O Estado de São Paulo (2020-03-13)

(Antfer) #1

ENCONTRE O SEU


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l IFungi Lab


Coordenado por Nelson Menolli Ju-


nior, atua em projetos de ensino e pes-


quisa sobre fungos em sua forma


mais ampla, com foco nas espécies


comestíveis da Mata Atlântica. Fica


no Instituto Federal de Educação,


Ciência e Tecnologia (IFSP), em SP.


E-mail: [email protected];
Instagram: @cogumenolli e

@ifungilab


l Terroir Sul


Empresa de Santa Maria (RS), do micó-


logo Marcelo Sulzbacher e de Ormuz


Neto, cervejeiro. Dentre os produtos


disponíveis, há cerveja de cogumelo, a


Birra Porcini, além de mix seco para


risoto com Boletus edulis, Pleurotus e


Suillus. Marcelo oferece expedições


de identificação e coleta. E-mail:


[email protected];


Instagram: @_terroirsul


l Universina


Da região de Lages (SC), a empresa de


Daniela Carneiro Máximo de Oliveira,


médica veterinária especialista em


agroecologia, trabalha com parceiros


de áreas de reflorestamento de pinhei-


ros, onde os cogumelos Lactarius deli-


ciosus e Boletus edulis, de origem eu-


ropeia, crescem espontaneamente.


São vendidos frescos, congelados,
desidratados ou em pó, a depender da

sazonalidade. Site: universina.com.br;


Instagram: @universina.alimentos


l Cogumelos Ianomâmi


A comercialização dos cogumelos


silvestres dos sanöma, povo ianomâ-


mi, é fruto de parceria com o Instituto


Socioambiental (ISA). No site do ISA


ou no box do Instituto ATA, no Merca-


do de Pinheiros, há mix com cerca de


dez tipos diferentes de cogumelos


desidratados, sendo alguns deles das


mesmas espécies da Mata Atlântica.


Site: socioambiental.org


l Jorge Ferreira (Forager)


O pesquisador oferece curso e expedi-


ções sobre cogumelos silvestres em


Paraty. E-mail: jorgeforager@gmail.


com; Instagram: @jorge_forager


l Primavera Fungi


O biólogo Jeferson Müller, de Canela
(RS), oferece cursos de identificação

e expedição para coleta. E-mail:


[email protected];


Instagram: @primaverafungi


los silvestres para comer. Se já co-


nhece e tem o hábito (ou a assistên-


cia de um especialista), ainda assim


há algumas recomendações que são


consenso entre quem entende do


assunto. Entre elas:


l Não colete cogumelos em terras


alheias sem autorização do proprie-


tário.


l Use sempre uma cesta ao coletar,


pois assim estará espalhando os es-


poros enquanto caminha.


l Nunca misture espécies duvido-


sas com as comestíveis e leve sem-


pre um canivete, assim poderá reti-


rar a base dos cogumelos sem danifi-


cá-los e já limpá-los no local.


l Evite a ganância. Ao encontrar um


bosque público com muitos cogu-


melos, nunca colete tudo. Lembre-


se que outras pessoas poderão che-


gar depois de você, ou mesmo os


animais que se alimentam deles – e


também ajudam a espalhar os espo-


ros.


l Não colete em áreas de Proteção


Ambiental, como parques esta-


duais, sem autorização.


l Se for usar os cogumelos silves-


tres no seu negócio, conte sempre


com a assessoria de um especialista


para certificar a identificação das


espécies. Colete apenas cogumelos


que crescem em sua propriedade ou


faça parcerias transparentes com


outros proprietários e coletores.


l Pode ser uma boa ideia formar clu-


bes de coleta com regras definidas


para que haja distribuição justa para


os coletores. O excedente pode ser


seco em desidratador, forno a le-


nha, lareira. Assim, haverá cogume-
los para o ano todo.

l Ao comprar cogumelos silvestres,


escolha associações e empresas que


respeitem a população local e que


pratiquem comércio justo, com res-


peito aos princípios agroecológicos.


l Preserve os hábitats para garantir


a manutenção da vida e da biodiver-


sidade fúngica à mesa.






Como preparar?


Se você tem em mãos cogu-


melos silvestres já identificados co-


mo comestíveis e não sabe o que fa-


zer com eles, a primeira coisa é ob-


servar a consistência. Os mais fir-


mes ficam bons em sopas e caldos.


Os mais delicados podem ser cha-


peados rapidamente ou simples-


mente refogados em manteiga e


azeite. Alho, salsa e cebolinha po-


dem combinar. Assim, entram em


recheios e fritadas, por exemplo.


Evite tomates se o sabor for muito


suave, pois o tomate vai predomi-
nar. As Auricularia spp. podem ser

consumidas cruas ou em sopas ou


cozidos com carnes e vegetais. Ape-


sar do pouco sabor, contribui com


sua consistência cartilaginosa.


Na prática.



  1. Lentinula. Refogados


com manteiga, e salsa.



  1. Oudemansiella sp. com


alho e cebolinha. 3. Salada


de Auricularia sp. com


gengibre e molho de soja


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O ESTADO DE S. PAULO
13/3/2020 A 19/3/2020 paladar
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