O Estado de São Paulo (2020-03-16)

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2020 NotaseInformações A


E


m novembro de 1954, o então pri-
meiro-ministro britânico, Wins-
ton Churchill, ao completar 80
anos, foi homenageado no Parla-
mento de seu país. Em seu pro-
nunciamento, o líder da oposição
trabalhista Clement Attlee destacou que os dis-
cursos de Churchill durante a 2.ª Guerra Mun-
dial, que tanto inspiraram os britânicos a en-
frentar a tirania nazista, “expressavam a deter-
minação não só do Parlamento, mas de toda a
nação”. Essa capacidade inigualável de tradu-
zir em palavras a alma de um povo, motivan-
do-o a seguir adiante e superar as piores adver-
sidades, fez de Churchill o maior estadista de
seu tempo.
Seu grande legado é a preciosa lição de que
governantes não são apenas gestores de recur-
sos públicos; antes, são líderes políticos que de-
vem ser a referência de sobriedade e determi-
nação em momentos de incerteza, quando a
voz respeitada da moderação deve se sobrepor
ao alarido irresponsável da confusão.
Assim, são justamente turbulências graves
como esta causada pelo coronavírus, com con-
sequências tão amplas quanto imprevisíveis,


que separam os estadistas dos políticos medío-
cres. Os primeiros são aqueles que sabem pre-
parar seus governados para os inevitáveis sacri-
fícios que certamente terão de ser feitos nos
próximos tempos, em razão do impacto econô-
mico e social da crise. Já os se-
gundos são aqueles que mobili-
zam a opinião pública com as-
suntos irrelevantes ou apenas
polêmicos, muitas vezes com o
objetivo de esconder sua incapa-
cidade de governar e lidar com
problemas dessa profundidade.
No primeiro caso, os estadis-
tas, por se interessarem genui-
namente pelo futuro e o bem-
estar da nação, conseguem
atrair o apoio mesmo de quem
deles pensa diferente, com o
objetivo de superar eventuais
divergências e unir esforços para fazer o que
é necessário.
Infelizmente, o mundo em geral, e o Brasil
em especial, enfrenta uma escassez de esta-
distas e um excesso de governantes desprepa-
rados, não apenas do ponto de vista da admi-

nistração, mas, sobretudo, sob o aspecto da
liderança.
Nestes tempos de vulgaridade militante, con-
funde-se liderança política com capacidade de
arregimentar seguidores em redes sociais.
Quanto mais barulhentos e irra-
cionais forem os discursos des-
ses oportunistas, maior é o enga-
jamento de quem prefere a ofen-
sa ao diálogo. Pouco importa, no
ambiente tóxico das redes, se es-
se tipo de liderança é eficiente
para conduzir o País a bom por-
to; ali, o que interessa é apenas
alimentar o tribalismo e, assim,
estigmatizar, muitas vezes em
termos violentos e impublicá-
veis, quem tem outra opinião.
É evidente que, nesse clima de
guerra, não se pode falar em con-
vergência de esforços e ideias para solucionar
os problemas ou ao menos para mitigar seus
efeitos mais sérios. Ao contrário, são cada vez
mais numerosos os que torcem pela ampliação
da crise como forma de minar o governo e as
chances eleitorais do presidente. Em qualquer

circunstância, trata-se de um óbvio disparate,
pois o colapso da economia e a deterioração
das instituições não ajudam ninguém – a não
ser os incendiários.
Por mais difícil e desgastante que seja, é pre-
ciso que os políticos conscientes de seu papel
se apresentem ao duro trabalho de convencer
os brasileiros de que esse confronto, tão ruido-
so quanto vazio de significado, não levará a na-
da, a não ser a um dispêndio de preciosa ener-
gia, necessária para o enfrentamento dos gra-
ves transtornos que o País atravessa.
No Brasil, o cargo de estadista está vago,
pois temos um presidente que não está à altu-
ra nem do cargo nem dos desafios que se lhe
apresentam. É claro que nenhum dos candida-
tos a essa missão precisa ser um Churchill,
mas é possível pelo menos almejar seu grande
exemplo. Na tempestade perfeita que une um
governo perdido, uma atmosfera de discórdia,
uma economia letárgica e um vírus descontro-
lado, urge parar de perder tempo com tolices
extremistas, produzidas pelo submundo delin-
quente da internet, e concentrar esforços para
mobilizar a opinião pública contra o nosso
grande e resiliente inimigo: a mediocridade.

