O Estado de São Paulo (2020-03-14)

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O ESTADO DE S. PAULO SÁBADO, 14 DE MARÇO DE 2020 NotaseInformações A


C


om atraso o governo brasileiro de-
cidiu, enfim, reagir aos efeitos
econômicos do coronavírus. Cer-
ca de R$ 23 bilhões entrarão no
mercado, em abril, com a libera-
ção da primeira parcela do 13.º
aos segurados do INSS. Depois de muita relu-
tância, a medida foi anunciada na quinta-feira,
no fim de mais um dia de terror nas bolsas de
valores e de commodities de todo o mundo. Na
manhã seguinte, o ministro da Economia, Pau-
lo Guedes, chegou a prometer novas medidas
em 48 horas, em resposta a cobranças e críticas
do presidente da Câmara, deputado Rodrigo
Maia (DEM-RJ).
O ministro se absteve de especificar as medi-
das. No começo da semana será possível confe-
rir se foi apenas uma bravata, mais uma reação
às dificuldades de entendimento com o Legisla-
tivo. Como nos dias anteriores, o ministro esta-
va pressionando os parlamentares pela aprova-
ção de reformas. Deputados e senadores pode-
riam, naquele momento, responder no mesmo
tom, cobrando a apresentação, já com muito
atraso, das propostas do Executivo para a refor-
ma administrativa e para a tributária.


Com pouca ação efetiva contras os efeitos eco-
nômicos do coronavírus, o governo brasileiro
continuava em descompasso com a maior parte
dos grandes países. Naquela altura, meio trilhão
de dólares já havia entrado no mercado america-
no. Era a primeira parcela, entre-
gue na quinta-feira, de uma re-
cém-anunciada injeção de US$
1,5 trilhão, parte da terapia antiví-
rus aplicada à maior economia
do mundo. Enquanto o Fed fazia
sua parte, o secretário do Tesou-
ro, Steven Mnuchin, e o presiden-
te Donald Trump antecipavam
ao público medidas fiscais de so-
corro a empresas e a trabalhado-
res afetados pela crise.
A sexta-feira havia começado
com melhoras nos mercados de
todo o mundo. Terminava com
sinais de normalização uma semana de pânico e
de perdas monstruosas, com as maiores quedas
em décadas. Exemplo: só na quinta-feira empre-
sas cotadas na B3, a bolsa brasileira, perderam
R$ 489,2 bilhões em valor de mercado, segundo
a consultoria Economática. No fim do pregão o

Ibovespa, índice principal, estava 14,78% abaixo
do nível do dia anterior.
A reação no fim da semana espalhou-se por to-
dos os mercados, com grandes altas de cotações
nas primeiras horas de pregão. As medidas anti-
crise anunciadas nas maiores eco-
nomias pareciam, enfim, produ-
zir efeito. Na União Europeia, di-
rigentes do bloco haviam apresen-
tado um pacote de 37 bilhões de
euros para ações de emergência
contra o coronavírus e seus efei-
tos econômicos. Além disso, a
presidente da Comissão Euro-
peia, Ursula von der Leyen, havia
mencionado novas medidas em
caso de agravamento da crise. Os
governos poderiam, se necessá-
rio, relaxar o esforço de redução
dos déficits fiscais.
No Brasil, a manhã foi mais acidentada. De-
pois de um começo favorável, com ações em
forte alta e dólar e juros futuros em queda, o
quadro começou a mudar. A incerteza quanto
às condições de saúde do presidente Jair Bolso-
naro começou a afetar as negociações. Mas o

teste para coronavírus deu resultado negativo,
segundo se informou oficialmente, afinal, no co-
meço da tarde. Uma notícia extraoficial sobre
resultado positivo havia circulado cerca de uma
hora antes.
No começo da manhã, quando os investido-
res se mostravam mais animados, havia chega-
do a subir 15%. Horas depois, quando se agrava-
ram as dúvidas sobre o estado do presidente, a
alta ficou reduzida a menos de 1%.
Sinais de insegurança, no entanto, permanece-
ram, especialmente no câmbio. Assim continua-
rão, provavelmente, enquanto a epidemia avan-
çar e seus efeitos econômicos ainda se desdobra-
rem. No mundo rico os governos já mobiliza-
ram um poderoso arsenal de medidas anticrise.
No Brasil, o governo nem chegou a formular
uma estratégia, limitando-se, até agora, a medi-
das muito limitadas. Fora do governo, já se de-
fendem medidas fiscais mais ambiciosas, com
adoção, se for o caso, de um limite menos seve-
ro de déficit primário (calculado sem os juros).
Respeitados especialistas em contas públicas,
como o economista Raul Velloso e o diretor da
Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe
Salto, defendem essa possibilidade.

