O Estado de São Paulo (2020-03-20)

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O ESTADO DE S. PAULO SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2020 NotaseInformações A


F


oi um espetáculo constrangedor,
protagonizado pelo presidente
Jair Bolsonaro, a entrevista coleti-
va realizada na quarta-feira para
detalhar as ações do governo no
combate ao coronavírus. Alguns
de seus ministros até tentaram esclarecer os
jornalistas a respeito dos esforços para lidar
com a crise. Já o presidente só tinha uma preo-
cupação: chamar a atenção para si mesmo e ca-
pitalizar politicamente o desempenho do go-
verno, que para ele é ótimo. De quebra, usou a
ocasião para, mais uma vez, atacar a imprensa.
No auge do cabotinismo, o presidente decla-
rou, triunfante: “Nosso time está ganhando de
goleada. Duvido que quem vier me suceder um
dia, acho muito difícil, consiga montar uma
equipe como eu montei. E tive a coragem de
não aceitar pressões de quem quer que seja. En-
tão, se o time está ganhando, vamos fazer justi-
ça, vamos elogiar seu técnico, e seu técnico se
chama Jair Bolsonaro”. O mau português é o
menor dos problemas de tal declaração, que re-
sume o grau de alheamento do presidente.
Até o momento em que resolveu aparecer
com seus ministros para prestar esclarecimen-


tos sobre o que o governo estava fazendo con-
tra a galopante disseminação do coronavírus,
Bolsonaro insistia que a crise era fruto da “his-
teria” alimentada pela imprensa, mesmo
quando já estava clara a dimensão terrível da
pandemia.
Diante da patente incapacida-
de de Bolsonaro para lidar com
a situação e cansados da fabrica-
ção diária de conflitos desde
sua posse, os brasileiros começa-
ram a protestar, promovendo
panelaços em diversas cidades.
Ademais, a popularidade do pre-
sidente nas redes sociais, outro-
ra um território que o bolsona-
rismo dominava, começou a der-
reter na mesma proporção em
que crescia a certeza da inépcia
de Bolsonaro.
Certamente foram esses os motivos que leva-
ram o presidente a armar o circo travestido de
“entrevista coletiva”, em que não faltaram
nem mesmo as máscaras protetoras que só de-
vem ser usadas por quem apresenta os sinto-
mas da covid-19 ou é profissional da saúde,

conforme instruções do próprio Ministério da
Saúde. Ou seja, não havia nenhuma necessida-
de de o presidente e os ministros usarem as
máscaras, a não ser que o objetivo fosse mera-
mente cenográfico – o que se pôde constatar
diante das evidências de que ne-
nhum deles sabia direito como
manuseá-las, acentuando o cará-
ter picaresco do evento e, por ex-
tensão, do desgoverno de Bolso-
naro. São imagens que ficarão pa-
ra a história.
Também ficará para a história
a desfaçatez de um presidente
que usa um momento tão delica-
do da vida nacional para se pro-
mover e para inventar inimigos,
em especial a imprensa, com in-
disfarçáveis propósitos autoritá-
rios. Na entrevista em que deve-
ria detalhar seus planos contra a pandemia,
Bolsonaro gastou energia para tentar jogar a
opinião pública contra jornalistas e mentiu
mais de uma vez – ao dizer que estava preocu-
pado com o coronavírus desde fevereiro; e ao
negar que tenha convocado manifestações con-

tra o Congresso mesmo diante da recomenda-
ção do Ministério da Saúde de que não houves-
se aglomerações. De quebra, aproveitou o ense-
jo para convocar seus apoiadores a fazer um pa-
nelaço para se contrapor a mais um protesto
contra seu governo, ocorrido anteontem.
Tudo isso em meio à devastação social e eco-
nômica causada pela pandemia, que deixa afli-
tos todos os brasileiros, em especial os mais
pobres e aqueles que estão no mercado de tra-
balho informal. A aflição aumenta ainda mais
diante da confirmação de que não temos presi-
dente de verdade, e o que temos tudo faz para
atrapalhar o próprio governo e, por extensão,
o País. Nisso está sendo auxiliado pelo deputa-
do Eduardo Bolsonaro, seu filho mais novo,
que, macaqueando o presidente norte-america-
no, Donald Trump, atribuiu à China a “culpa”
pela crise, criando um atrito diplomático gra-
tuito e desnecessário com nosso maior parcei-
ro comercial justamente nesta hora de grande
vulnerabilidade.
Cientistas de todo o mundo lutam para en-
contrar tratamento para a covid-19. No Brasil,
constata-se que a incompetência do atual go-
verno é incurável.

