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B14 Economia TERÇA-FEIRA, 17 DE MARÇO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO
Negócios
Mônica Scaramuzzo
Cleide Silva
Márcia De Chiara
Os frigoríficos estão em esta-
do de alerta com a pandemia
do coronavírus que, além de
afetar o Brasil, reduziu drasti-
camente as exportações de
produtos para grandes clien-
tes, como a China. O ‘Estado’
apurou que a JBS vai dar fé-
rias coletivas de 20 dias em
cinco das 37 unidades no Bra-
sil. Serão fechadas tempora-
riamente quatro fábricas de
Mato Grosso e uma de Mato
Grosso do Sul entre os dias 19
de março e 9 de abril.
O Minerva avalia fazer o mes-
mo em cinco de suas dez plan-
tas no País. A companhia está
definindo quais serão as unida-
des a serem desativadas por um
tempo. Procurada, a JBS confir-
mou apenas que “avalia a im-
plantação de férias coletivas”.
Minerva não comentou. A Mar-
frig fechou uma unidade, a de
Salto, no Uruguai, por casos sus-
peitos do novo coronavírus na
própria fábrica. No Brasil, a em-
presa encerrou as atividades de
Tarumã (PA) para concentrar
suas atividades em outras uni-
dades mais produtivas. A BRF
comentou que não vai fazer alte-
rações no momento.
Com o fechamento do merca-
do europeu e a queda do consu-
mo da China, “as exportações
brasileiras vão passar por um
momento crítico”, admite Antô-
nio Jorge Camardelli, presiden-
te da Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Car-
ne (Abiec). Na China, segundo
ele, o consumo caiu significati-
vamente por conta da pande-
mia. Na Europa, o mercado está
praticamente fechado. “Acredi-
to que no Brasil, por conta da
similaridade dos casos, sere-
mos afetados. O setor de food
service (comida fora do lar)
também vai ser atingido.”
O rápido aumento de casos
do novo coronavírus no Brasil
também levou representantes
da indústria e dos trabalhado-
res a iniciarem medidas para
suspender a produção em caso
de necessidade. A Volkswagen
protocolou ontem à tarde no
Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC a intenção de dar férias co-
letivas por dez dias na unidade
local a partir do dia 30.
O presidente executivo da As-
sociação Brasileira da Indústria
de Máquinas e Equipamentos
(Abimaq), José Velloso, infor-
ma que vai convocar dirigentes
dos 83 sindicatos representan-
tes dos trabalhadores do setor
para discutir um plano de con-
tingência para o período mais
difícil. O setor emprega 310 mil
trabalhadores, dos quais 60%
são nas linhas de produção. “Va-
mos negociar banco de horas pa-
ra quem ficar parado e parcela-
mento de salários, caso as indús-
trias passem por dificuldade.”
O Sindicato dos Metalúrgi-
cos de São José dos Campos e
região, onde estão, por exem-
plo, Embraer, Caoa Chery e
uma das fábricas da General Mo-
tors, iniciou ontem o envio de
cartas às empresas propondo a
adoção de licença remunerada,
em caráter emergencial. “Há
um temor muito grande entre a
categoria e estamos sendo co-
brados por isso”, diz Renato Al-
meida, vice-presidente da enti-
dade. “A produção poderá ser
recuperada futuramente, as vi-
das não.” Segundo ele, hoje está
prevista uma reunião com re-
presentantes da GM e o assun-
to também será debatido.
Ontem, o presidente do Sin-
dicato dos Metalúrgicos de São
Caetano do Sul, cidade que tam-
bém abriga uma fábrica da GM,
esteve com a direção da empre-
sa e ocorreram conversas sobre
a adoção de medidas como fé-
rias coletivas, licença remunera-
da e lay-off (suspensão tempo-
rária de contratos) caso a situa-
ção provocada pela covid-19 exi-
ja esse tipo de medida.
“Por enquanto, a produção
está normal, inclusive talvez
parte dos funcionários tenha de
trabalhar no sábado para dar
conta da demanda pelo novo
Tracker”, informa o presidente
do sindicato, Aparecido Inácio
da Silva. Segundo ele, desde ja-
neiro, a empresa contratou en-
tre 400 e 450 funcionários para
incrementar a produção do mo-
delo, o primeiro utilitário espor-
tivo (SUV) fabricado pela mar-
ca no País. A empresa não con-
firma esses dados.
Home office. Muitas empresas
já estão adotando ou amplian-
do o trabalho remoto na área ad-
ministrativa. Ontem, a Vale
anunciou que adotou o home of-
fice para 1,8 mil funcionários da
sua sede no Rio. A Whirlpool,
dona das marcas Brastemp e
Consul de eletrodomésticos,
adotou o trabalho em casa para
cerca de mil funcionários que
trabalham nos escritórios em
São Paulo. Entre as montado-
ras, GM, Ford, Pirelli, FCA Fiat
Chrysler, Mercedes-Benz, Re-
nault e Toyota também opta-
ram pelo trabalho remoto. Hon-
da e Nissan adotaram home offi-
ce em casos específicos.