E


m 2015, o Con-
gresso aprovou
alterações na Lei
dos Partidos Po-
líticos (Lei
9.096/1995), esta-
belecendo regras mais rígidas
para a criação e a fusão das le-
gendas. Diante do cenário na-
cional, com mais de 30 parti-
dos, quase todos sem nenhu-
ma densidade ideológica ou
programática, as mudanças
trazidas pela Lei 13.107/2015 fo-
ram positivas, ao aumentar as
restrições para o surgimento
de novas legendas. Em vez de
beneficiar a democracia, a pro-
fusão de siglas prejudica a qua-
lidade da representação e difi-
culta a governabilidade.
Como era de esperar, já que
a nova lei dificultava os planos
de partidos e políticos acostu-
mados a regras frouxas, a cons-
titucionalidade da Lei
13.107/2015 foi questionada pe-
rante o Supremo Tribunal Fe-
deral (STF). No ano passado,
o Supremo negou pedido de li-
minar, mantendo a validade
da nova lei. Recentemente, o
plenário do STF confirmou a
decisão liminar, reconhecen-
do a constitucionalidade da
Lei 13.107/2015.
Na Ação Direta de Inconsti-
tucionalidade (ADI), o Partido
Republicano da Ordem Social
(Pros) questionava a exigên-
cia legal de que, para admitir o
registro de um partido políti-
co, seus apoiadores não sejam
filiados a nenhuma outra le-
genda. Também se insurgia
contra o artigo da Lei
13.107/2015 prevendo que “so-
mente será admitida a fusão
ou incorporação de partidos
políticos que hajam obtido o


registro definitivo do Tribunal
Superior Eleitoral há, pelo me-
nos, cinco anos”. Segundo o
Pros, as duas modificações
afrontariam preceitos consti-
tucionais, ao restringir valores
como pluralidade, liberdade,
autonomia política e a partici-
pação do cidadão no processo
político-partidário do País.
No seu voto, a ministra Cár-
men Lúcia, relatora da ADI,
lembrou que a Constituição
de 1988 protege a livre cria-
ção, fusão e incorporação de
partidos políticos, desde que
sejam respeitados os princí-
pios do sistema democrático-
representativo e do pluripar-
tidarismo. Ressaltou, no en-

tanto, que as limitações trazi-
das pela Lei 13.107/2015 não
afrontam esses princípios
constitucionais.
“Os cidadãos são livres
quanto às suas opções políti-
cas, mas não são civicamente
irresponsáveis nem descom-
prometidos com as escolhas
formalizadas”, disse a minis-
tra Cármen Lúcia a respeito
da exigência de que os apoia-
dores da nova legenda não te-
nham filiação partidária. Para
a relatora da ADI, a exigência
de tempo mínimo para a fusão
e incorporação das legendas é
um sinal de respeito à opção
política do cidadão que apoiou
a criação daquele partido, evi-
tando um “estelionato eleito-
ral”, nas palavras da ministra
Cármen Lúcia.

