LRF de-


termina que é considerado irre-


gulares e lesivas ao patrimônio


público a geração de despesa


que não atendam a estimativa


de impacto e de onde virão os


recursos para executá-las.


Na decisão, o TCU considera
que as medidas legislativas que

criam obrigações para a União


sem atender os requisitos ne-


cessários devem ter sua ilegali-


dade e inconstitucionalidade ar-


guidas no Poder Judiciário. Até


que haja a decisão judicial, a exe-


cução da medida pelo Executi-


vo é caracterizado como ato de


improbidade administrativa do


gestor público. Nesse caso, a


medida é considerada “inexe-


quível”.


Douglas Gavras


A ampliação do número de famí-


lias que podem receber o Benefí-


cio de Prestação Continuada


(BPC) liga um sinal amarelo


nas medidas de ajuste fiscal, de


acordo com economistas ouvi-


dos pelo Estado. O governo es-


tima um impacto de R$ 20 bi-


lhões em um ano, ou de R$ 217


bilhões em uma década com a


derrubada do veto.


Na última quarta-feira, o Con-
gresso derrubou o veto do presi-

dente Jair Bolsonaro e ampliou


a concessão do BPC, benefício


que é pago a idosos e pessoas


com deficiência de baixa renda.


Atualmente, podem receber o


benefício famílias com renda


de até um quarto do salário


mínimo (R$ 261,25). Com a mu-


dança, passam a ser elegíveis as


que recebem até meio salário


(R$ 522,50).


Na avaliação dos economis-


tas, faltou articulação entre go-


verno e Congresso e a medida,


embora tenha um apelo social


forte, vem em um momento di-
fícil, em que os aumentos de

despesas devem ser evitados.


Para Raul Velloso, ex-secretá-


rio de Assuntos Econômicos do


Ministério do Planejamento, o


ajuste fiscal corre risco, caso se


mantenha a ampliação do bene-


fício. “Se confirmado esse im-


pacto de R$ 20 bilhões em um


ano, é inacreditável”, diz. “Nes-


te momento em que uma crise


internacional se desenha, os


agentes políticos deveriam es-


tar mobilizados na direção


oposta, e não criar despesas”,


disse o economista.


Ele diz acreditar que o gover-
no deve conseguir, no Tribunal

de Contas da União (TCU), re-


ver a medida tomada pelos parla-


mentares. “O entendimento po-


lítico é que era a solução. O gover-


no poderia ter se mobilizado an-
tes para tentar fazer um acordo

para impedir que isso tivesse


acontecido. Infelizmente, a arti-


culação política deixou de ser vis-


ta como opção há muito tempo.”


Ajuste fiscal. A economista


Margarida Gutierrez, da Univer-


sidade Federal do Rio de Janei-


ro, concorda que a mudança no


BPC veio no momento errado.


“Do jeito que está o Orçamento,


apertado, R$ 20 bilhões por ano


é muita coisa. O Congresso deve-


ria perceber que o momento é


gravíssimo e não é hora de au-


mentar gastos, mas de fazer re-


formas e dar continuidade ao


ajuste fiscal.”


Segundo o economista da


Tendências Consultoria Fabio


Klein, a derrubada deve elevar o
contingenciamento de gastos,

para que mais recursos sejam di-


recionados à Saúde, dado o ce-


nário atual de combate ao co-


vid-19. “Nossa estimativa apon-


ta um déficit de R$ 94 bilhões


para o setor público em 2020.


Com a mudança do BPC, o défi-


cit subiria para R$ 114 bilhões,


aproximando-se de forma peri-


gosa da meta global este ano,


um déficit de R$ 118,9 bilhões.”


l‘Momento gravíssimo’


lBenefício


Daniel Weterman / BRASÍLIA


Após o avanço do novo corona-


vírus no mundo e com pelo me-


nos 77 casos já confirmados no


País pelo Ministério da Saúde, o


impacto da crise na economia


aumenta a necessidade de apro-


vação da Proposta de Emenda à


Constituição (PEC) Emergen-


cial, afirmou o relator do texto


no Senado, Oriovisto Guima-


rães (Podemos-PR), ao Esta-


dão/Broadcast.


Na noite de quarta-feira, a de-


putados e senadores, o minis-


tro da Economia, Paulo Gue-


des, disse que o impacto do no-


vo coronavírus pode variar de


0,1 a 1 ponto porcentual de que-


da no Produto Interno Bruto


(PIB). O comentário foi feito


em uma reunião de urgência


com líderes do Congresso.


Guedes reforçou diálogo pela


PEC Emergencial. A fala, po-


rém, desagradou lideranças par-


lamentares. Antes da reunião


ampliada, Guedes conversou


com o relator da PEC emergen-


cial. “A PEC traz instrumentos


de gestão para tentar aliviar a


crise. Se a crise está se agravan-


do, é claro que ela passa a ser


mais importante”, disse Orio-


visto ontem.


A proposta prevê gatilhos co-


mo a redução de salários e jor-


nada de trabalho em 25% quan-


do a União descumprir a cha-


mada regra de ouro – que proí-


be o governo de contratar dívi-


da para bancar despesas cor-


rentes, como salários e benefí-


cios. A equipe econômica pre-


vê um ajuste de R$ 24,78 bi-


lhões com a medida.


Para tentar reduzir as resis-


tências, o relator vai especificar


no texto que a medida não pode


ser aplicada para servidores da


Educação, Saúde e Segurança


Pública. Aos demais, o governo


poderia aplicar os cortes.


Para Estados e municípios, os


mesmos gatilhos poderão ser


acionados se 95% da arrecada-
ção ficar comprometida com

gastos. Prefeitos e governado-


res, porém, não serão obrigados


a adotar as medidas.


Tributária. O cronograma da


reforma tributária no Congres-


so Nacional não foi alterado


após o avanço do coronavírus


no País, informou a assessoria


do presidente da comissão mis-


ta que discute a proposta, sena-


dor Roberto Rocha (PSDB-


MA). A próxima reunião da co-


missão está prevista para terça-


feira, e a previsão é levar o texto


a votação até o início de maio.


“O Congresso deveria


perceber que o momento é


gravíssimo e não é hora


de aumentar gastos.”


Margarida Gutierrez


ECONOMISTA DA UFRJ

ANDRE DUSEK/ESTADÃO–29/3/2017

TCU diz


que dá para


impedir


novo BPC


R$ 20 bi


por ano é o gasto previsto pelo


governo com a alteração feita


pelo Congresso no BPC que


amplia s renda familiar das


pessoas elegíveis para


receber o benefício


Despesa criada sem receita pode ser


questionada na Justiça, aponta Corte


Negociação. Ministro Bruno Dantas, do TCU, disse que é possível barrar mudança no BPC


Proposta, que enfrenta


resistência no


Congresso, prevê corte


de salários de servidores


em caso de crise fiscal


Coronavírus torna


PEC emergencial


prioridade, diz relator


Para economistas, mudança compromete ajuste fiscal


Avaliação é que a


ampliação do pagamento


do BPC vem em um


momento delicado para


as contas públicas

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