A

través de uma li-
minar concedida
no final do ano
passado, a 14.ª
Vara da Fazenda
do Tribunal de
Justiça de São Paulo está im-
pedindo a Prefeitura de enca-
minhar à Câmara Municipal
qualquer projeto de lei que
promova ajustes na Lei de Zo-
neamento. Sob o pretexto de
defender os interesses da so-
ciedade, supostamente repre-
sentada pela meia dúzia de as-
sociações que moveram a
ação, o Judiciário está impe-
dindo a sociedade de promo-
ver seus interesses por inter-
médio de seus representantes
eleitos nos Poderes Executivo
e Legislativo. É mais uma pe-
ça a avolumar a grotesca “ju-
risprudência” do ativismo ju-
dicial brasileiro.
Desde 2017 a Prefeitura reali-
za um processo para formatar
um projeto de lei alterando a
Lei de Zoneamento, que culmi-
nou com uma série de audiên-
cias públicas em 2019. Em de-
zembro, com o projeto a pon-
to de ser encaminhado à Câma-
ra, um grupo de associações ci-
vis ajuizou uma ação solicitan-
do a suspensão do processo,
sob a alegação de vícios for-
mais no trâmite pré-legislati-
vo, entre eles a falta de discus-
são e divulgação das propostas
à sociedade. Ao deferir o pedi-
do, o Judiciário interferiu no
legítimo exercício dos Poderes
Executivo e Legislativo.
O Poder Judiciário tem o
dever de julgar se os atos dos
outros dois Poderes estão em
conformidade com as leis e a
Constituição. Mas para tanto
é preciso que existam esses


atos. O Poder Legislativo go-
za de autonomia para editar
as leis, que, uma vez promul-
gadas, podem ser submetidas
à apreciação da Justiça. O con-
trole jurisdicional sobre o pro-
cesso de confecção das leis é
possível, mas como medida
excepcional, sob condições ex-
cepcionais. Em primeiro lu-
gar, é preciso que haja um pro-
jeto em trâmite que viole o
processo legislativo. Além dis-
so, o Judiciário só pode inter-
vir se provocado por um parla-
mentar, por meio de um man-
dado de segurança.
A liminar da Justiça paulis-
ta não cumpre nenhum des-
tes requisitos: não é um man-

dado de segurança, não foi so-
licitada por algum parlamen-
tar e não se destina a um pro-
jeto em tramitação, mas a um
projeto anterior à tramitação,
que fica, assim, impedida.
Como disse o falecido mi-
nistro Teori Zavascki em
acórdão da Suprema Corte,
“a prematura intervenção do
Judiciário em domínio jurídi-
co e político de formação
dos atos normativos em cur-
so no Parlamento, além de
universalizar um sistema de
controle preventivo não ad-
mitido pela Constituição,
subtrairia dos outros Pode-
res da República, sem justifi-
cação plausível, a prerrogati-
va constitucional que detêm
de debater e aperfeiçoar os
projetos, inclusive para sa-

