O Estado de São Paulo (2020-03-20)

(Antfer) #1

Eliana Silva de Souza


REDE DE INTRIGAS
Atração desta noite de sexta,
20, às 22h30, na TNT é um
thriller político protagonizado
por Jamie Lee Curtis e Tika
Sumpter, que tem como foco
a guerra ao terrorismo. Em A
Verdade em Segredo
( foto ), uma
operação militar é efetuada
com base em informações não
confiáveis, o que acaba desen-
cadeando a morte de civis ino-
centes. Escrito e dirigido por
Joe Chappelle, produção se
passa em duas linhas tempo-
rais. A trama mostra como
Libby (Sumpter), que trabalha-
va para a vice-presidente dos
Estados Unidos, Rachel Burke
(Curtis), seguiu ordens, as
quais resultaram em ação mili-
tar desastrosa, com civis mor-
tos. Quatro anos depois, ela
quer expor detalhes do ocorri-


do.
OPÇÕES EM CASA
O Canal Brasil Play preparou
uma seleção de filmes nacio-
nais, séries entre outros pro-
gramas, que estarão à disposi-
ção de assinantes a partir des-
ta sexta, 20. Entre longas-me-
tragens, estão Até Que a Sorte
Nos Separe, O Auto da Compa-
decida, Vai Que Cola – O Filme,
Bruna Surfistinha, Cidade de
Deus e As Boas Maneiras , além
dos quatro episódios da série
Serra Pelada. E tem ainda o

conteúdo de atrações como o
programa Espelho , com Lázaro
Ramos, Amigos Sons e Pala-
vras , com Gilberto Gil, Larica
Total, Bipolar Show, O País do
Cinema e O Som do Vinil , que
estarão com algumas tempora-
das abertas no streaming.

HORA DE PENSAR
Nessa leva de tentativas de
colaborar com a atual situa-
ção do planeta, o Canal Off
usa suas plataformas digitais
para colocar conteúdos desti-

nados ao bem-estar de atle-
tas, que precisam de uma for-
cinha para cuidar da sua saú-
de física e mental. Com a
série #RespiraeSeInspira , a
yogini Milla Monteiro mos-
trará práticas e exercícios
simples de meditação, respi-
ração. Serão videoaulas no
app do Off, IGTVs explicati-
vos no Instagram, meditação
guiada no YouTube.

PASSEIO VISUAL
No Globo Repórter desta sex-
ta, 20, a viagem será pelo
nosso vizinho Paraguai. O re-
pórter Paulo Gonçalves, que
é filho e neto de paraguaios,
vai nos revelar o que há de
melhor da culinária do país,
além de mostrar locais para-
disíacos, com cachoeiras, on-
ças, pássaros raríssimos, que
compõem o Pantanal para-
guaio. Apresentação de San-
dra Annenberg.

VIDA E OBRA
A atriz Cássia Kis é a home-
nageada do programa Perso-
na , que vai ao ar nesta sexta,
20, às 22h30, na TV Cultura.
Ao apresentador Atílio Bari e
seus convidados, Cássia fala
sobre sua trajetória, desde os
15 anos, quando saiu de casa,
até a importância da realiza-
ção de seus trabalhos, desta-
cando personagens que mar-
caram sua carreira.

Octavia Spencer. Atriz é a protagonista da série A Vida e a Histó-
ria de Madam C.J. Walker , que estreia nesta sexta, 20, na Netflix, e
mostra a trajetória da primeira mulher afro-americana milionária.

Império de beleza


Mate-me
Por Favor
(Brasil, 2015) Dir. De Anita Rocha
da Silveira, com Valentina Hersza-
ge, Dora Freind, Júlia Roliz, Maria-
na Oliveira, Rita Pauls.

Conspiração
Tequila/
Tequila Sunrise
(EUA, 1988). Dir. e rot. Robert
Towne, com Mel Gibson, Mi-
chelle Pfeiffer, Kurt Russell,
Raul Julia, J.T. Walsh.

A história de jovens num con-
domínio da Barra onde ocor-
rem misteriosos assassinatos.
Quem está matando e por quê?
Premiado em Veneza, na mos-
tra Orizzonte, e no Festival do
Rio, o filme é eficiente na cria-
ção do clima que caracteriza a
juventude com hormônios em
ebulição.

CANAL BRASIL, 18H10. COL., 105 MIN.

O roteirista premiado com
o Oscar por Chinatown diri-
ge a história do homem
que quer abandonar o tráfi-
co, mas o antigo amigo, ago-
ra policial, o persegue. Para
complicar o antagonismo
de Mel e Kurt Russell, am-
bos são apaixonados por
Michelle Pfeiffer. Parece
déjà-vu, mas Towne enri-
quece seu relato com deta-
lhes preciosos. O tipo do
filme que possui camadas e
é mais complexo do que
parece.

TCM, 22 H. COLORIDO, 115 MIN.

Feitiço Haviano/
Blue Hawaii
(EUA, 1961) Dir. de Norman Tau-
rog, com Elvis Presley, Joan Black-
man, Angela Lansbury, Roland Win-
ters, Nancy Walters.