João Carlos Brega, presiden-
te da Whirlpool para América
Latina, diz que deu autonomia
para gestores administrarem o
home office e frisa que há uma
campanha de conscientização
dos funcionários. “Não adianta
o funcionário ficar em casa e ir
para o shopping.”
Brega admite que a epidemia
terá impacto na demanda por
eletrodomésticos. No entanto,
até agora as três fábricas funcio-
nam normalmente. Ele argu-
menta que a prioridade é a saú-
de dos funcionários e que é di-
fícil prever quais medidas serão
adotadas para ajustar a oferta à
menor demanda.
PANDEMIA DO CORONAVÍRUS
Márcia De Chiara
O comércio varejista brasileiro
já sentiu o baque nas vendas por
conta das medidas seguidas pe-
la população para prevenir a
propagação da epidemia do co-
ronavírus, que incluem a me-
nor circulação de pessoas em
ambientes públicos, como
shopping centers, por exemplo.
Entre o sábado e o domingo,
as consultas para vendas à vista
e a prazo nas lojas, excluindo os
supermercados, caíram dois
dígitos em relação a igual perío-
do do ano passado e também na
comparação com o fim de sema-
na anterior.
Levantamento feito pelo Ins-
tituto de Economia Gastão Vidi-
gal da Associação Comercial de
São Paulo (ACSP), com base na
amostra nacional fornecida pe-
la Boa Vista Serviços, aponta re-
cuo de 16,7% nas consultas para
negócios à vista e a prazo em
relação ao mesmo fim de sema-
na do ano passado. Em relação
ao fim de semana anterior, a
queda foi de 16,3%.
“É uma retração forte. Daqui
para frente, os efeitos no varejo
dependerão das medidas que se-
rão tomadas”, afirma o econo-
mista-chefe da ACSP, Marcel
Solimeo.
Ele destaca que antes do fim
de semana e da adoção de medi-
das emergenciais de prevenção,
as vendas no varejo neste mês
cresciam 5,3% só na cidade de
São Paulo na comparação com
março do ano passado. Conside-
rando o mesmo número de
dias, o desempenho era estável
nessa base de comparação.
“Hoje, o ambiente é de muita
incerteza e, por isso, não é possí-
vel reavaliar as projeções feitas
para o desempenho do varejo
neste ano”, diz Solimeo. A ex-
pectativa inicial era de que o co-
mércio varejista fechasse este
ano com um avanço entre 2% e
3% sobre 2019.
Solimeo acredita, no entan-
to, que, passado o pico do epide-
mia, essa perda de vendas seja
revertida e até possa ser com-
pensada, porque o consumidor
deve voltar às compras que fo-
ram adiadas em razão da crise
de saúde pública. Já as empre-
sas prestadoras de serviços, co-
mo bares e restaurantes, por
exemplo, devem ser mais casti-
gadas do que as lojas, porque a
demanda perdida não será com-
pensada mais para a frente.
Um ponto de preocupação,
segundo o economista, são as
lojas que estão muito endivida-
das e com dificuldade de capital
de giro. “Nesse caso, a queda na
demanda poderá ser fatal.”
Epidemia derruba
vendas no País no
fim de semana
l Em caso de dificuldade
Efeito coronavírus força frigoríficos a
parar unidades e dar férias coletivas
Sem detalhes. Em nota, a JBS confirmou apenas que avalia adoção de férias coletivas
Montadoras cancelaram eventos
de lançamentos. A apresentação
oficial do SUV Tracker, programa-
da para esta semana foi substituí-
da por transmissão via strea-
ming. A mesma estratégia foi
adotada para o lançamento da
picape Ranger, da Ford. A apre-
sentação da Amarok V6, da
Volkswagen, em Buenos Aires,
foi suspensa. A Iveco cancelou
evento do novo furgão Daily.