E


ntre 2009 e 2018
o desemprego no
mundo declinou
gradualmente.
Mas essa tendên-
cia se estancou e
deve permanecer estagnada
por ao menos dois anos, se-
gundo o relatório da Organiza-
ção Internacional do Trabalho
(OIT) Perspectivas Sociais e do
Emprego no Mundo
. Não à toa,
a organização destaca que 7
entre 11 sub-regiões do globo
experimentaram um cresci-
mento na incidência de protes-
tos contra o desemprego e
suas consequências.
O declínio no desemprego
dos últimos anos se deu sobre-
tudo nos países de renda alta.
Isso, diga-se de passagem, ser-
ve como um contra-argumento
ao temor generalizado de que
as transformações tecnológicas
estão levando ao desemprego
em massa. Em contraste, paí-
ses de renda média que passa-
ram por crises econômicas
mantiveram altas taxas de de-
semprego e é improvável que
consigam revertê-las nos próxi-
mos anos.
A OIT estima que há 188 mi-
lhões de desempregados no
mundo, ou 5,4% da força de tra-
balho. Somados a toda mão de
obra subutilizada, são 470 mi-
lhões (13%) de pessoas. Dos 3,
bilhões de trabalhadores do
mundo, 2 bilhões (61%) são in-
formais. Destes, 1,4 bilhão tra-
balha em países de renda mé-
dia ou baixa, em condições vul-
neráveis e por remunerações
bem menores que as dos assala-
riados típicos. Mais de 630 mi-
lhões de trabalhadores, quase 1
em 5, não recebem o suficiente
para tirar a si mesmos e suas fa-


mílias da faixa de pobreza extre-
ma ou moderada. Nos países
de renda baixa essa parcela che-
ga a 66% dos trabalhadores.
Somem-se a isso as disparida-
des de gênero e de geração. A
força de trabalho ativa das mu-
lheres é de 47%, enquanto a
dos homens é de 74%. Na
América Latina, o nível médio
de educação das mulheres é
mais alto, mas elas recebem
17% menos, uma situação ain-
da mais dramática quando se
considera que o número de la-
res sustentados por mulheres
está em ascensão. O aumento
da coabitação, de divórcios e de
mães solteiras faz com que no
Brasil, por exemplo, as mulhe-

res já sejam chefes de família
em 30% dos lares. Cerca de 267
milhões de jovens no mundo
(22%) não trabalham nem estu-
dam. Mesmo na Europa e Ásia
Central a qualidade dos empre-
gos para os jovens foi prejudica-
da pela crescente incidência de
empregos temporários.
Além de todos esses desa-
fios, o volume total de capital
disponível para o trabalho tem
encolhido. Entre 2004 e 2017,
a parcela de renda do trabalho


  • em oposição à renda auferi-
    da pelos detentores do capital

  • declinou de 54% para 51%. Se-
    gundo a OIT, este decréscimo
    está em grande parte relacio-
    nado à erosão da renda dos au-
    tônomos, com a proliferação
    de novas formas de trabalho
    precário e informal.


Entre os próprios trabalhado-
res a desigualdade de renda é
expressiva. Os 10% mais bem
pagos recebem em média US$
7.400 ao mês, enquanto os 10%
mais pobres recebem US$ 22.
Em quase todos os países –
com algumas exceções, como
China e Índia – a desigualdade
de renda está estagnada, e, se-
gundo as revisões estatísticas
da OIT, é maior do que se supu-
nha anteriormente.
Para o Brasil, as projeções
são angustiantes. Entre 2019 e
2025, a taxa de desemprego de-
ve cair apenas de 12% para
11,4% (acima da média mundial
de 5,4%). Ou seja, em cinco
anos o número de desemprega-
dos recuaria apenas de 12,8 mi-
lhões para 12,6 milhões. Entre
os jovens o índice de desempre-
go hoje é de 25%. No total, so-
mando-se subempregados, de-
salentados, informais e outros
em condições precárias, a mão
de obra subutilizada chega a
quase 25 milhões, cerca de 25%
da força de trabalho, bem aci-
ma da média mundial de 13%.
Trata-se de uma tragédia
humanitária que demanda a
atenção de todos. As medidas
do governo para estimular a
contratação se reduziram a
baratear a mão de obra para
os empregadores. Mas não há
por que eles contratarem
quando a capacidade ociosa
da indústria, por exemplo, os-
cila na casa dos 25% a 30%.
Por mais tração que as refor-
mas e medidas do governo
consigam dar à economia, o
desemprego seguirá alto por
alguns anos. É imperativo que
o governo Bolsonaro dê mais
atenção às políticas sociais do
que deu em seu primeiro ano.

