Valor Econômico (2020-03-18)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 10 da edição"18/03/2020 1a CAD A" ---- Impressapor VDSilva às 17/03/2020@20:48:4 1


A10|Valor|Quarta-feira, 18 de marçode 2020


Internacional


Atualizesuas contas
Variaçãodos indicadores no período
Em %Em R$
Mês TR (1)Poupança(2) Poupança(3) TBF(1)Selic (4)TJLPTLP FGTS (5) CUB/SPUPC Saláriomínimo
ago/18 0,000 00 ,500 00 ,3715 0,52790,57 0,5486 0,42890,24660,32 23,54954,
set/180,0000 0,5000 0,3715 0,44180,470,5309 0,44640,2466-0,03 23,54954,
out/18 0,000 00 ,500 00 ,3715 0,5132 0,54 0,5827 0,4519 0,24660,15 23,54954,
nov/180,0000 0,50 00 0,3715 0,46090,490,56380,44160,24660,28 23,54954,
dez/180,000 00 ,500 00 ,3715 0,4614 0,490,5827 0,42490,24660,08 23,54954,
jan/19 0,0000 0,5000 0,3715 0,50210,54 0,5867 0,39470,24660,54 23,54998,
fev/19 0,000 00 ,500 00 ,3715 0,4572 0,490,52980,36910,24660,28 23,54998,
mar/19 0,000 00 ,500 00 ,3715 0,43800,470,5867 0,3523 0,24660,16 23,54998,
abr/19 0,000 00 ,5000 0,3715 0,47280,52 0,50 730 ,33460,24660,22 23,54998,
mai/19 0,0000 0,5000 0,3715 0,5062 0,54 0,52420,33060,24660,06 23,54998,
jun/19 0,00 00 0,5000 0,3715 0,4375 0,470,50730,32740,24661,81 23,54998,
jul/19 0,000 00 ,500 00 ,3715 0,5160 0,57 0,49890,31370,24660,87 23,54998,
ago/19 0,000 00 ,500 00 ,34340,47050,50 0,49890,27980,24660,07 23,54998,
set/19 0,0000 0,5000 0,34340,43600,460,48280,2531 0,24660,11 23,54998,
out/19 0,000 00 ,500 00 ,31530,41890,480,46780,23850,24660,10 23,54998,
nov/19 0,0000 0,5000 0,2871 0,3452 0,38 0,4527 0,22390,24660,1023,54998,
dez/19 0,0000 0,5000 0,2871 0,3595 0,370,46780,20920,24660,01 23,54998,
jan/200,0000 0,50 00 0,2588 0,344 70 ,38 0,42840,19780,24660,32 23,541.039,
fev/200,000 00 ,500 00 ,2588 0,2911 0,29 0,4007 0,19950,2466-0,01 23,541.045,
mar/20 0,00000,500 00 ,24460,3322 0,360,42840,20350,2466-23,541.045,
2020 0,00 1,51 0,76 0,971,03 1,26 0,60 0,74 0,31 0,00 4,
Em 12 meses*0,00 6,17 3,89 5,04 5,465,81 3,163,003,87 0,00 4,
2019 0,006,17 4,265,495,966,29 3,69 3,004,410,00 4,
Fontes:BancoCentral, CEF, Sinduscon e Ministérioda Fazenda.Elaboração: Valor Data * Até o último mêsde referência
(1) Taxa do períodoiniciadono 1º dia do mês.(2) Rendimento no 1º dia no mêsseguinteparadepósitos até 03/05/12(3) Rendimento no 1º diano mêsseguintepara depósitos apartir de
04/05/12;Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para marçoprojetada.(5) Crédito no dia 10 do mêsseguinte(TR + Juros de 3% ao ano)

IR na fonte
Faixas de contribuição
Base de calculo AliquotaParcelaa deduzir
em R$ em %IR - em R$
Até 1.903,98 --
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5142,
De 2.826,66até 3.751,05 15,0 354,
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5636,
Acima de 4.664,68 27,5869,
Fonte:Secretariada ReceitaFederal
Elaboração:Valor Data
Obs.Desconto por dependente: R$ 189,

Contrib.previdenciária*
Empregadose avulsos**
Saláriode
contribuições em R$ Alíquotas em % (1)
Até 1.045,00 7,
De1.045,01a2. 089 ,60 9, 00
De 2.089,61 até 3.134,40 12,
De 3.134,41 até 6.101,06 14,
Empregadordoméstico 8,
Fonte:PrevidênciaSocial.Elaboração:ValorData.*Competên-
cia mar/20. **Inclusive empregadodoméstico.(1) Para fins de
recolhimento ao INSS.