O pluripartidarismo é ele-
mento fundamental da demo-
cracia representativa. Faz bem
a Constituição, portanto, em
assegurar inequivocamente a
liberdade de criação de parti-
dos. Mas essa garantia não é
uma autorização para que me-
ras siglas, sem nenhuma repre-
sentatividade e sem nenhuma
consistência programática,
usufruam do sistema partidá-
rio como se partidos fossem.
Atualmente, há 33 legendas re-
gistradas no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e mais 76 parti-
dos em formação. Um sistema
partidário com esses números
é claramente disfuncional.
Além de consolidar limites
razoáveis para a criação de
partidos, exigindo que as no-
vas legendas de fato represen-
tem politicamente uma parce-
la significativa da população –
e, para tanto, não bastam assi-
naturas, é preciso contar com
um programa mínimo de
ideias e projetos –, cabe ao Po-
der Legislativo rever o siste-
ma de financiamento público
dos partidos. Enquanto hou-
ver recursos públicos susten-
tando legendas, existirá estí-
mulo para que novos partidos
sejam criados.
No Brasil, ter um partido po-
lítico é um bom negócio, finan-
ceiramente rentável. Por isso,
há tanto interesse na criação
de mais legendas. O sistema
deve ser precisamente o opos-
to. Deve ser tão difícil criar e
manter um partido político
que só existam aqueles parti-
dos reais, com apoiadores real-
mente interessados nas suas
causas e, portanto, que os fi-
nanciam. Dinheiro público de-
ve ter outra destinação.

A


Organização
Mundial da Saú-
de (OMS) elen-
cou os desafios
globais urgentes
na saúde para a
década que se inicia. Os dez
tópicos foram elaborados ten-
do em vista o prazo para a con-
cretização dos Objetivos do De-
senvolvimento Sustentável da
ONU, em 2030.
Em primeiro lugar há os de-
safios genéricos e perenes de
aprimoramento dos sistemas
de saúde, como por exemplo a
valorização dos profissionais
de saúde e investimentos em
saneamento básico. Um destes
desafios é tornar o atendimen-
to mais equitativo. Entre os paí-
ses ricos e pobres a diferença
na expectativa de vida é de 18
anos. O crescimento de enfer-
midades não transmissíveis co-
mo câncer ou algumas doenças
respiratórias tem imposto um
peso desproporcional aos gas-
tos com saúde das famílias
mais pobres em países de ren-
da média e baixa. Segundo a
OMS, um dos melhores meios
de reduzir as desigualdades é o
aprimoramento do atendimen-
to primário, que cobre a maior
parte das necessidades com
saúde de uma pessoa.
Na mesma linha está a expan-
são do acesso a medicamentos.
Um terço da população mun-
dial não tem acesso a remé-
dios, vacinas, instrumentos
diagnósticos e outros produtos
que compõem o segundo
maior gasto dos sistemas de
saúde, depois das despesas
com pessoal, e o maior gasto
na saúde privada em países de
renda média e baixa.
Em 2020, as doenças infec-

ciosas devem matar 4 milhões
de pessoas, a maioria pobres,
enquanto em 2019 doenças evi-
táveis por vacinação mataram
140 mil, a maioria crianças. A
OMS acusa os níveis insuficien-
tes de financiamento e a debili-
dade dos sistemas de saúde em
países endêmicos, concomitan-
temente à falta de compromis-
so por parte dos países ricos.
Há ainda as projeções de ris-
co. Em 2019, a maioria dos sur-
tos de doenças que exigiram o
nível máximo de resposta da
OMS ocorreu em países que en-
frentavam conflitos prolonga-
dos. Se a conjuntura geopolíti-
ca se tornar mais instável, es-
ses casos podem aumentar, exi-

gindo novas estruturas de aten-
dimento humanitário. Além
disso, a OMS considera inevitá-
vel o surgimento de uma pan-
demia provocada por um novo
vírus ainda mais infeccioso que
o coronavírus – provavelmente
uma variação da influenza – ao
qual a maior parte das pessoas
não é imune. A Organização
conclama os países a preparar
seus sistemas de saúde para o
momento em que tais emer-
gências eclodirem.
“A resistência antimacrobial
ameaça um retrocesso de déca-
das para a medicina, rumo à
era pré-antibiótica”, alerta a
OMS. A elevação da resistência
é causada por uma miríade de
fatores, como prescrição e uso
desregulado de antibióticos, fal-
ta de acesso a medicamentos e

a água e esgoto. É importante
atacar estas causas e, paralela-
mente, investir no desenvolvi-
mento de novos antibióticos.
Um terço das doenças glo-
bais é causado por falta de ali-
mentação ou dietas insalu-
bres. Ao mesmo tempo que a
fome flagela milhões, sendo às
vezes uma arma de guerra, a
obesidade tem crescido global-
mente. Em 2019, a indústria ali-
mentícia se comprometeu a eli-
minar a gordura trans até