O


pavor de uma
recessão, desta
vez com a mis-
tura de doença,
morte e desem-
prego, continua
sacudindo os mercados, en-
quanto governos e bancos cen-
trais anunciam operações de
socorro multibilionárias, ten-
tando evitar uma quebradeira
pior que a da crise de 2008. A
palavra temida foi usada pelo
presidente Donald Trump, che-
fe de governo da maior econo-
mia do mundo, quando ele ad-
mitiu, em público, o risco de
uma recessão nos Estados Uni-
dos. Mas o desastre pode ser
muito mais amplo. “Podemos
chegar efetivamente a uma re-
cessão global”, disse o diretor-
geral da Organização Mundial
do Comércio (OMC), Roberto
Azevêdo, numa entrevista à Rá-
dio CBN. “Em alguns merca-
dos”, acrescentou, “certamen-
te chegaremos, mas em ter-
mos globais é mais difícil di-
zer.” Se entre esses mercados
estiverem alguns dos maiores
do mundo, o contágio, é fácil
concluir, será tão veloz e difu-
so quanto o do coronavírus.
O risco de crescimento zero
ou de contração econômica no
Brasil já está nos cenários de
grandes bancos, consultorias e
instituições de pesquisa, como
assinalou o Estado. As possibi-
lidades de expansão igual ou
superior a 2% já sumiram. Pe-
las novas contas do Itaú Asset,
por exemplo, o Produto Inter-
no Bruto (PIB) poderá enco-
lher 0,3% neste ano. As estima-
tivas do Credit Suisse incluem
retração de 0,1% no primeiro
trimestre e de 1,6% no segun-
do, com o resultado geral do

ano equilibrado em 0%. A LCA
Consultores aponta como pro-
vável um resultado negativo
de 0,4% em 2020. Pelo cálculo
anterior deveria haver uma ex-
pansão de 1,7%.
Várias instituições continua-
ram, ontem, divulgando novas
projeções, sempre com taxas
de crescimento menores que
aquelas esperadas há pouco
tempo. Nas estimativas mais
favoráveis o crescimento indi-
cado para 2020 bateu em 1%,
número próximo dos alcança-
dos nos três anos anteriores.
Negativo, nulo ou apenas li-
geiramente positivo, o desem-
penho brasileiro será em gran-
de parte determinado, neste

ano, pela retração dos negó-
cios na maior parte do mun-
do. Também afetada pelo co-
ronavírus, a economia argenti-
na continuará muito fraca. Is-
so limitará as exportações bra-
sileiras de veículos. Vendas pa-
ra outros países também deve-
rão refletir a retração global
da demanda. A crise chinesa
deverá produzir forte impacto
nos preços de mercadorias do
agronegócio e de minérios,
um efeito já sensível nas últi-
mas semanas.
Na China, a produção indus-
trial no primeiro bimestre caiu
13,5% em relação à de janeiro e
fevereiro de 2019, segundo os
últimos dados. Comparações
semelhantes apontaram queda
de 20,5% nas vendas do comér-
cio varejista e de 34,7% nas ven-

das de imóveis. Apesar de sinais
de recuperação, o primeiro tri-
mestre está perdido e há quem
estime contração econômica
em todo o primeiro semestre.
Meio ano de mau desempenho
na segunda maior economia se-
rá suficiente para causar estra-
gos em todo o mundo.
O risco de recessão na Euro-
pa foi admitido pela Comissão
Europeia na sexta-feira passa-
da. Em vez do crescimento de
1,7%, anteriormente estimado,
o bloco poderá fechar o ano
com uma contração econômi-
ca próxima de 1%, segundo in-
forme divulgado no dia 13.
Nenhuma dessas projeções
é uma condenação. Governos
e bancos centrais de grandes
economias iniciaram ações pa-
ra contenção dos danos, como
facilidades tributárias, gastos
para defesa do emprego e das
pessoas mais vulneráveis e
crédito mais acessível.
No Ocidente a epidemia ain-
da avança e as ações defensi-
vas, como a proibição de aglo-
merações, travam as vendas e
a produção. Isso poderá limi-
tar, por algum tempo, os efei-
tos das novas medidas econô-
micas, agora aplicadas tam-
bém no Brasil. Mas as medidas
acabarão funcionando, mesmo
com alguma demora. Enquan-
to isso, o presidente Jair Bolso-
naro critica as precauções sani-
tárias, defende atividade eco-
nômica mais normal e menos-
preza o risco de contágios e
mortes. Destoa dos demais go-
vernantes, incluídos alguns de
seus ícones de direita, empe-
nhados neste momento em
proteger a vida. Sem essa defe-
sa, qualquer recessão seria mui-
to mais devastadora.