Principais receitastributárias
Valores em R$ bilhões

Discriminação Janeiro-dezembro Var. janeiro Var.
2019 2018% 2020 2019 %
ReceitaFederal
Imposto de renda total 433,7390,810,9761,7 53,415,
Imposto de renda pessoafísica 39,334,0 15,502,0 1,5 29,
Imposto de renda pessoajurídica 165,8141,9 16,87 34,1 26,827,
Imposto de renda retido na fonte228,7215,0 6,38 25,6 25,0 2,
Imposto sobre produtos industrializados56,854,6 4,07 4,85,0 -3,
Imposto sobre operaçõesfinanceiras 40,9 36,3 12,513,23,06,
Imposto de importação 43,040,7 5,66 4,1 3,711,
Cide-combustíveis2,7 3,9 -30,110,2 0,3 -23,
Contribuiçãopara Finsocial(Cofins) 251,3 242,33,6923,522,9 2,
CSLL 88,3 78,9 12,01 18,0 16,1 11,
PIS/Pasep67,864,5 4,996,86,3 7,
Outras receitas 552,5 545,0 1,38 52,7 49,95,
Total1.537,01.457,15,49175,0160,4 9,
dez/19 nov/19 dez/
ValorVar. %* ValorVar. %* ValorVar. %*
ICMS - Brasil 50,5 11,83 45,2 4,29 43,61,
dez/19 nov/19 dez/
ValorVar. %* ValorVar. %* ValorVar. %*
INSS 54,4 66,9332,6 -4,0253,567,
Fonte:ReceitaFederal, Previdência Social,Secretariada Fazenda.Elaboração: Valor Data. * Sobre o mêsanterior

Produção e investimento
Variaçãono período
Indicadores2 019 20182017 201620152014
PIB (R$ bilhões) *7. 2 5 76.8896.583 6.2695.9965.
PIB (US$bilhões) ** 1.8381.8852.063 1.8001.796 2.
Taxa de VariaçãoReal (%) 1,1 1,3 1,3 -3,3-3,50,
Agropecuária1,3 1,4 14,2-5,2 3,32,
Indústria0,5 0,5 -0,5 -4,6 -5,8-1,
Serviços 1,3 1,5 0,8-2,2 -2,7 1,
Formação Brutade CapitalFixo (%) 2,2 3,9 -2,6 -12,1 -13,9-4,
Investimento (% do PIB) 15,4 15,2 14,615,5 17,819,
Fonte:IBGEe BancoCentral. Elaboração:Valor Data
* Preçosde mercado.** BancoCentral