  1. Mas é necessário seguir
    investindo em reformas dos
    sistemas alimentares.
    Naturalmente, um dos tópi-
    cos de maior preocupação pa-
    ra a atual geração diz respeito
    à poluição e às mudanças cli-
    máticas. Em 2019, mais de 80
    cidades em 50 países compro-
    meteram-se a se alinhar com
    as diretrizes da OMS sobre
    qualidade do ar.
    Mas o desafio mais singular
    desta geração é provavelmente
    a exploração das novas tecnolo-
    gias. “A edição de genomas, a
    biologia sintética e as tecnolo-
    gias de saúde digital como a in-
    teligência artificial podem solu-
    cionar muitos problemas, mas
    também levantar questões pa-
    ra a fiscalização e a regulação.”
    Reflexões e diálogos aprofunda-
    dos sobre as implicações éticas
    e sociais do desenvolvimento
    tecnológico são mais importan-
    tes do que nunca. Um trabalho
    constante de revisão das evi-
    dências associado a delibera-
    ções regulatórias por parte dos
    poderes públicos será essen-
    cial para que as tecnologias de
    última geração, que incluem a
    criação de novos organismos,
    não causem danos às pessoas
    que deveriam ajudar.


Escassez de estadistas


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

OMS alerta sobre os
desafios na saúde nesta
década, incluindo
surgimento de novo vírus

Notas & Informações


Limites aos partidos


A Lei 13.107/2015 é
positiva, ao aumentar as
restrições para a criação
de novas legendas

A saúde na década de 20


l Governo Bolsonaro
Pelo olhar de Werneck Vianna

“Programa político não há. A
luta é pelo poder” – essa frase
define bem a visão do cientis-
ta político e professor da
PUC-Rio Luiz Werneck Vian-
na sobre o governo de Jair Bol-
sonaro, em sua excelente en-
trevista publicada no Estadão
(14/3). Diz ele sobre a manifes-
tação popular convocada pelo
Planalto que o adiamento, por
ela já estar esvaziada, foi sopa
no mel, com a desculpa da
pandemia do coronavírus. E
que vê nos atos adiados “uma
tentativa de forçar os limites
da institucionalidade para
rompê-la”. Lembra, com pro-
priedade, que quando os mili-
tares assumiram o poder em
1964 “não apelaram para as
massas” e ao tomarem o po-
der pelo menos tinham um
programa de modernização
do País, sem desculpar os gra-
ves excessos cometidos então.
E “hoje qual é o programa?”,
questiona. Não compartilha a
ideia de que este governo, que
nem a economia faz andar,
esteja tonto, entende que seu
projeto é conquistar todo o


poder político para si. Wer-
neck Vianna considera que as
instituições estão, sim, amea-
çadas, mas resistem. Elogia o
comportamento da imprensa,
que não se verga às ofensas e
ameaças de Jair Bolsonaro. E
diz que até o ditador italiano
Benito Mussolini (1925-1945)
era mais bem preparado que
Bolsonaro, pois tinha um pro-
grama de governo: “Aqui é um
fascismo nu”. Mamma mia!
PAULO PANOSSIAN
[email protected]
SÃO CARLOS

Ataques à mídia
A respeito do editorial A carti-
lha que Bolsonaro não leu (13/3,
A3), mesmo sendo bolsonaris-
ta, devo, a bem da verdade,
concordar com o texto em si.
ERNANI DA SILVA SILVA
[email protected]
SÃO PAULO

Autofagia
O processo político democráti-
co desencadeia forças ensan-
decidas que podem destruí-lo.
EUGÊNIO JOSÉ ALATI
[email protected]
CAMPINAS