nar seus eventuais vícios de
inconstitucionalidade”.
Alguns membros do Judiciá-
rio brasileiro tem se destaca-
do por seu apetite por sub-
trair aos outros Poderes as
suas prerrogativas, colocan-
do-se como pretensos intér-
pretes da vontade do povo.
Recentemente, a Assembleia
Legislativa do Estado de São
Paulo precisou acionar o Su-
premo para derrubar uma li-
minar do Tribunal de Justiça
que a impedia de fazer trami-
tar a reforma da previdência.
Em 2016, o próprio Supremo,
representado pelo ministro
Luiz Fux, obrigou o Senado a
devolver à Câmara o projeto
de lei das malfadadas “10 Me-
didas Contra a Corrupção” pa-
ra que fosse votado novamen-
te, mas sem as modificações
feitas pelos deputados, sob a
exótica justificativa de que o
projeto, por ser de iniciativa
popular, não poderia ter sofri-
do mudanças.
É prerrogativa do Prefeito
de São Paulo, em nome do po-
vo que o elegeu, propor mu-
danças na lei em questão. Em
nome do povo, qualquer cida-
dão tem a prerrogativa de con-
testar estas mudanças. Mas
quem deve decidir se as mu-
danças atendem ou não aos in-
teresses do povo são os seus
representantes eleitos na Câ-
mara legislativa. O Judiciário
pode julgar se esta decisão é
ou não compatível com as
leis, mas jamais pode impedir
que o corpo legislativo decida
sobre assunto de sua compe-
tência, como está acontecen-
do agora. A pretexto de defen-
der os direitos do povo a Justi-
ça os está violando.

A

pós 18 anos, um
acordo de paz
com o Taleban
põe fim à guerra
dos Estados Uni-
dos no Afeganis-
tão. Ao menos formalmente.
Na prática, é apenas o come-
ço do fim, que, em tese, deve
se consumar em 14 meses.
Neste período os norte-ameri-
canos se comprometeram a
retirar todas as suas forças do
Afeganistão, começando com
cerca de 4 mil soldados em
135 dias, e reduzindo gradual-
mente os restantes 8.600, jun-
tamente com os 39 mil que
compõem a coalizão aliada.
Os EUA buscarão o endosso
do Conselho de Segurança da
ONU a fim de remover as san-
ções contra o Taleban. Em tro-
ca, os líderes talebans devem
romper seus laços com a Al-
Qaeda e outros grupos terro-
ristas e iniciar negociações
com o governo afegão para
pôr fim à guerra civil e reinte-
grar-se na política nacional.
O conflito começou logo
após o 11 de Setembro de
2001 como parte da caça à Al-
Qaeda de Osama bin Laden,
protegida pelo Taleban, que à
época controlava boa parte
do Afeganistão. O Taleban lo-
go foi derrubado e quando
Bin Laden foi morto, em
2011, a Al-Qaeda estava ento-
cada no Paquistão e muito
mais debilitada. Mas o confli-
to se tornou cada vez mais
confuso. Já em 2003, o secre-
tário de defesa Donald Rums-
feld admitia em um dossiê re-
centemente revelado não ter
“nenhuma visibilidade de
quem são os vilões aqui”. Do-
ze anos depois, o general Dou-

glas Lute, que serviu sob
Bush e Obama, confidenciou:
“Não sabemos o que estamos
fazendo”. Foi o conflito mais
longo da história dos EUA,
deixando mais de 3 mil de
seus soldados mortos no solo
afegão, ao custo de quase
US$ 1 trilhão para seus contri-
buintes. Com o tempo, ficou
claro que a vitória americana
não era uma opção.
Mas a verdade dramática é
que agora tampouco é claro
se a paz é uma opção. O Afega-
nistão está em guerra há 40
anos, e pode-se estimar o
quão distante está do seu fim
pelas expectativas enumera-
das na declaração oficial da

Otan: “Esperamos agora o co-
meço de negociações intra-
afegãs que levem a um acordo
de paz duradouro e abrangen-
te que ponha fim à violência,
salvaguarde os direitos huma-
nos de todos os afegãos, inclu-
indo mulheres e crianças, sus-
tente o Estado de direito e as-
segure que o Afeganistão ja-
mais sirva novamente de por-
to seguro a terroristas”.
O acordo previu a liberação
de 5 mil prisioneiros talebans.
Mas menos de 24 horas de-
pois o governo afegão, que
não participou das negocia-
ções, declarou não estar obri-
gado a nada antes de pactua-
rem um cessar-fogo. Tampou-
co é claro como o Taleban se-
rá reintegrado às forças de de-
fesa e à vida política nacional