Maisinformações:valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br

Atividade Econômica
Indicadores agregados
fev/20jan/20dez/19 nov/19 out/19 set/19 ago/19 jul/19 jun/19 mai/
Indústria
Produçãofísicaindustrial(IBGE - %) *
Total-0,9 -0,8-1,6 0,9 0,5 1,0 -0,2 -0,6 -0,
Indústriade transformação -1,5 -0,7 -1,6 1,3 0,9 0,5 -0,3 -0,8-0,
Bensde capital -12,6 -12,3 -1,4 0,3 -0,4 -0,3 0,0 -0,9 -0,
Bensintermediários -0,80,1 -1,5 0,1 0,2 1,5 -0,1 -0,5 1,
Bensde consumo-0,4 -1,6-1,9 1,6 1,3 -0,4 0,8-0,7 -1,
Faturamento real dessazonalizado (CNI- %) ---1,0 -0,6 1,6 0,7 0,7 1,0 0,3 -1,
Horas trabalhadasna produção (CNI- %) ---1,0 -0,1 0,0 -0,2 0,5 -0,6 -0,4 -0,
Vendasreais (FIRJAN - %) ** ---20,2-4,5 -9,3-15,5 -27,7-23,6-26,2-9,
Comércio
Receitanominalde vendasno varejo - Brasil (IBGE - %) *(2) --0,6 1,1 0,7 0,80,1 1,1 0,2 0,
Volumede vendasno varejo - Brasil (IBGE- %) *(2) ---0,1 0,7 0,1 0,80,3 0,6 0,6 0,
Consultasao usecheque(ACSP- %) (1) ** 1,6 6,1 9,17,63,72,4 1,4 4,1 -5,2 5,
Consultasao sistemade proteção ao crédito (ACSP- %) (1) ** 2,80,7 0,1 4,0 0,6 2,2 0,6 4,2 -1,2 6,
Mercado de trabalho
Taxa de desocupação(Pnad/IBGE- em %) -11,2 11,011,2 11,6 11,811,811,812,0 12,
Indicador Coincidente de Desemprego - (FGV/IBRE)(3)* -0,60 -2,8-0,83,10,1 -0,6 0,9 -2,0 -1,1 0,
Emprego industrial*(CNI- %) ---0,11 -0,100,00 -0,10 0,00 -0,10 -0,10 -0,
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE)(3)* -0,3 2,4 1,5 2,6 -1,3 0,3 -0,2 0,4 0,8-6,
Balançacomercial (US$milhões)
Exportações16.355 14.44018.15517. 59619.576 20.29018.68919.872 18.059 20.
Importações 13.259 16.17512.555 14.16917.02916.49615.56917. 759 13.02814.
Saldo 3.096-1.735 5.5993.427 2.547 3.793 3.120 2.1135.0305.
Fontes:IBGE,CNI,FGV, FIRJAN, ACSP, SECEX/MDIC. Elaboração:Valor Data
(1) Na capital SP. (2) Nova sériecomíndicebase 2014 = 100. (3) Var. em pts. * Metodologiacomajuste sazonal.** Variaçãoem 12 meses.

Inflação
Variaçãono período(em %)
Acumulado em Número índice
mar/20 fev/202 020 2019 12 meses mar/20 fev/20dez/19 mar/
IBGE
IPCA -0,25 0,464,31 4,01-5.344,75 5.320,25 5.177,
INPC-0,17 0,364,483,92-5.469,475.449,845.303,
IPCA-15-0,22 0,933,914,21-5.255,655.207,14 5.070,
IPCA-E---3,913,91--5.207,14 5.070,
FGV
IGP-DI-0,01 0,11 7,70 6,40-751,91751,12 714,
Núcleodo IPC-DI -0,31 0,65 3,23 3,23 ----
IPA-DI--0,03 -0,16 9,63 7,74 -825,69 827,01776,
IPA-Agro -1,88 0,9917,31 14,51-1.126,74 1.115,731.013,
IPA-Ind.--0,70 -0,57 7,135,48-700,96704,95669,
IPC-DI--0,01 0,58 4,11 3,76 -594,2 05 90,78 576,
INCC-DI-0,33 0,71 4,15 4,29 -782,34776,84 752,5 2
IGP-M--0,040,447,306,82 -762,42759,11 722,
IPA-M--0,19 0,31 9,088,38 -848,64 846,04 796,
IPC-M-0,21 0,733,793,67 -584,06 579,81 566,
INCC-M-0,35 0,61 4,13 4,15 -780,18 775,49 750,
IGP-100,64 0,01 1,736,39 6,59 780,66 775,68 767,39732,
IPA-100,92-0,19 2,127,70 8,10 879,01870,95860,74 813,
IPC-10-0,03 0,430,913,683,26 586,74 586,93581,46568,
INCC-100,26 0,430,954,11 4,30 772,37770,34 765,14 740,
FIPE
IPC -0,11 0,39 4,403,64-528,43526,36512,
DIEESE
ICV-0,120,76 3,093,07 -419,51416,34 407,
Obs.:IPCA-E no 4º trimestre = 1,28%,IGP-M 1ª préviade mar/20 = 0,15%e IPC-FIPE2ª quadrissemanamar/20 = 0,12%
Fontes:FGV, IBGE,FIPEe DIEESE. Elaboração:Valor Data

Imposto de RendaPessoa Física
Pagamento das quotas - 2019

No prazo legal
QuotaVencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
(Campo 7 do DARF) (Campo9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
1ª ou única 30/04/2019 -Campo 7
2ª 31/05/2019 1,00%
3ª 28/06/2019 1,54% +
4ª 31/07/2019 Valor da declaração 2,01% Campo 8
5ª 30/08/2019 2,58%
6ª 30/09/2019 3,08%+
7ª 31/10/2019 3,55%Campo 9
8ª 29/11/20194,02%
Pagamento comatraso
Multa(campo 08) - sobre o valor do campo7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia apóso vencimento até
o limitede 20%; Juros (campo 09) - aplicaros juros equivalentesà taxa Selic acumuladamensalmente, calculadosa partir
de maio/19até o mêsanterior ao do pagamentoede 1%no mêsde pagamento; Total (campo10)-informarasoma dos
valores dos campos7, 8 e 9. Fonte:ReceitaFederal do Brasil.Elaboração:Valor Data.

