O Estado de São Paulo (2020-03-18)

(Antfer) #1

EstematerialéproduzidopeloMediaLabEstadãocompatrocíniodoSesi.


São Paulo, 18 de março de 2020 | 1


APRESENTADO POR PRODUZIDO POR

das escolas do século 21


“Estamos vivendo a quarta


revolução industrial. Ela tem


quatro grandes eixos – inte-


ligência artificial, big data,


indústriaaditivaeautomação


de processos – e já está pro-


vocando profundas mudan-


ças na nossa forma de viver,


nanossarelaçãocomaspes-


soaseascidades.Masabase


desse processo precisa ser a


escola.Sequeremosajudara


construir o futuro, temos de


reinterpretar e ressignificar


essa escola, com elementos


devanguardaevalorizaçãoda


criatividadeedainovação.”


A fala do diretor-superintenden-


te do Serviço Social da Indústria


(Sesi), Rafael Lucchesi, na abertura


do Seminário Internacional Sesi de


Educação: Construindo Escolas e


Cidades Inteligentes, no dia 6 de


março, em São Paulo, deu o tom


dos debates no prédio da Bienal. O


evento fez parte do Festival Sesi de


Robótica da temporada 2020.


Maior rede de escolas privadas


do Brasil, com 501 unidades no


território nacional, o Sesi também


está na linha de frente da discussão


sobre novas linguagens, com ênfase


no ensino de robótica, na experiên-


cia do “fazer” em sala de aula (a


chamada cultura maker) e no uso da


metodologia STEAM (da sigla em


inglês para as disciplinas de Ciên-


cias, Tecnologia, Engenharia, Artes


e Matemática). “Temos que ajudar


a pensar numa escola protagonista


do futuro, que seja de todos e para


todos”, afirma Lucchesi.


No evento, profissionais de dife-


rentes áreas mostraram a importân-


ciado“fazer”emseudiaadia,tanto


narelação com os alunos quanto no


Seminário Internacional Sesi de Educação discute como ressignificar e reinterpretar o ensino


Vários jeitos


do “fazer”


Iberê Thenórioconta que, no


início, o Manual do Mundo era


um tutorial sobre como construir


um objeto ou sobre como esse


objeto funciona. “Não mostráva-


mos os erros durante o processo,


só a receita pronta.” Mas muitos


espectadores se queixavam que


não conseguiam reproduzir a ex-


periência em casa. Hoje, o canal


mostra todo o processo, mesmo


quando está evidente que um


determinado passo vai fracassar.


Bernardo Riedeltinha ape-


nas 13 anos quando construiu


seu primeiro telescópio. “Essa


é uma área que envolve muitos


conhecimentos, sobre lentes, tu-


bos.” Professor da Universidade


Federal de Minas Gerais (UFMG),


ele é um dos principais divulga-


dores da astronomia no País por


essa paixão pelo fazer.


Lucas Limanasceu e mora no


Complexo do Alemão, no Rio de


Janeiro. Formado em Engenha-


ria Mecânica, ele não conseguia


emprego na área e foi trabalhar


na própria universidade. “Havia


uma impressora 3D que tinha


custado R$ 15 mil. Fui num ferro-


-velho e, com dinheiro empres-


tado pelo meu pai, comprei uma


velha máquina da Xerox por R$



  1. Provei que era possível fa-


zer.” Assim começou a Infill, em-


presa que ele fundou com foco


em capacitar jovens a partir dos


16 anos para mudar o desenvol-


vimento local.


mercado de trabalho.


O jornalista e youtuber Iberê


Thenório, apresentador do Manual


do Mundo, que reúne vídeos ensi-


nandoafazercoisase éhojeo maior


canal de tecnologia em português


na internet, mostrou sua experiên-


cia como educador informal.


“Para mim, a definição de criati-


vidade é a capacidade de encontrar


um caminho para resolver proble-


mas”, diz Thenório. “É mais ou me-


nos o mesmo que inovação.” Para


ele, esse é um processo sem volta:


a gente faz algo pequeno, quer me-


lhorar, descobre uma nova técnica.


“Isso vale tanto para o que faço, que


muitos chamam de ensino não for-


mal, quanto para a escola, pois tem


tudo a ver com a aprendizagem.”


Lucchesi, do Sesi, destacou que


esse é um ponto fundamental: “To-


dos precisam ter a oportunidade de


observar, analisar a própria prática,


aprender com os erros, conhecer


novos métodos e técnicas”.


Participantes da


modalidade First Lego


League preparam


aoperação


de seurobô


AjornalistaRenataCafardo(nocentro),doEstadão,mediouconversaentreIberêThenório(àesq.),


criadordoManualdoMundo,eRafaelLucchesi(àdir.),diretor-superintendentedoSesi:


“Temosqueajudarapensarnumaescolaprotagonistadofuturo”,afirmouLucchesi


PRODUTIVIDADE


O segundo painel do dia reuniu


Sérgio Gotti, gerente-executivo de


Educação do Sesi; Bernardo Riedel,


professor da Universidade Federal


de Minas Gerais (UFMG); Débora


Garofalo (leia entrevista na página


4 ), assessora especial de tecnolo-


gias da Secretaria de Educação do


Estado de São Paulo; e Lucas Lima,


engenheiro mecânico e professor de


Robótica Educacional (leia ao lado).


Gotti,doSesi,destacouqueaeduca-


ção é a base para elevar a produtivi-


dade dos trabalhadores e a competi-


tividade do País.


“Por isso, há 15 anos incentiva-


mos o trabalho com robótica na sala


de aula, sempre de forma transversal


ao ensino das disciplinas tradicio-


nais. Os alunos resolvem problemas


reais partindo de questões de Mate-


mática, Ciências, Geografia e Histó-


ria, como se pode ver nos trabalhos


apresentados no Festival Sesi de


Robótica.” Segundo Gotti, o mundo


makeréumasaladeaulaqueseadap-


ta e transforma a prática, abrindo es-


paço para tentativa e erro, e permite


que os estudantes façam boas per-


guntas“emvezdeapenasreceberem


as respostas prontas”.


Bernardo


Riedel


Lucas


Lima

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