O Estado de São Paulo (2020-03-15)

(Antfer) #1

%HermesFileInfo:A-23:20200315:
O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 15 DE MARÇO DE 2020 Esportes A23


UGO


GIORGETTI


n Classificados n Rebaixados para a Série A2

Sexta
Oeste3 x 0 Botafogo
Bragantino4 x 0Água Santa
Ontem
Ferroviária0 x 0Novorizontino
Inter de Limeira0 x 0Palmeiras
São Paulo2 x 1Santos
Hoje
11h Mirassol x Santo André
16h Corinthians x Ituano
Amanhã
20h Guarani x Ponte Preta

Grupo A PG J V E DSG
1ºSantos 15 10 4 3 3 2
2º Oeste 10 10 3 1 6 -13
3º Água Santa 10 10 2 4 4 -7
4º Ponte Preta 7 9 2 1 6 -4

10ª RODADA DO PAULISTÃO

Grupo D PG J V E DSG
1ºBragantino 17 10 5 2 3 6
2ºGuarani 13 9 3 4 2 5
3ºFerroviária 11 10 2 5 3 2
4ºCorinthians 10 9 2 4 3 2

1

0
10ª RODADA DO PAULISTÃO

Grupo B PG J V E DSG
1ºSanto André 19 9 6 1 2 4
2º Palmeiras 19 10 5 4 1 11
3º Novorizontino 16 10 3 7 0 5
4º Botafogo 8 10 2 2 6 -14

Grupo C PG J V E DSG
1ºSão Paulo 18 10 5 3 2 7
2ºMirassol 13 9 3 4 2 5
3ºInter de Limeira 11 10 3 2 5 -6
4ºItuano 9 9 2 3 4 -5

Corinthians x Ituano

Corinthians: Cássio; Fagner, Pedro
Henrique, Gil e Lucas Piton (Carlos Au-
gusto); Cantillo, Camacho e Luan; Jander-
son, Yony González e Boselli. Técnico:
Tiago Nunes. Ituano: Pegorari; Pacheco,
Ricardo Silva, Suéliton e Breno Lopes;
Baralhas, Marcos Serrato e Paulinho
Dias; Yago, Gabriel Taliari e Luizinho.
Técnico: Vinícius Bergantin. Juiz: Flávio
Rodrigues dos Santos. Local: Arena
Corinthians. Horário: 16h. Na TV: Globo.

São Paulo

Inter

Há mais de um mês sem vencer
no Campeonato Paulista, o Co-
rinthians está contra as cordas.
A possibilidade de eliminação
na primeira fase do torneio esta-
dual, o que seria bastante cons-
trangedor para o atual tricam-
peão, cresce a cada rodada e o
time alvinegro precisa reagir. A
começar pela partida de hoje
contra o Ituano, às 16h, em Ita-
quera, um compromisso que as-
sumiu ares de decisão para os
corintianos. E uma decisão sem
torcida, por causa da pandemia
do novo coronavírus.
A última vitória do Corin-
thians no Paulista ocorreu no
dia 2 de fevereiro, quando a
equipe comandada por Tiago
Nunes ganhou o clássico com o


Santos por 2 a 0. De lá para cá,
foram cinco rodadas consecuti-
vas sem um único triunfo – nes-
se período, a única vitória corin-
tiana foi sobre o Guaraní, do Pa-
raguai, pela Libertadores, resul-
tado ainda assim insuficiente
para que o clube se mantivesse
vivo no torneio continental.
Por causa dessa seca de bons
resultados, o Corinthians está
na lanterna do Grupo D da com-
petição estadual, com dez pon-
tos. A situação não é desespera-

dora, já que três pontos pode-
rão até colocar a equipe alvine-
gra no segundo lugar da chave,
ou seja, na zona de classifica-
ção, mas é fato que uma derrota
para o Ituano pode deixar o ti-
me praticamente sem chances
de ir às quartas de final.