Dívida e necessidades de financiamento
Valores em R$ bilhões- no setor público
Dívidalíquidado setor público jan/20dez/19 jan/
Valor%do PIBValor%do PIBValor%do PIB
Dívidalíquidatotal 3.949,054,16 4.041, 85 5,74 3.733,5 54,
(-) Ajuste patrimonial+ privatização 29,20,4030,9 0,4327,90,
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -607,6-8,33 -535,6 -7,39-385,7-5,
Dívidafiscallíquida 4.527,362,09 4.546,5 62,70 4.091,359,
Divisãoentre dívidainternae externa
Dívidainternalíquida 4.721,364,75 4.750,9 65,52 4.412,4 63,
Dívida externa líquida -772,3 -10,59 -709,2-9,78-679,0-9,
Divisãoentre as esferas do governo
Governo Federal e Banco Central2.980,140,87 3.078,042,452.820,840,
Governos Estaduais 833,011,42829,411,44781,5 11,
Governos Municipais 78,5 1,08 78,5 1,08 71,2 1,
EmpresasEstatais 57,40,79 55,80,7760,0 0,
Necessidadesde financiamento do setor público jan/20dez/19 jan/
Fluxos acumulados em 12 meses Valor%do PIBValor%do PIBValor%do PIB
Total nominal 436,15,98429,25,92480,0 6,
Governo Federal** 411,4 5,64 413,05,70 489,77,
BancoCentral -7,6-0,10-14,0-0,19 -67,6-0,
Governo regional 38,1 0,52 36,0 0,50 57,10,
Total primário 52,5 0,72 61,9 0,85 108,3 1,
Governo Federal -136,6 -1,87 -124,9 -1,72 -77,7-1,
BancoCentral 0,80,01 0,6 0,01 0,5 0,
Governo regional -14,6-0,20 -15,2 -0,21 -3,7-0,
Fonte:BancoCentral. Elaboração:Valor Data. * Interna e externa.**IncluiINSS.Obs.:SemPetrobras e Eletrobras

Resultadofiscaldo governo central
Valores em R$ bilhõesa preçosde janeiro*
DiscriminaçãoJaneiro-dezembro Var. janeiro Var.
2019 2018% 2020 2019 %


  1. Receitatotal 1.670,4 1.574,76,08 174,0167,53,
    ReceitaAdm. Pela RFB*** 968,0 960,80,75 121,4 113,86,
    ArrecadaçaoLíquidapara o RGPS 422,2414,61,85 33,033,7-1,
    ReceitasNão Adm. Pela RFB 280,3 199,340,62 19,620,1-2,

  2. Transferênciasa Estadose Municípios 294,6272,4 8,16 22,324,9 -10,

  3. Receita líquida total (1-2) 1.375,81.302,3 5,65 151,7 142,66,

  4. DespesaTotal1.472,31.433,12,74 107,6111,3 -3,
    Benefícios Precidenciários 640,2 621,6 3,0048,4 48,0 0,
    Pessoale Encargos Sociais 320,0316,01,25 26,827,2-1,
    Outras Despesas Obrigatórias 199,8213,8-6,57 18,9 22,5-16,
    Despesas Poder Exec. Sujeitasà Prog. Financeira312,4 281,7 10,89 13,413,5-0,

  5. ResultadoPrimáriodo Gov. Central (3-4) -96,5-126,5-23,7344,1 31,341,
    Tesouro Nacional e BancoCentral 121,5 80,5 50,95 59,545,7 30,
    Previdência Social(RGPS) -218,0 -207,05,30 -15,4 -14,4 7,
    Dívidalíquida do Tesouro Nacional jan/20dez/19 jan/
    Valor%do PIB Valor%do PIB Valor%do PIB**
    Dívidalíquida do Tesouro Nacional 3.098,042,493.086,542,56 2.744,339,
    Dívidalíquida interna 2.926,840,14 2.921,640,29 2.606,237,
    Dívidalíquida externa 171,32,35 164,9 2,27 138,1 2,
    Fonte:Secretariado Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data



