Adega - Edição 173 (2020-03)

(Antfer) #1

Edição 173 >> ADEGA 43


Taças menores, por favor


Órgão de saúde britânico quer limitar o tamanho
dastaçasnosrestaurantes
Parceria


ambiental
Projeto da Symington criou
primeira associação com
empresa de preservação

A Symington Family Estates
anunciou uma nova parceria
ambiental com a Rewilding Portugal
para melhorar a biodiversidade no
Vale do Côa, no Douro. A parceria
apoiará uma série de esforços de
conservação em 120.000 hectares
entre a cordilheira de Malcata e o
vale do Douro, no norte do país.
O projeto busca recuperar o
habitat para apoiar espécies-chave
como lobos, lince ibérico, veado
e várias aves de rapina. O apoio
financeiro será fornecido por meio
do recentemente anunciado Impact
Fund, que a Symington Family
Estates criou para ajudar a financiar
iniciativas ambientais e sociais como
parte de suas responsabilidades.
Johnny Symington, presidente
da Symington Family Estates,
disse: “A Rewilding Portugal é
nosso parceiro natural – eles estão
comprometidos em regenerar a
natureza em terras degradadas ou
abandonadas no norte de Portugal
e seu modelo envolve impulsionar
a economia local através do
desenvolvimento de empresas
que trabalham para proteger os
esforços de conservação. Estamos
profundamente preocupados com
os desafios ambientais que o mundo
enfrenta atualmente e estamos
comprometidos em fazer o possível
para apoiar ecossistemas saudáveis e
contribuir para um futuro positivo
para as comunidades em que
trabalhamos”.

De acordo com a Public Health
England, órgão de saúde pública
britânico, as taças de vinho dos
restaurantes não devem exceder 250
ml, para evitar casos de compulsão
alimentar no Reino Unido.
Pesquisadores da Universidade
de Cambridge descobriram que as
pessoas bebem menos quando recebem
vinho em uma taça menor. Quando o
tamanho da taça foi aumentado de 300
ml para 370 ml, as vendas de vinhos
em restaurantes aumentaram 7,3%.
E a redução do tamanho da taça para
250 ml levou a uma queda de 9,6%.
Os pesquisadores concluíram que os
bebedores “podem não ser capazes de
dizer a diferença” entre uma taça de 250
ml, uma de 300 ml e uma de 370 ml.
O estudo foi baseado nas descobertas de
cinco restaurantes do Reino Unido.
“Este estudo sugere uma nova
abordagem da política de álcool,
analisando como o tamanho das taças
de vinho pode influenciar o quanto
bebemos. Isso mostra como nosso
ambiente de bebida pode impactar na
maneira como bebemos e nos ajuda
a entender como desenvolver um


ambiente que nos ajuda a beber menos”,
disse Clive Henn, consultor sênior de
álcool da Public Health England.
Especialistas em saúde culpam as
grandes taças em restaurantes pelo
aumento do consumo excessivo de
álcool. A Public Health England
acredita que as descobertas poderiam
ser usadas para alterar as leis em torno
da legislação de licenciamento, o que
poderia forçar os restaurantes no Reino
Unido a usar taças menores.
David Moore, proprietário dos
restaurantes Pied a Terre e L’Autre
Pied, ambos com estrelas Michelin,
classificou as conclusões do estudo de
“besteiras ridículas”. “É a quantidade
de vinho na taça e não o tamanho dela.
Em um restaurante onde você tem um
sommelier, você nunca terá mais de 75
ml de vinho em uma taça”, pontuou.
Dan Keeling, cofundador da Noble
Rot em Bloomsbury, acrescentou:
“Não sou contra porções moderadas,
mas os aromas são responsáveis pela
maior parte do que é provado. Grandes
vinhos precisam de espaço em uma
taça para serem expostos ao oxigênio
para torná-los mais expressivos”.
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