Adega - Edição 173 (2020-03)

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MUNDOVINO


42 ADEGA >> Edição^173


Culpa da rolha?
Vinícola processa produtor
de cortiça em US$ 3,5 milhões

Segundo a vinícola Cayuse, de
Washington, os vinhos da safra 2015
foram arruinados devido a rolhas
com defeitos. Em 2017, a vinícola
não liberou as garrafas afetadas
e trabalhou com sua companhia
de seguros para reembolsar seus
clientes. Agora, sua seguradora está
processando a produtora de cortiça
Lafitte Cork & Capsule pelos mais de
US$ 3,5 milhões de danos que teve.
A contaminação afetou quase
3.000 caixas incluindo os melhores
rótulos da vinícola, cujos vinhos
variam de US$ 90 a US$ 175 por
garrafa e são vendidos através de
uma lista de distribuição. O enólogo
e proprietário Christophe Baron
disse: “Embora tenhamos trabalhado
diligentemente para resolver este
infeliz capítulo da nossa história de
forma amigável com o fornecedor
de cortiça Lafitte Cork & Capsule
e sua seguradora nos últimos dois
anos, esses esforços não foram bem-
sucedidos”.
Assim, a seguradora da Cayuse,
Interested Underwriters, entrou
com uma ação contra o produtor de
cortiça no final de janeiro. Como
a seguradora era responsável pela
apólice das perdas sofridas pela
Cayuse durante o engarrafamento,
agora está tentando recuperar o
dinheiro da Lafitte.
Fundada em 1982, a Lafitte Cork
& Capsule fica sediada em Napa
e faz parte do grupo Lafitte, que
possui instalações de produção de
cortiça em toda a Europa e América
do Sul. A Interested Underwriters
alega que Lafitte violou seu contrato
ao entregar rolhas com defeito.

Segundoa denúncia,asrolhas
para engarrafar os vinhos de 2015
“continham partículas de parafina,
silício e uma película oleosa,
contaminando o vinho e tornando-o
impróprio para a venda no mercado”.
Cayuse comprou mais de 44.600
rolhas da Lafitte em abril de 2017
por quase US$ 69 mil, de acordo
com o processo judicial. A vinícola
notou um problema enquanto
arrolhava o rótulo Hors Catégorie
Syrah em maio de 2017. A vinícola
parou imediatamente de engarrafar
quando descobriu parafina das rolhas
com defeito e entrou em contato
com Lafitte. O restante do vinho foi
devolvido ao tanque e engarrafado
posteriormente.
A vinícola afirma que Lafitte
garantiu que a contaminação afetaria

apenas as rolhas da marca Hors
Catégorie e que poderia prosseguir
com o engarrafamento do restante
de seus vinhos. “Fomos informados
de que as rolhas para Cayuse vieram
de um segundo lote separado e
estavam bem”, disse Dorland.
Mais tarde, a vinícola descobriu
parafina e uma substância oleosa nos
vinhos engarrafados com o segundo
lote de rolhas. Cayuse e Lafitte
realizaram uma inspeção conjunta
dos vinhos, confirmando que todo o
engarrafamento foi afetado.
Segundo a denúncia, após o
engarrafamento, Lafitte admitiu que
a máquina de rolha que aplica os
revestimentos de parafina era nova
e que o primeiro conjunto de rolhas
apresentava contaminação por cera.

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