Como a necessidade de ga-
nhar é enorme, Tiago Nunes de-
verá colocar o Corinthians para
atacar o Ituano desde o começo
do jogo. Mas seus planos foram
atrapalhados pela impossibili-
dade de contar com Pedrinho,
por causa do coronavírus. Co-

mo voltou recentemente de
Portugal, onde foi para assinar
contrato com o Benfica, o meia-
atacante terá de seguir a deter-
minação do Ministério da Saú-
de, que diz que todas as pessoas
que viajaram para o exterior,
com ou sem sintomas da doen-
ça, devem ficar isoladas.
Mas Yony González está de
volta. Recuperado de uma lesão
muscular na coxa esquerda, o
colombiano diz que agora está
em melhores condições físicas
do que nas três partidas que dis-
putou com a camisa do Corin-
thians (contra São Paulo, Água
Santa e Santo André). O ex-joga-
dor do Fluminense reconhece
que ainda não conseguiu jogar o
que pode no clube alvinegro.
“Fiquei dois meses e meio pa-
rado e depois fiz três treinamen-
tos para minha estreia no clássi-
co. Tenho de admitir que não
estava 100%”, comentou o ata-
cante. “Tive essa semana, agora
me sinto melhor. Vou tratar de
ajudar os companheiros.”

2

0

Gols: Arthur Gomes, aos 29 do 1º tempo;
Pablo, aos 7 e aos 21 do 2º tempo.
São Paulo: Lucas Perri; Juanfran, Bru-
no Alves (Pablo), Arboleda e Reinaldo;
Tchê Tchê, Daniel Alves e Igor Gomes
(Hernanes); Vítor Bueno, Antony e Pato.
Técnico: F. Diniz. Santos: Everson;
Pará, Veríssimo, Luan Peres e F. Jonatan;
Jobson, Sánchez (Evandro) e Pituca;
Arthur Gomes, Soteldo (Tailson) e Yuri
Alberto (Madson). Técnico: J. Ferreira.
Juiz: Luiz Flavio de Oliveira. Amarelos:
Tchê Tchê, Arboleda e Pablo; A. Gomes.
Vermelho: Jobson. Público e renda:
Portões fechados. Local: Morumbi.

Inter de Limeira: Rafael Pin; Léo, João
Victor, J. Pablo e Jonathan (Lucas Balar-
din); Marquinhos, Thomaz (N. Alvarenga)
e M. Rangel (Daniel Vançan); L. Braga, A.
Moisés e Tcharlles. Técnico: Elano.
Palmeiras: Weverton; M. Rocha, F.
Melo, Vitor Hugo e Viña; B. Henrique (P.
de Paula), Ramires (Zé Rafael) e Dudu;
Willian, Rony e L. Adriano (L. Lima). Téc-
nico: V. Luxemburgo. Juiz: Vinicius Fur-
lan. Amarelos: A. Moisés, M. Rocha, F.
Melo, B. Henrique, Ramires, M. Rangel e
L. Lima. Vermelhos: A. Moisés e M.
Rocha. Público e renda: Não divulga-
dos. Local: Major Levy Sobrinho, Limeira.

Santos

Palmeiras

Guilherme Amaro


No primeiro clássico da histó-
ria entre São Paulo e Santos
sem torcida no Morumbi, o ti-
me tricolor venceu de virada,
por 2 a 1, e ficou muito perto
das quartas de final do Cam-


peonato Paulista. Somente
uma improvável combinação
de resultados vai tirar a vaga
do Tricolor. A equipe alvine-
gra segue na liderança do Gru-
po A, faltando duas rodadas
para o fim desta fase.
O Morumbi teve portões fe-

chados por causa da pandemia
do novo coronavírus, após reco-
mendação do Ministério da Saú-
de. Do lado de fora do estádio,
um grupo de cerca de 20 torce-
dores recepcionou o ônibus do
São Paulo. Dentro, apenas os jo-
gadores e outros funcionários

dos clubes, a arbitragem, alguns
policiais e os profissionais da de-
tentora dos direitos de trans-
missão. Era possível ouvir cada
toque na bola e os choques en-
tre os jogadores. Os técnicos ti-
veram menos trabalho para
orientar suas equipes: todo gri-
to vindo da beira do campo era
facilmente ouvido. “É diferen-
te”, resumiu o zagueiro são-pau-
lino Bruno Alves.
O Santos não fazia uma boa
partida, mas abriu o placar aos
29 minutos do primeiro tempo
em uma linda jogada. Felipe Jo-
natan roubou a bola, Sánchez to-
cou para Arthur Gomes, rece-
beu de letra e enfiou para Pará,
que cruzou para Arthur Gomes
completar para o fundo da rede.
Após abrir o placar, o Santos
passou a controlar o clássico. É
verdade que a equipe pouco ata-
cava, mas também não sofria
pressão do São Paulo. Um lance
aos 44 minutos, porém, mudou
completamente o panorama da
partida. Jobson deu uma solada