  • muito menos como isso se-
    rá compatível com os direitos
    das mulheres afegãs, que nos
    cinco anos de domínio tale-
    ban sofreram sob a mais bár-
    bara interpretação da lei islâ-
    mica. Mesmo na semana de
    paz estabelecida para o acor-
    do, o Taleban teve dificulda-
    des de controlar suas várias
    facções, e com o tempo as
    mais radicais podem estender
    sua simpatia aos líderes da
    Al-Qaeda e outros jihadistas.
    Muitos temem que o Taleban
    esteja apenas dissimulando
    um interesse pela paz para re-
    tomar o poder pelas armas.
    “A verdadeira chave para o
    Afeganistão não se precipitar
    em uma guerra civil ainda
    mais longa é o grau de disposi-
    ção dos EUA e da Otan para fi-
    nanciar e treinar as forças de
    segurança afegãs a longo pra-
    zo”, disse ao New York Times
    o almirante americano e ex-
    comandante da Otan James
    G. Stavridis. A capacidade da
    comunidade internacional e
    em especial dos americanos
    de mobilizar o governo e as
    alas moderadas do Taleban
    para reprimir terroristas e evi-
    tar o recrudescimento da
    guerra civil é o ponto crítico
    do acordo.
    O caminho para a paz é lon-
    go e incerto, mas ao menos
    despontou uma luz no fim do
    túnel. Há o suficiente para nu-
    trir as esperanças mais idealis-
    tas. O realismo, porém,
    impõe admitir que, se há algu-
    ma situação em que o bordão
    chauvinista de Theodore Roo-
    sevelt é pertinente, é na retira-
    da do Afeganistão: “Fale com
    suavidade e carregue um gran-
    de porrete; você irá longe”.


O governo descobre a crise


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

O acordo entre EUA e
Taleban é só o primeiro
passo do caminho rumo
à paz no Afeganistão

Notas & Informações


Vara autoritária


É prerrogativa do
prefeito, em nome do
povo que o elegeu,
propor mudanças na lei

Começa a batalha pela paz


lPandemia
Tempos difíceis
Momentos de muitas dúvidas
vivem os cidadãos de todo o
mundo. Declarada a pandemia
da covid-19 pela Organização
Mundial da Saúde, grandes
eventos vêm sendo cancelados,
pela gravidade da situação. A
Fórmula 1 na Austrália foi can-
celada. Os Jogos Olímpicos de
Tóquio estão em xeque. A Liber-
tadores da América, por ora,
suspensa, bem como as elimina-
tórias da Copa do Mundo de



  1. Jogos da Liga dos Cam-
    peões da Europa, idem. Um ca-
    so de coronavírus na USP, dois
    de alunos diagnosticados na
    PUC-SP. E a vida do cidadão
    comum cercada de dúvidas. Pa-
    ra os católicos, que vivem a
    Quaresma, não falta preocupa-
    ção. Trata-se de um período de
    40 dias com celebrações que
    atraem grande número de fiéis,
    aglomerações de pessoas de to-
    das as idades, que culminam na
    Semana Santa. Aliás, o papa até
    já rezou uma “missa digital” no
    Vaticano por receio do vírus.
    Para parte dos trabalhadores, a
    saída, nesta tragédia, é home offi-
    ce. Mas a maioria, num país on-


de o subemprego tem amplo
espaço, está sem saber o que
fazer. Se não sai para a labuta,
não tem pão. Espero que nosso
país, já tão machucado, saia des-
se filme de terror o quanto an-
tes. Tempos difíceis estes, em
que a pandemia só nos deixa
“seguros” no mundo virtual.
LEANDRO FERREIRA
[email protected]
GUARULHOS

Prevenção
Não se pode aguardar mais.
Cancelem-se todos os eventos
que atraiam grande quantidade
de público e suspendam-se as
aulas. O primeiro turno do
Campeonato Brasileiro pode
ser adiado para o segundo se-
mestre e o segundo, para o pri-
meiro semestre de 2021. As eli-
minatórias passariam para o
calendário da Copa América,
com o cancelamento desta. Isso
dependendo ainda de a pande-
mia acabar logo.
VICTOR RAPOSO
[email protected]
SÃO PAULO

