Adega - Edição 173 (2020-03)

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MUNDOVINO |^


EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Taça esperta
Flavonóis encontrados no vinho
estão associados a menor risco de Alzheimer

Um estudo da Rush University,
em Chicago, descobriu que uma
maior ingestão de flavonóis, uma
subclasse de polifenóis bioativos
encontrados em frutas, vegetais
e no vinho, está associada a um
menor risco de desenvolver
Alzheimer. A pesquisa, publicada
na revista Neurology, analisou
dados do Rush Memory and
Aging Project (MAP), um estudo
em andamento baseado em
Chicago. A partir de 2004, o Dr.
Thomas Holland e sua equipe
de pesquisadores conduziram
avaliações neurológicas anuais
e avaliações dietéticas de 921
participantes sem demência.
A equipe avaliou a frequência
usual de ingestão de 144 itens
alimentares. Eles se concentraram
em quatro flavonóis comumente
encontrados em frutas e vegetais:
isorhamnetina, miricetina,
kaempferol e quercetina. Eles
organizaram os principais itens
alimentares com seu flavonol
correspondente. O vinho foi
marcado com miricetina e
isorhamnetina. Os participantes
foram finalmente divididos com
base nos níveis de consumo de
flavonol.
Dos 921 participantes do
MAP que inicialmente não
tinham demência, 220 acabaram
desenvolvendo a doença de
Alzheimer e os resultados
aumentam as evidências crescentes
que favorecem o consumo
moderado de vinho como parte
essencial de uma dieta cognitiva.

Os participantes que seguiram
uma dieta com maior ingestão de
flavonol tiveram um risco 48%
menor de desenvolver Alzheimer
em comparação com aqueles que
consumiram menos.
O kaempferol, encontrado
em couve, feijão, chá, espinafre e
brócolis, foi associado a uma queda
de 51% no risco de desenvolver
Alzheimer e demência. O consumo
de miricetina, encontrado em vinho,
chá, couve, laranja e tomate, estava
associado a um risco 38% menor de
desenvolver demência, enquanto a
isorhamnetina, encontrada em vinho,

peras, azeite e molho de tomate,
estava associada também a um risco
38% menor. Nenhum benefício foi
encontrado para a quercetina.
Thomas Holland diz que os
vegetais são os maiores contribuintes
para o consumo de flavonol, mas
defende uma taça de vinho como
uma boa fonte de flavonóis. “Este
estudo é uma peça do quebra-
cabeça para qualquer pessoa que
queira pensar em benefícios para a
demência ou doença de Alzheimer.
Precisamos pensar nisso como uma
modificação do estilo de vida”,
afirmou.
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