Elvis deixa o serviço militar e
vai trabalhar como guia turísti-
co no Havaí. Belas paisagens,
garotas e hits como Blue
Hawaii e Cant’ Help Fallin’ In
Love. O diretor Taurog poderia
ter sido grande, mas preferiu
bater ponto nas comédias da
dupla Jerry Lewis/Dean Martin
e nos musicais de Elvis.

TEL. CULT, 23H50. COLORIDO, 102 MIN.

Julio Maria


A secretária especial de Cultura,
Regina Duarte, ouviu cerca de 20
secretários estaduais na tarde de
quinta-feira (19), em uma reu-
nião online, para ter ideias do que
poderia ser feito em socorro ao


setor até que o mercado volte a se
movimentar. Segundo fontes ou-
vidas pela reportagem, Regina e
sua equipe aparentavam estão
ainda se familiarizando com as
possibilidades da máquina públi-
ca. Uma das providências será
propor facilidades e novos pra-
zos para projetos inscritos na Lei
Rouanet que estarão em uma ins-
trução normativa (IR) a ser edita-
da na próxima semana.
O secretário de Cultura do Es-
tado de São Paulo, Sérgio Sá Lei-
tão, levou um projeto que já foi
adotado no Estado sob o nome

Desenvolve São Paulo. São linhas
de crédito abertas com bancos
públicos que vão permitir a pe-
quenos e médios empresários da
cultura e do turismo o acesso a
um capital de giro com condições
facilitadas, para ser usado para
qualquer finalidade. O interessa-
do que se inscreve pelo site do De-
senvolve São Paulo, com empre-
sa aberta (não são aceitas pes-
soas físicas), passa por uma sele-
ção. Se receber o dinheiro hoje,
ele só começa a pagar em um ano,
com juro de 1,2% ao mês, e terá
até 60 meses para pagar. Esse gas-

to não precisa ser justificado
nem ter finalidades produtivas.
Só no primeiro dia de inscri-
ções, o site do Desenvolve rece-
beu mais de 200 interessados. Ao
todo, estão disponíveis R$ 350 mi-
lhões para operações de até R$ 1
milhão e R$ 150 milhões para pro-
jetos que fiquem entre R$ 1 mi-
lhão e R$ 5 milhões. “As empre-
sas grandes já conseguem essas
negociações com seus bancos.
Creio que seja uma ajuda para os
pequenos e médios”, diz o secre-
tário. Com pouca verba para mo-
vimentar sua pasta neste ano, Re-
gina tem em caixa apenas R$ 2
bilhões até o final do ano. A próxi-
ma reunião com os secretários se-
rá em duas semanas.

João Luiz Sampaio
ESPECIAL PARA O ESTADO


Na noite de quarta-feira, em
meio ao confinamento – obriga-
tório ou autoimposto – provoca-
do pelo novo coronavírus, cer-
ca de 70 mil pessoas foram à
ópera. Assistiram a Il Trovatore ,
de Verdi, com um elenco este-
lar, encabeçado pela soprano
Anna Netrebko, acompanhado
da orquestra e do coro do Me-
tropolitan Opera House de No-
va York. E não precisaram sair
de casa para fazer isso.
O Metropolitan é uma das ins-
tituições que, com o fechamen-
to de teatros de óperas e salas
de concerto em todo o mundo,
resolveram criar alternativas
para o público. Desde o início
da semana, o teatro está trans-
mitindo diariamente produ-
ções de seu acervo. Elas entram
no ar por volta da 20 horas (no
horário de Brasília) e ficam dis-
poníveis até as 15 horas do dia
seguinte. A Ópera de Paris e a
Ópera de Viena estão realizan-
do projetos semelhantes com
produções recentes de seus
acervos.
A procura tem sido maior do
que a esperada. Nos primeiros
dias, o site do Metropolitan


saiu do ar por conta da quanti-
dade de acessos. Em seguida,
o teatro criou uma “sala de es-
pera”, em que os internautas
podiam esperar para “entrar
na transmissão”. Mas, com a
possibilidade de seguir assis-
tindo a ópera até o dia seguin-
te a procura não se limitou a
um só horário, tornando mais
fácil o acesso.
As produções escolhidas são
aquelas que, nos últimos anos,
integraram o projeto de trans-
missões do Metropolitan para
cinemas de todo o mundo (o
Brasil não faz mais parte da lista
de países em razão da quebra de
contrato com cadeias exibido-
ras). Por conta disso, possuem
qualidade de som e imagem im-
pecáveis – e, para quem tem um
bom sistema de som (ou mes-
mo um bom fone de ouvido), o
resultado é ótimo.
Tudo bem, a experiência de
assistir a uma ópera ao vivo, no
teatro, é insuperável. Mas as
temporadas estão suspensas.
No Brasil, a abertura da agenda
de óperas do Teatro Municipal
de São Paulo e do Teatro Muni-
cipal do Rio de Janeiro foram
suspensas, assim como a nova
edição do Festival Amazonas
de Ópera, marcada para come-

çar no final de abril. E não há,
ainda, previsão de retomada
das atividades.