em Daniel Alves e recebeu o se-
gundo amarelo. Expulsão mere-
cida, em lance que o árbitro
Luiz Flávio de Oliveira poderia
ter dado o vermelho direto.
Com um a mais, o São Paulo
voltou para o segundo tempo
com o atacante Pablo no lugar
do zagueiro Bruno Alves. A me-
xida de Fernando Diniz, é claro,
deixou a equipe mais ofensiva.
E não demorou para surtir efei-
to. O empate saiu aos sete minu-
tos, justamente com Pablo, que
aproveitou saída errada do go-
leiro Everson na cobrança de fal-
ta de Daniel Alves.
O jogo continuou sendo ata-
que contra defesa. E a virada
não demorou. Aos 21, após es-
canteio, Pato ficou com a bola e
cruzou novamente para Pablo,
que mandou de cabeça para o
gol. Pablo não marcava desde a
estreia no Paulistão no dia 22 de
janeiro e conviveu com o jejum
que durou nove partidas e cau-
sou críticas dos torcedores.
“O Pablo sabe que é importan-
te para nossa equipe. Todo mun-
do passa por momentos ruins,
mas ele não abaixou a cabeça e
resolveu o jogo. A equipe toda
está de parabéns”, disse o meia-
atacante Vitor Bueno.
“Tomamos dois gols bestas,
de bola parada. Não pode aconte-
cer isso em um clássico. Temos
de corrigir”, reclamou o zaguei-
ro santista Lucas Veríssimo.
O São Paulo seguiu em cima
do Santos, mas insistia nas joga-
das pelo meio e facilitava o tra-
balho da defesa alvinegra. O
clássico ficou morno e nada
mais de bom aconteceu.

E-MAIL: [email protected]

10ª RODADA

Em situação complicada, Corinthians pega o Ituano


10ª RODADA DO PAULISTÃO

Palmeiras perde


várias chances


e só empata


PAULISTA SÉRIE A-1

Palco vazio. São Paulo e Santos fizeram o clássico num Morumbi deserto; coronavírus mudou o cenário do futebol paulista


O


sentimento da alegria se li-
ga fortemente à essência do
esporte. Não existe esporte
triste. O futebol foi inventado, en-
tre outras coisas, para que operários
ingleses tivessem alguns momen-
tos de alegria e diversão nos poucos
intervalos que tinham livres duran-
te o desumano horário de trabalho
no começo da Revolução Industrial.
Era uma compensação que visava re-
laxar os ânimos.
E assim foi o esporte progredindo
através dos tempos. Mesmo em épo-
cas em que a violência no esporte se
tornou evidente, e mesmo perigosa,

é inegável que por trás ainda sobrevive
o sentimento original de alegria das
torcidas e dos jogadores. A finalidade
do esporte é unificar, ainda que seja
para unir facções que se detestam ou
pequenos grupos familiares. Até mes-
mo entre os jogadores há esse senti-
mento quase de fraternidade e, às ve-
zes, de afeto.
É claro que muito desses sentimen-
tos não passa de hipocrisia em doses
cavalares e falsidade pouco disfarçada.
Mas sobrevive e, por vezes, se transfor-
ma em trincheira. O ódio não prospera
muito no meio do esporte. Nesta sema-
na, jogadores de Inter e Grêmio se hos-

tilizaram e saiu pancada de todos os
lados. O conflito certamente morreu
como começou, como em todos os
Gre-Nais de todas as épocas. O espor-
te naturaliza os conflitos até fazer de-
les parte da alegria. Celebra sempre a
explosão vibrante que se vê na profu-
são de abraços, beijos e agarrões que
não têm fim nas comemorações coleti-
vas de um gol, por exemplo.
Isso tudo tem seus dias contados?
Esse coronavírus que aí está talvez não
seja tão letal mas, certamente, não vai
poupar costumes, hábitos e rituais que
se tornaram tão familiares através dos
anos que passam quase despercebi-
dos. A primeira medida já cravou um
punhal no peito do esporte. Me refiro a
jogos sem público. Esses jogos solitá-
rios sempre existiram, mas como puni-
ção rigorosa. Agora são medidas de saú-
de pública necessárias. A NBA, do bas-
quete americano, porém, resolveu sus-
pender sumariamente a competição
depois que a hipótese de jogar sem pú-
blico foi criticada por vários astros.