“Não adianta um movimento pequeno. A crise é enorme”, diz presidente da Latam no Brasil. Pág. 16 }
Negócios caíram cerca
de 16% em relação aos
mesmos dias de 2019 e
também ante o sábado
e o domingo anteriores
160 VEÍCULOS LEVES, MÉDIOS E PESADOS (57 VW: 8 MOD. 11.140 – 1991/92, 2 MOD. 13.130 – 1985, 2 MOD. 16.170 – 1991, 6 MOD. 12.140 H – 1993, 8 MOD. 17.180 EURO3 WORKER – 2008/09, 2 MOD. 7.110 S – 1993, 6 MOD. 8.120
EURO3 – 2010, 11 GOL 1.6 POWER GIV – 2009, 3 PARATI 1.6 – 2009 E 9 SAVEIRO CE CROSS MA – 2014/15, 48 FIAT: 5 UNO WAY 1.0 - 2014, 1 PALIO ESSENC. 1.6 DL – 2011 E 42 STRADA FIRE CE FLEX / WORKING CE – 2008/11/12/13/14,
21 RENAULT: 17 SANDERO EXP 16 / 10 / RP – 2011/12/13/14 E 4 DUSTER 20D 4X4 – 2014, 17 IVECO: 1 DAILY 35S14HDCD – 2014, 8 EUROCARGO 230E24 / 260E25N – 2011/12, 4 STRALIS 450S33T / 480S48TZ / 740S41TZ / 800S48TZ –
2010/11/12/13/14 E 4 TECTOR 260E28 – 2014, 9 FORD: 7 CARGO 1933TL/2322/2629 6X4 – 1993/2012/14/15 E 2 F600 – 1976/78, 1 GM D-20 CUSTOM S – 1988/89 E 7 SEMIRREBOQUES PRANCHA: 4 RANDON – 1975 E 1 LENÇÓIS – 2011,
2 TRIEL 3 EIXOS – 2012/13) • 208 MÁQ. / EQUIP. DE TERRAPLANAGEM: 71 TRATORES DE ESTEIRA 7D (63 FIATALLIS E 8 NEW HOLL AND), 39 MOTONIVEL ADORAS (6 CASE 845 E 33 FIATALLIS FG140), 35 PÁ-CARREGADEIRAS (11 DOOSAN
DL250 / 250V / MEGA, 20 KOMATSU WA180 E 4 NEW HOLLAND W170B), 25 RETROESCAVADEIRAS (21 FIATALLIS FB80, 3 CASE 580H E 1 NEW HOL AND B90B), 5 ESCAVADEIRAS (2 CASE CX220, 2 DOOSAN DX255 E 1 NEW HOLLAND E175C),
1 GUINDASTE HYSTER, 12 ROLOS VIBRO MULLER VAP70, 13 ROLOS COMPACTADORES PÉ DE CARNEIRO / LISO, 5 SCRAPERS TATU / NICOLA, 2 COMPACTADORES DE SOLO TIPO SAPO FORTEMAC / HONDA GX 160) • 42 IMPLEMENTOS
AGRÍCOLAS: 7 TRATORES DE PNEUS (5 VALMET 65 / 785 / BH165, 1 FORD 4630 E 1 MASSEY FERGUSON 290), 13 SUBSOLADORES DE ARRASTO, 14 GRADES ARADORAS BALDAN / TATU / STA IZABEL / SOMASSEY, 4 ENX ADAS ROTATIVAS
AGRITECH / CEMAG / HOWARD E 4 ROÇADEIRAS TATU) • 8 TORNOS MARONI / TONANNI / IMOR / NARDINI • PRENSA SIWA 150TON • GERADORES • EQUIP. DE SOLDAGEM OXIGÁS / ELÉTRICA • COMPRESSORES MÓVEIS / ESTACIONÁRIOS
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ELETRODOMÉSTICOS • ELETRÔNICOS • INFORMÁTICA • TELEFONIA • MÓVEIS RESIDENCIAIS / ESCRITÓRIO E OUTROS MATERIAIS. DIA 18/03/2020: Os bens encontram-se na Unid. de Campinas - Avenida Brasil, 2100 - Jardim Chapadão -
Campinas / SP - CEP.: 13070-178 (LOTES: 3001 AO 3167) e na Unid. de Presidente Prudente - Rodovia Raposo Tavares, km 564 - Vila Nova Prudente - Presidente Prudente / SP - CEP.: 19053-205 (LOTES: 4001 AO 4284). DIA 19/03/2020: Os
bens encontram-se na Regional Noroeste de São José do Rio Preto - Avenida Lineu de Alcântara Gil, 4877 - Bairro Romano Calil - São José do Rio Preto - CEP.: 15075-000 (LOTES: 0001 AO 0221), no Escritório Central São Paulo - Praça Ramos
de Azevedo, 254 - 1º andar - Centro - São Paulo / SP - CEP.: 01037-010 (LOTES: 1001 AO 1039) e na Regional Sudeste de Bauru - Av. Rodrigues Alves, 38-118 - Vila Paulista - Bauru / SP - CEP.: 17.030-000 (LOTES: 2001 AO 2351). As visitas
e retiradas ocorrerão somente sob agendamento com o leiloeiro através de solicitação via e-mail [email protected], ou pelo tel. da Central de Atendimento: (11) 2464-6464, opção nº 9. CONDIÇÕES DE VENDA: os bens serão vendidos
no estado em que se encontram. PAGAMENTO de 100% no ato da arrematação, mais 5% do total de comissão ao Leiloeiro. INFORMAÇÕES: 11 2464-6464 e http://www.sodresantoro.com.br. Moacir De Santi, Leiloeiro Ofi cial JUCESP nº 315.
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS • VEÍCULOS LEVES
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Maif
dX 1000 iten
f
LEILÃO PRESENCIAL E ONLINE DE VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS DIVIDIDO EM DOIS DIAS: 18 E 19/03/2020 - 9H30 • CODASP
LOCAL DO LEILÃO: MARGINAL DA VIA DUTRA, KM 224 - GUARULHOS/SP
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UESLEI MARCELINO/REUTERS–21/3/2017
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levou Volkswagen a protocolar no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a intenção de também adotar a medida, se necessário
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parado e parcelamento
de salários.”
José Velloso
PRESIDENTE DA ABIMAQ
Montadoras adiam
lançamentos