Mais público. Para a colunista
americana Cornelia Channing,
no entanto, a experiência de ver
espetáculos em casa durante o
confinamento tem algo a dizer
sobre a própria ópera. No site
Slate , ela chama atenção para o
fato de que, gratuitas, as trans-
missões podem chegar a um pú-
blico que ainda se mantém lon-
ge dos teatros (preços caros
não são mais a realidade no Bra-
sil, mas nos Estados Unidos um

ingresso para o Met pode che-
gar a custar mais de US$ 400).
Além disso, afirma, óperas às ve-
zes podem ser longas: o que é
uma vantagem durante o confi-
namento, quando se está procu-
rando o que fazer.
Seu último argumento é filo-
sófico. “Não é uma surpresa
completa que, em um momen-
to como esse, sem preceden-
tes, assustador, as pessoas se
voltem à ópera. Para muitos, os
temas operísticos – guerra, as-
sassinato, sedução, traição – pa-
recem distantes da nossa reali-
dade. Mas neste momento em
particular, quando a economia
colapsa e países em todo o mun-
do declaram estado de emer-
gência, a emoção exacerbada
da ópera de repente soa mais
proporcional, adequada a mo-
mentos conturbados. Até por-
que, no final das contas, as ópe-
ras falam sempre do desejo de
superação individual.”

Há vários pontos a se ques-
tionar nos argumentos de
Channing – a temática das ópe-
ras é muito mais vasta e a ideia
do “exagero” talvez seja redu-
tora frente à complexidade
que um gênero que se propõe
a unir todas as artes carrega
(e, convenhamos, nem sem-
pre a verossimilhança é o que
se procura numa obra de arte,
certo?). Mas podemos deixar
isso de lado e simplesmente
nos preparar para a próxima
sessão: do jeito que quiser-
mos, enquanto fazemos um
lanche, tomamos alguma coi-
sa, ou tiramos um cochilo, por
que não?
Se ainda houver tempo, este
Il Trovatore foi a primeira per-
formance de Anna Netrebko no
papel da jovem Leonora, presa
em meio à paixão por Manrico
(o tenor Yonghoon Lee) e o ciú-
mes por ela provocado no Con-
de de Luna (o barítono Dmitri

Hvorostovsky). São interpreta-
ções especiais, todas elas, mas
ver a veterana Dolora Zajick co-
mo Azucena, cantando sobre a
trágica morte de seu filho, é
com certeza uma experiência à
parte, de arrepiar – símbolo da
capacidade de Verdi de caracte-
rizar personagens por meio da
música e criar com o público la-
ços intensos.
Trovatore é drama puro. As-
sim como La Traviata , também
de Verdi, atração de quinta-fei-
ra, 19, em montagem com Dia-
na Damrau e Juan Diego Fló-
rez; ou Lucia di Lammermoor ,
de Donizetti, com Netrebko e
Piotr Beczala (sábado, dia 21);
e Eugene Oneguin , de
Tchaikovsky, com Renée Fle-
ming e Dmitri Hvorostovsky
(domingo, dia 22).
Na sexta, 20, um alívio cômi-
co: A filha do Regimento , de Doni-
zetti, com Natalie Dessay e
Juan Diego Flórez.

Regina Duarte ouve secretários de Cultura de todo o País


PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


DESTAQUE


Sem Intervalo Filmes na TV

AJUDAS

l Prejuízo
O Metropolitan Opera cancelou o
restante de sua temporada. O pa-
gamento dos salários da orques-
tra, coro e demais funcionários
será suspenso. Para se manter, o
Met espera receber doações

Grandes


óperas de


graça na


sua casa


Música. Metropolitan, Ópera de Paris e de


Viena transmitem espetáculos pela internet


TNT

Mudança de hábito. Fãs assistem à ópera ‘Il Trovatore’, do Metropolitan, pela internet: ingresso pode chegar a US$ 400

Política cultural.


Secretária de Bolsonaro


fez reunião online para


reunir ideias, mas ainda


não há decisões práticas


l Linhas de crédito
O secretário de São Paulo levou
a ideia de se abrir linhas de
créditos especiais para o pessoal
da cultura e do turismo, com juro
baixíssimo e carência de um ano
para começar a pagar. É o mes-
mo projeto que já está em curso
no Estado de São Paulo, com
mais de 200 inscrições até a tar-
de de ontem.

l Flexibilização da Lei
Rouanet
A equipe de Regina quer usar os
dispositivos da lei e dar mais
tempo aos interessados em
captar dinheiro para viabilizar
projetos no País. Uma série de
mudanças deve ser editada em
uma instrução normativa a ser
publicada, se tudo der certo, em
até uma semana.

WARNER BROS.

JOÃO LUIZ SAMPAIO / ESTADÃO

NETFLIX

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C4 Caderno 2 SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO

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