  • Deflator: IPCA ** PIB em valor corrente, acumuladoem 12 meses*** SomandoIncentivos fiscais


ComércioNúmerodepaísescomrestriçõesaumentaà


medidaquesealastraopânicorelacionadoàpandemia


Países restringem


a exportação de


material médico


Assis Moreira
De Genebra

Nadamenosde 50 países já
proibiram ou limitaram exporta-
çõesde equipamentos médicos,
comomáscaras, luvas e respirado-
res, além de medicamentos e subs-
tâncias parafabricação de remé-
dios,àmedida que opânico se
alastracomocoronavírus.
A proliferação de medidaspara
mantermaterial médico nos mer-
cados de produção é mostrada pe-
lo Global Trade Alert (GTA), meca-
nismo quemonitora odesenvolvi-
mentodepolíticascomerciais.
O númerode 24 paísescom
restriçõesdobroudesdeasema-
na passada,seguindoo aumento
de casosdo vírusna Europa enos
EUA.Em vez da solidariedade
conclamada emdiscursos ofi-
ciais,oque aconteceéo“beggar-
thy-neighbour”(empobrecero
vizinho) que agorasignifica“si-
cken-thy-neighbour”(adoecero
vizinho),notaoGTA.
ACâmaradeComércioInter-
nacional(ICC, na siglaem in-
glês),aponta“crescenteriscode
açõesunilateraisque podemmi-
nar as necessárias respostas glo-
bais para uma ameaçaque sabe-
mosquenãotemfronteiras”.
Para Simon Evenett, professor
de comérciointernacional da Uni-
versidade de St. Gallen, na Suíça e
diretor do GTA, “o que vemosé
uma desesperada corrida por su-
primentos médicos.Ao mesmo

tempo,quanto maisovírus avan-
ça,hámaisrestrições”.
Na corrida por equipamentos
médicos, a Organização Mundial
de Saúde (OMS) tem alertado que
os suprimentos de respiradores
(que ajudam pacientesinternados
arespirarnasUTIs)emáscarasmé-
dicasnãoatenderãoàdemanda.
A Comissão Europeia, braço
executivo da União Europeia (UE),
tevequereagiràimposiçãodebar-
reiras de controledentrodo mer-
cado comum europeu. Concla-
mouos países membrosa tomar
medidas excepcionais para prote-
ger a população,mas também ga-
rantir que os bens e serviçosessen-
ciais continuematerlivre circula-
çãonomercadointerno.
Asempresasalemães,porexem-
plo, precisamde aprovação do go-
vernoparaexportar respiradores
mesmodentro da UE. A Coreia do
Sul proibiu aexportaçãode más-
caras ede materiais usados na fa-
bricaçãoderespiradores.
OBrasil também planejava se-
guir essalinha, proibindo a expor-
taçãoderespiradores,masaomes-
mo tempo reduzindoa tarifas de
importaçãodeprodutosparaUTI.
Para Evenett,existeum desali-
nhamentoentrecomércio exte-
rior erespostasde saúdepública
nalutacontraocoronavírus.
“A questão é por que os países
não aumentaram a produção de
equipamentos médicos”, diz. “E,
pior, agoradizemaos produtores
que não podemexportar, o que
lhesfaráperdermercados.”
Para Evenett, os governos deve-
riam estimular aprodução de
máscaras, luvas e equipamentos e
garantir preçomínimoàs fábricas

por seis meses. Assim, expandem a
produção, podem atenderomer-
cadointernoeexportar.
A incoerêncianas políticasco-
merciaiséilustradacom 141 dos
164 paísesmembrosda Organi-
zação Mundial do Comércio
(OMC)impondo taxasaté na im-
portaçãodesabão.
A política comercial dos EUA é
vista como “particularmenteper-
versa” agora em tempos de vírus,
notaEvenett. Na guerra contra a
China,DonaldTrumpelevoutari-
fas sobre um bomnúmerode
equipamentos médicos vendidos
pelos chineses. O resultado foi es-
cassez e custos maisaltos de pro-
dutos vitais nos EUA, enquanto
Pequimtevededesviaraexporta-
çãoparaoutrosmercados.
Agoraa CasaBranca descobriu
que a China éumdos maiores su-
pridores de equipamentos que o
país necessita paracombater a co-
vid-19. Os EUAbaixaram as alí-
quotas sobre vários produtos mé-
dicoschineses. Mas a retomadada
importaçãonãoserárápida.
ChadBown,doPetersonInstitu-
te for Internacional Economics,
em Washington, escreve que esse é
um exemplo das consequências
ruinsda desorientada guerrade-
flagradaporTrump,queacabaafe-
tandoalutacontraacovid-19.
A Câmara de Comércio Interna-
cional enviou carta aos líderes do
G-20,pedindo que as maiores eco-
nomiasdo mundo evitem proibi-
ção ou limitaras exportações de
produtosmédicos ou revertames-
sas restrições.Também sugere me-
didaspara reduzir os custosde
equipamentosmédicos,comobai-
xarasalíquotasdeimportação.

IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


Filas de caminhões na Europa


ROBER

T MICHAEL/DP

A VIA

AP

A reintrodução de controles nas
fronteiras pelospaíses da União
Europeiapara contera propagaçãodo
coronavírus resultou em imensos
engarrafamentos de caminhões
ontempor todo o continente.Em
algumaspassagensde fronteira, a fila

de caminhões se estendepor quase 50
km. As medidas adotadas por vários
governos —comoPolônia, Itália,
Espanha e Alemanha —para proteger
seuscidadãos da epidemiatêm
gerado preocupaçõessobre como
mantero fluxo de comércio de

alimentos, equipamentos médicos e
outros bensnas próximas semanas.
Na foto, caminhõesparados na
rodovia A4, entre Dresdene Görlitz,
na Saxônia,em engarrafamento é
causadopeloscontroles na fronteira
da Alemanha coma Polônia.

UniãoEuropeiafecha suasfronteiras


e barra a entradadeestrangeiros


Agênciasinternacionais

Líderes da União Europeia
(UE) concordaramontemem fe-
charas fronteirasexternas do
blocoebarraraentradade es-
trangeirosparaconterapropa-
gação do coronavírus.Amedida,
sem precedentes na históriado
bloco,vigorarápor30dias.
Apresidente da ComissãoEuro-
peia, Ursula von der Leyen, disse
que cabeaos paísesmembros fe-
char fronteiras externas do bloco e
fez um apelopara que flexibilizem
as medidas relacionadas às fron-
teiras internasda UE, de modoa
permitiramovimentaçãodebens.
“O coronavírusé um choque
externoque atingetodoomun-
do.Nuncativemosisso”, afirmou
Leyen.Ela voltoua reiterarque a
flexibilização das regrasfiscais
será elevada, de formaa permitir
que os paísespossamdar apoio

àssuasempresas.
AIrlandanãoaderiráaofecha-
mentode fronteiras externas,as-
sim comooReinoUnido,que
deixouoblocoemjaneiro.
Residentes,diplomatas, pro-
fissionais de saúdeestãodentre
osisentosdaproibição.
A medidaé a primeira resposta
coordenadadaUE àpandemia do
coronavírus, depois de países
membros imporem seus próprios
controlesde fronteira dentrodo
quefuncionavaatéentãocomozo-
nasemfronteirasentrepaíses.
Paralelamente ao fechamento
das fronteiras,serãomontadas
rotasentreos 26 paísesque fo-
ram azona de Schengen,de mo-
do a permitiroacessorápidode
caminhõesque transportamsu-
primentosessenciais.
“Oinimigoéovírus,eagorate-
mos de fazeromáximopara pro-
tegernosso povoe nossasecono-

mias”, disse Leyen. “Estamos
prontospara fazeroque for pre-
ciso. Não vamoshesitarem ado-
tar ações adicionaisàmedida
queasituaçãosedesenvolve.”
Alémdeconterapropagaçãodo
vírus, os lídereseuropeus também
discutirammedidasparaintensifi-
car pesquisas paratratamento e
desenvolvimentode umavacina
contra o coronavírus.Leyendisse
que a previsão é que uma compa-
nhiaeuropeiatenha umavacina
até o fimdo ano,por voltados me-
sesdeoutononohemisférionorte.
A ComissãoEuropeiaalertou
aos Estadosmembrosda UE que
este é apenaso começoda crise.
O premiê italiano, Giuseppe
Conte,disseontemque nenhum
país passariailesopeloo que
chamoude “tsunamisocial”.A
Alemanha,segundodiplomatas,
afirmouque a crise duraria“me-
sesenãosemanas”.

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