Adega - Edição 173 (2020-03)

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Mosel
Se a Alsácia, na França, é uma região fortemen-
te vinculada aos vinhos brancos, pode-se dizer
que a Alemanha é um país cuja fama vitivinícola
deve-se aos brancos. Lá, pouco mais de 30% dos
vinhedos são de variedades tintas, o restante é
de cepas brancas, especialmente a Riesling, que
representa quase um quarto dos vinhedos culti-
vados no país. A Alemanha vitivinícola é dividi-
da em 13 regiões e algumas, como Mosel, por
exemplo, são exclusivamente ligadas aos bran-
cos. Lá, mais de 60% das vinhas são de Riesling
e o restante de Müller-Thurgau e Elbling. Uma
particularidade dos vinhos alemães é sua classifi-
cação por nível de maturação das uvas, contudo,
quem quiser se ater aos vinhos secos, busque pe-
los Grosses Gewächs. Essa é a nomenclatura que
os alemães reservaram unicamente aos vinhos
secos produzidos dentro de parcelas de vinhedos
especiais chamados Grosse Lage, uma espécie de
Grand Cru.

AD90 pontos
K RIESLING TROCKEN 2014
Reichsgraff Von Kesselstatt, Mosel, Alemanha
(Vind’Ame R$ 159). Branco seco elaborado
exclusivamente a partir de uvas Riesling
advindas de solos de ardósia, fermentadas
com leveduras indígenas e sem passagem
por madeira, mas mantido em contato com
as suas leveduras por dois meses. Um
Riesling de dicionário, cheio de frutas brancas
seguidas de notas florais, herbáceas e,
principalmente, minerais. No palato, é frutado
e de médio corpo, tem acidez refrescante, boa
textura e final persistente, com toques cítricos,
confirmando os traços minerais encontrados
no nariz. Álcool 10%. EM

Vernaccia di San Gimignano
A cidade de San Gimignano é famosa por suas
torres, por seus sorvetes (considerados os melho-
res do mundo) e também por seu clássico vinho
branco chamado Vernaccia di San Gimignano,
que mereceu citação de Giovanni Boccaccio e
de Dante Alighieri em suas obras-primas, o De-
camerão e a Divina Comédia, respectivamente.
Antigamente, diz-se que o Vernaccia di San Gi-
mignano era um vinho doce, mas atualmente é
um branco seco, de boa acidez, com tons florais
e minerais. Em 1966, após um período de re-
nascimento (ficou esquecido durante séculos),
tornou-se o primeiro vinho italiano a obter a
Denominação de Origem Controlada. A região
possui 1.900 hectares de vinhas, sendo que 720
são destinados à produção de Vernaccia di
San Gimignano.

AD 90 pontos
PICCINI VERNACCIA DI SAN GIMIGNANO 2017
Piccini, Toscana, Itália (Vinci US$ 27).
Branco elaborado exclusivamente a partir de
Vernaccia di San Gimignano, sem passagem
por madeira. Mostra frutas brancas e de
caroço maduras escoltadas por notas florais
e de ervas, além dos típicos toques de frutos
secos da variedade. Cremoso e de bom
volume de boca, tem acidez vibrante, gostosa
textura e final agradável e persistente, com
toques salinos, cítricos e de nozes. Um ótimo
exemplar de Vernaccia, uma das castas mais
nobres e tradicionais da Toscana. Álcool
12,5%. EM

G

A
R
R
(

No coração da Toscana,
Vernaccia já foi citado por
Dante e Boccaccio
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