Alex Gomes e
Ocimara Balmant
ESPECIAIS PARA O ESTADO
Pensar fora da caixa. Um dos
mandamentos motivacio-
nais mais populares, facil-
mente visto em estampas de
camisetas, textos em redes
sociais ou post-its em compu-
tadores de escritórios, essa
frase explica de forma sim-
ples e direta uma estratégia
de criação de produtos e servi-
ços que vem ganhando espa-
ço em diferentes segmentos
ao longo dos últimos anos: o
design thinking.
Traduzido em portu-
guês como “pensar co-
mo um designer”, o
conceito trata da apli-
cação, nas mais diver-
sas áreas do conhecimen-
to, de uma visão humanista
para a resolução de proble-
mas.
Várias modalidades. Para pre-
parar especialistas alinha-
dos à metodologia, as insti-
tuições de ensino vêm ofere-
cendo cursos em formatos
variados, como especializa-
ção e MBA, curta duração, in
company e também a distân-
cia. No foco, estão profissio-
nais de todos os campos de
atuação – de saúde e educa-
ção, à jurídica e segurança pú-
blica.
“O principal diferencial do
design thinking é ser centra-
do no ser humano. Permitir
observar, entender e traba-
lhar a necessidade das pes-
soas como foco na resolução
de problemas ou criação de
produtos e serviços”, explica
Raúl Javales, economista e
consultor da HSM Univer-
sity. “Podemos testar e vali-
dar novas soluções e acelerar
só o que achamos mais viável
e necessário para um deter-
minado momento, com capa-
cidade de se recriar o tempo.
Em 2018, o engenheiro de ma-
nutenção Danilo Freitas bus-
cou esse suporte no MBA de
Gestão e Engenharia de Pro-
dutos e Serviços da Universi-
dade de São Paulo (USP),
que tem parte da grade ligada
ao design thinking.
Mudança de atitude. Gerente
de equipe em uma multina-
cional, ele conta que o curso
o ajudou a trocar as metodolo-
gias tradicionais de resolu-
ção de problemas. “Foi muito
importante aprender a reali-
zar o processo de brainstor-
ming, no qual todos os envol-
vidos no projeto dão ideias e
colaboram na construção de
um entendimento. Isso tripli-
cou a quantidade de soluções
que as equipes oferecem.”
O curso da USP é voltado a
profissionais que lidam com
administração de projetos,
gerentes de produtos e de no-
vos negócios. Traz discipli-
nas como Técnicas de Criati-
vidade, Administração de Pes-
soas e Criação de Programas
de Inovação.
A abordagem mais específi-
ca sobre o design thinking é
contemplada em duas disci-
plinas: Vantagem Competiti-
va pelo Design, voltada a
quem desenvolve produtos, e
Inovação em Serviços com
Design Thinking que, como o
nome indica, é pensada para
quem atua no setor terciário
da economia.
“Apesar de ter suas origens
no desenvolvimento de pro-
dutos físicos, hoje o design
thinking foi para todas as
áreas”, explica Paulo Carlos
Kaminsky, coordenador do
curso. “Tenho alunos desde
segmentos como o automoti-
vo e eletroeletrônico até
quem trabalha em bancos e
seguradoras. A procura agora
tem se expandido a profissio-
nais de serviços médicos e la-
boratórios.”
DANILO
FREITAS
Cursos ensinam conceito a ser usado em várias profissões,
levando uma visão humanista à solução de problemas
MBA de gestão
na USP
TENDÊNCIA
WERTHER SANTANA/ESTADÃO
Design thinking
para produtos
e serviços
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2 I.EDUITerça-feira, 17 de Março de 2020l