Adega - Edição 173 (2020-03)

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A

s preocupações com o meio am-
biente e com a sustentabilidade do
planeta estão cada vez mais pre-
mentes e fazem com que o mundo
do vinho acompanhe essa tendên-
cia. Assim, alguns produtores e consumidores,
sempre que podem, tentam mostrar que estão
atentos a essas questões. Dessa forma, os vinhos
ditos naturais, orgânicos ou biodinâmicos apare-
cem com força no mercado.
Mas qual seria a diferença entre essas nomen-
claturas? Todas elas denotam vinhos “sus-
tentáveis” ou ecologicamente corretos?
Vamos começar pela categoria or-
gânico. O vinho orgânico é produ-
zido sem o uso de pesticidas artifi-
ciais, fungicidas, herbicidas etc.,
de acordo com regras estabele-
cidas por órgãos internacionais.
Os viticultores podem cultivar
e combater problemas usando
produtos que ocorrem natural-
mente, como o dióxido de enxo-
fre, ou introduzir predadores ou
induzir a confusão sexual usando feromônios. Na
vinícola, também se devem evitar aditivos.
O próximo passo é o biodinâmico. A vinifica-
ção biodinâmica segue os princípios do filósofo
Rudolf Steiner tentando promover equilíbrio e
harmonia nas culturas usando de meios como a
pulverização de infusões de substâncias naturais,

assimcomoseguir as fases da lua para gerenciar a
vinha, colheita, vinificação etc. Nem todos os vi-
nicultores que adotam práticas
orgânicas ou biodinâmicas op-
tam por obter uma certificação,
que é dispendiosa e demorada para
adquirir.
Por fim, a classificação mais
controversa é a “natural”. Diferen-
temente da viticultura orgânica
ou biodinâmica, não existe um
órgão de supervisão que atribua
a certificação “natural” aos pro-
dutores de vinho e, dessa forma,
não há uma regra pré-estabelecida
universal. A ideia principal é intervir
o menos possível nos processos, seja cul-
tivo, seja vinificação. Evitam-se produtos
químicos sintéticos, filtragem, adição de
leveduras industriais, açúcar ou enzimas e
alguns podem até nem regular a temperatura
de fermentação.
Ou seja, o que você procura ao comprar um
vinho com essas classificações? Se for respeito à na-
tureza, os certificados orgânicos e biodinâmicos são
garantias. Mas lembre-se que há vários produtores
que adotam diversas práticas orgânicas e biodinâmi-
cas, porém não estampam isso no rótulo, pois não
são (ou não querem ser) certificados. Então vale a
pena conferir a história do produtor e do vinho, es-
pecialmente dos que se dizem naturais.

“Qual a diferença entre vinhos biodinâmicos, naturais e orgânicos?”,
pergunta o leitor Paulo Roberto Marone

Natural,


orgânico ou


biodinâmico?

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