De fato, jogadores e público são um
corpo único, necessários para que haja
um jogo. No mais pobre dos jogos de
várzea, nos mais afastados campos, há
sempre algumas pessoas olhando.
Não importa o número, é o público que
dá legitimidade à partida. O esporte é
resistente. Resistiu a um evento como
a Segunda Guerra Mundial e logo após
o terrível conflito que dizimou a Euro-
pa os jogos recomeçaram em estádios
ainda em escombros.
É que a guerra é velha de vários milê-
nios, é um evento que não surpreende
ninguém. É até esperada, quando não
desejada, como se pode constatar em
velhos noticiários cinematográficos
em preto e branco do começo do sécu-
lo passado. Uma doença é diferente,
principalmente quando é dúbia, quan-
do tem um lado que é apenas a velha
gripe, e outro, com características mis-
teriosas, pouco sabidas e incertas. E
sobre as quais todos especulam.
A incerteza mais comum é sobre o
futuro. Como estarão todos quando

tudo isso terminar? Sem dúvida
mais tristes. Em um País onde já
não há muitos motivos para estar
alegre, ficaremos ainda menos. Os
ódios que se alastram por essa socie-
dade ganham um vigor maior em
um momento no qual sequer o es-
porte, centro de diversão por exce-
lência, é poupado.
Teremos reações como as dos tor-
cedores franceses do Paris Saint-
Germain que, impedidos de entrar
no estádio para evitar supostamen-
te o contágio, ficaram reunidos em
grande número do lado de fora do
estádio torcendo, lado a lado, como
se estivessem dentro e, claro, des-
prezando todas as possibilidades
de contágio?
Não sei. Só sei que começou um
vazio de alegria, e mais um passo em
direção de um futuro próximo que
já parecia sombrio. Esta semana
multidões estiveram ainda no Mara-
canã, no Morumbi e no Allianz. Te-
rão sido as últimas?

DANIEL AUGUSTO JR./AG. CORINTHIANS

Equipe alvinegra não


vence há mais de um


mês no Paulistão e corre


risco de não avançar


para o mata-mata


Retorno. Yony González está recuperado de uma contusão

Poderia ter sido uma goleada,
mas terminou com gosto amar-
go de empate sem gols e sensa-
ção de dois pontos perdidos. O
Palmeiras abusou das oportuni-
dades desperdiçadas, transfor-
mou o goleiro Rafael Pin na es-
trela do jogo, não aproveitou a
superioridade numérica duran-
te quase todo a segunda etapa e
apenas empatou com a Interna-
cional, ontem, em Limeira.
“Criamos, tivemos quatro
chances para marcar no primei-
ro tempo. Só faltou a gente fa-
zer o gol mesmo”, resumiu Du-
du. “Tivemos muitas oportuni-
dades, mas infelizmente não
concluímos com gol”, endos-
sou Rony, que teve duas boas
chances, uma em cada tempo,
mas parou no goleiro Pin.
Na etapa inicial foram quatro
oportunidades não transforma-
das em gol: Luiz Adriano, Bruno
Henrique, Rony e Dudu, que, na
melhor delas, acertou a trave.
Pior mandante do Campeona-
to Paulista até então e sem ven-
cer há quatro rodadas, a Inter
de Limeira não se expôs.
O segundo tempo teve pano-
rama semelhante ao primeiro:
o Palmeiras no ataque, a Inter
se defendendo. A expulsão de
Airton Moisés aos sete minutos
deixou o sentimento de que o
gol do Palmeiras sairia a qual-
quer momento. Até esteve
próximo disso, mas não saiu.

FELIPE RAU/ESTADÃO

Sem torcida,


São Paulo vira e


encaminha vaga


Paulistão. Pablo entra na etapa final, faz os gols na vitória sobre o


Santos por 2 a 1, encerra jejum e deixa time perto das quartas


Menos alegria

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