Adega - Edição 173 (2020-03)

(Antfer) #1

Adega ou biblioteca
Ele também não fala sobre os custos de manuten-
ção da biblioteca, que tem controle de temperatu-
ra e umidade, além do trabalho constante de higie-
nização dos livros. Carla conta que, por exemplo,
os títulos novos ficam em quarentena antes de se
juntarem aos outros da biblioteca, para garantir
que possíveis infestações não se propaguem.
Há 11 anos, Reppucci publica um pequeno livro
com algum tema de vinho, uma espécie de excerto
das obras de sua fantástica biblioteca. A cada ano, são
cerca de 150 exemplares distribuídos para amigos e
feitos “apenas por prazer” com a curadoria e super-
visão do amigo Claudio Giordano, “um velho editor,
no bom sentido”. Em 2019, o tema foi “O Vinho nos
Rubaiyat de Omar Khayyam”, por exemplo.
Sobre o futuro de sua coleção de livros, Rep-
pucci não sabe precisar. Já no campo do vinho


especificamente, ele diz que possui quatro adegas
em casa e outra em Monte Verde, somando cer-
ca de 1500 garrafas. Quando questionado sobre
quais rótulos coleciona, responde: “Não colecio-
no, bebo”, mas enumera alguns châteaux clássicos
bordaleses, domaines borgonheses de prestígio e
nomes famosos de outros países. Seu preferido, La
Mission Haut-Brion (pelo qual se apaixonou de-
pois de beber uma safra 1978).
Se a coleção de vinhos parece ser mais simples
de “liquidar” (basta literalmente beber o estoque),
a de livros ainda é uma incógnita. “Não tenho
nada definido”, admite, apesar de dizer que seus fi-
lhos têm instruções claras para procurar os grandes
livreiros caso Reppucci faleça. Que esse tesouro
todo possa ficar em boas mãos e com acesso para
que os estudiosos do mundo do vinho desfrutem
do seu conhecimento.

Incunábulos
são primeiros
livros
impressos,
desde 1450,
quando
Gutenberg
inventou a
primeira prensa
de tipos móveis,
até 1500
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