Fechamento de escolas
Sempre imaginei que as estraté-

gias de governo para lidar com
tragédias de qualquer natureza
fossem adotadas após sério es-
tudo e debate entre os que mais
conhecem do assunto. Ao ver a
fundamentação do sr. ministro
da Saúde para justificar o não
fechamento das escolas, perce-
bo que as decisões são amado-
ras e se originam em simples
achismo. Senão, vejamos: “Se
fecharmos as escolas as crianças
ficarão em casa com seus avós e
esses não têm a mesma resistência
ao vírus, o que aumentaria a mor-
talidade”. Ora, meu Deus, o fe-
chamento das escolas é exata-
mente para evitar a contamina-
ção das crianças. Em casa, elas
permanecerão saudáveis e, por-
tanto, não significam risco para
ninguém. O mundo adota medi-
das desse tipo para conter a pro-
pagação do vírus e nossos políti-
cos querem reinventar a roda.
ELIE BARRAK
[email protected]
SÃO PAULO

Os otimistas
O Brasil está situado em outro
planeta. Todos os países estão
preocupados com o surto do
coronavírus, suspendendo even-

tos importantes de toda nature-
za, mas aqui tudo está normal.
Leio todo dia depoimentos de
médicos consagrados afirman-
do que isso não vai acontecer
no Brasil. É só uma gripinha.
Não use máscaras (para não ser
confundido com assaltantes?),
o Brasil está no verão, etc., etc.
E a Austrália?! Os médicos preo-
cupados que alertam a popula-
ção são desmentidos pelos tais
otimistas. A ficha só vai cair
quando a nossa rede pública de
hospitais vir os seus corredores
lotados por pacientes atingidos
pelo vírus? A ver.
MAURÍCIO LIMA
[email protected]
SÃO PAULO

Eterno retorno
Enquanto a Península Itálica,
em sua extensão total, entra em
quarentena e faz inúmeras e
importantes recomendações ao
povo – o mundo do século 21
não pode ficar exposto a novas
pestes devastadoras –, o gover-
no brasileiro aborda temas co-
mo redução do gasto público,
como se não estivesse já profun-
damente desgastado (Guedes),
e rememora aspectos vencidos

das últimas eleições (Bolsona-
ro). O coronavírus, implacável,
cresce aritmeticamente e não
se montou um comitê de en-
frentamento nacional, conduzi-
do por órgãos oficiais. Nenhu-
ma previsão sobre nosso breve
futuro, considerada uma popu-
lação cuja metade (100 milhões
de almas) não dispõe do mais
elementar: o saneamento bási-
co. Esperemos o auxílio da natu-
reza, o de que o vírus não sobre-
viverá num país tropical, para
que não sejamos nós a confir-
mar a teoria do eterno retorno


  • à implacável letalidade genera-
    lizada da Idade Média.
    AMADEU ROBERTO GARRIDO DE PAULA
    [email protected]
    SÃO PAULO


Quarentena italiana
Agora que o governo italiano
decretou quarentena em todo o
seu território como forma extre-
ma de combate ao coronavírus,
lembro-me de que há muito
tempo alguém dizia que a Itália
era o Brasil da Europa e eu acha-
va um exagero essa compara-
ção. Hoje até concordo, quando
é tomada essa medida mais que
atrasada e há que perguntar por

que o governo italiano demo-
rou tanto para tal providência,
visto que os primeiros números
já cresciam de forma preocu-
pante. Dizem lá que a demora
estaria na preocupação com a
queda do turismo, que gera bi-
lhões de euros. Ainda que aqui
o tempo esteja mais quente,
que os cientistas dizem não fa-
vorecer a propagação, de há
muito o governo deveria estar
controlando visitantes, de for-
ma que não desembarcassem
sem passar por um posto médi-
co. Se no Brasil grassar uma epi-
demia, com o tamanho da nos-
sa população e do nosso territó-
rio, só Deus para ajudar.
LAÉRCIO ZANINI
[email protected]
GARÇA

Informação e solidariedade
O momento é de buscar cons-
ciência, para ter as melhores
práticas no dia a dia. Informa-
ção de qualidade, lucidez, res-
peito ao próximo e amor no co-
ração ajudarão muito a superar
este momento difícil.
FRANCISCO EDUARDO BRITTO
[email protected]
SÃO PAULO

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