Recifes artificiais
Enquanto o Instituto Chico
Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) criti-
ca o projeto do governo de
afundar sucatas no mar, por-
que vão atingir áreas com es-
pécies em risco, o presidente
da entidade apoia a ideia. Os
locais previstos pelo ministro
do Meio Ambiente, que decidi-
damente não é do ramo, atin-
gem áreas onde vivem 110 es-
pécies ameaçadas de extinção.
Só quem ignora o que seja um
ecossistema, no caso, submari-
no, e sua importância para a
humanidade poderia tomar
uma decisão tão estapafúrdia.
O litoral brasileiro é um dos
mais privilegiados do planeta,
com tantos locais naturais de
magníficas belezas e corais.
Caberá ao Congresso salvar o
Arquipélago de Fernando de
Noronha, e outras áreas espe-
cialíssimas, da sanha do minis-
tro e do próprio presidente,
que sabidamente não preza a
natureza. Pois é exatamente
nas áreas de preservação am-
biental que se encontram os
berçários dos peixes e outras
criaturas da fauna marinha.

Interferindo de maneira tão
radical nesses locais, o gover-
no prejudicará até a indústria
pesqueira. O Brasil não preci-
sa sacrificar locais como Noro-
nha e Angra dos Reis para rea-
lizar a pesca esportiva.
GILBERTO PACINI
[email protected]
SÃO PAULO

l Coronavírus
Falta de leitos
As autoridades preveem uma
bem provável falta de leitos
hospitalares e de UTI nesta
crise de coronavírus. É o mo-
mento para lembrar que boa
parte dos leitos hospitalares
está ocupada por vítimas de
acidentes de trânsito. O Hospi-
tal das Clínicas já chegou a ter
33% dos leitos de pronto-aten-
dimento ocupados por aciden-
tados, muitos deles acabando
na UTI. Mossoró, uma das ci-
dades mais ricas do Nordeste,
chegou a ter 78% – a maioria,
motociclistas. E Brasil afora a
situação é de calamidade, com
algo como 40 mil mortes por
ano no trânsito, mais 400 mil
sequelados. Ou seja, só aí, al-
go em torno de 440 mil que

necessitaram de atendimento
emergencial. Acabei de viajar
por 15 dias de carro no Paraná
e em Santa Catarina e fiquei
impressionado com a quanti-
dade de motoristas e motoci-
clistas trafegando bem acima
da velocidade permitida, uma
diferença grande da última
vez que lá estive, provavelmen-
te resultado das falas irrespon-
sáveis de Bolsonaro. Espero
que agora, com a necessidade
de leitos e UTIs, os brasileiros
se deem conta de que não po-
demos continuar assim. Coro-
navírus não é a primeira epide-
mia brasileira e provavelmen-
te nem será a mais mortal.
ARTURO CONDOMI ALCORTA
[email protected]
SÃO PAULO

l Economia
Disponibilidade de recursos
O Supremo Tribunal, se não
adiarem a pauta, decidirá a
questão da devolução dos re-
cursos pertencentes aos pou-
padores, relativos aos vários
planos econômicos de gover-
no, no próximo dia 20. Ajuda-
ria muito a economia se fos-
sem liberadas as dezenas de

bilhões aos indenizados, sem
nenhum ônus para o governo.
Quem deve são os bancos,
que, aliás, lucraram R$ 100
bilhões em 2019. Fica a dica.
MÁRCIO DA CRUZ LEITE
[email protected]
ITU

Recuperação da poupança
A recuperação da poupança,
na realidade, virou um grande
mico. Aguardando há mais de
12 anos uma solução, chega-se
à conclusão de que é tudo um
“passa-moleque”. Nestes dias
em que o governo procura aju-
dar os idosos, liberando parte
do 13.º salário aos aposenta-
dos para que possam cobrir
parte das despesas eventuais
com a crise de coronavírus,
chama a atenção a insensibili-
dade dos bancos (no meu ca-
so, o Banco do Brasil) ao difi-
cultarem a liberação de um
dinheiro que pertence ao pou-
pador. Minha revolta justifica-
se por já ter mais de 80 anos e
não ver nenhuma luz no fim
do túnel dessa insensatez.
ADALBERTO AMARAL ALLEGRINI
[email protected]
BRAGANÇA PAULISTA

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