Cabotinismo


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Governos agem para
reanimar a economia,
mas a prioridade ainda
é conter a ação do vírus

Notas & Informações


O pão mais duro


OIT aponta problemas
do trabalho no mundo e
projeções angustiantes
para o Brasil

Risco global de recessão com vírus


l Pandemia
Bolsonaro e a covid-

Que tal o presidente Jair Bol-
sonaro aproveitar a boa notí-
cia de que seu segundo teste
de covid-19 deu negativo para
nos fazer um favor? Refiro-me
a tratar a situação como esta-
dista, e não como político tupi-
niquim que avalia os proble-
mas apenas em termos de ga-
nhos e perdas pessoais e parti-
dários. A covid-19 é um proble-
ma muito sério que pegou o
Brasil no pior momento possí-
vel, e não uma “histeria, como
se fosse o fim do mundo”. Os
“grandes órgãos de imprensa”
estão fazendo o seu trabalho.
Além de noticiar o avanço ine-
xorável da doença, prestam
grande serviço à população
explicando os sintomas, como
se proteger, o uso correto das
máscaras, o que fazer com as
crianças em casa e outros te-
mas importantes para as pes-
soas preocupadas com a situa-
ção. É boa hora para contem-
plar o seguinte: se quiser avan-
ço no combate à covid-19, in-
cluído o desenvolvimento de
vacina no Brasil, comece a
acreditar na ciência e tratar os


cientistas com mais respeito!
OMAR EL SEOUD
[email protected]
SÃO PAULO

Economia de guerra
O mundo está em guerra con-
tra a covid-19, não é só o Bra-
sil. Antes que seja tarde, acho
que seria importante o gover-
no tomar uma medida usada
na 2.ª Guerra Mundial: trans-
formar a linha de produção de
fábricas em linha de produção
de artigos necessários. Lá
atrás eram tanques e armas.
Agora precisamos de respira-
dores mecânicos e máscaras,
bem como de testes para a
doença e eventuais medica-
ções a serem eleitas como vi-
tais. O presidente Jair Bolso-
naro deveria pensar nisso.
SÉRGIO ECKERMANN PASSOS
[email protected]
PORTO FELIZ

Poder público despreparado
O dinheiro público roubado
por empreiteiras e políticos
em passado recente poderia
ter sido utilizado na aquisição
de equipamentos médicos,
construção de hospitais e es-

pecialização dos profissionais.
Com a chegada da covid-
percebe-se claramente que o
Brasil não tem capacidade em
seus hospitais públicos para
atender a população necessita-
da. Diz-se que a corrupção ma-
ta mais que a guerra. Os milio-
nários do País terão atendi-
mento nos melhores hospitais
da rede privada e nada faltará
para seu pronto restabeleci-
mento. Já quem depende do
poder público federal, esta-
dual ou municipal está em
maus lençóis. Aonde foi parar
o dinheiro da Copa, da Olim-
píada, do petróleo...?
JOSÉ CARLOS SARAIVA DA COSTA
[email protected]
BELO HORIZONTE

Os aproveitadores de sempre
O mundo está um caos por
causa dessa pandemia, mas no
Brasil é sempre pior. Além das
condições de higiene precá-
rias, temos os aproveitadores
da situação. O cidadão não
encontra álcool gel e másca-
ras para comprar. Em alguns
locais, quando existem, esses
produtos são controlados pa-
ra que mais pessoas possam

adquiri-los. Em outros, algu-
mas pessoas levam tudo, dei-
xando os demais sem nada,
em completa falta de solidarie-
dade. O mesmo em mercados.
Mais grave ainda é ver pes-
soas vendendo álcool gel fabri-
cado clandestinamente, sem
fiscalização ou punição. Nas
farmácias não se vê álcool gel
para uso dos clientes que ali
entram. Essa é medida impor-
tante que toda empresa deve-
ria adotar. Mas se nem farmá-
cias dão o exemplo... Enfim,
não acho que apenas prender
pessoas em casa resolva, é pre-
ciso cuidado e respeito com
quem precisa circular para tra-
balhar. O que dizer, então,
dos transportes públicos? Ar-
recadam bilhões e tratam os
passageiros como lixo.
IZABEL AVALLONE
[email protected]
SÃO PAULO

Bolsa de valores
Aulas em colégios e faculda-
des suspensas, teatros, cine-
mas e shopping centers fecha-
dos, a população instruída a
ficar em casa, empresas man-
dando funcionários, quando

possível, trabalhar em domicí-
lio. Enfim, estão sendo toma-
das todas as medidas possí-
veis contra o coronavírus e
para permitir que a vida das
pessoas retorne à normalida-
de o mais rápido possível. En-
tretanto, providências urgen-
tes devem ser tomadas contra
o que está acontecendo na bol-
sa de valores, com altas e bai-
xas completamente sem senti-
do, alternando-se e fazendo a
festa dos tradicionais especu-
ladores, com prejuízo para os
investidores tradicionais e
bem-intencionados. Como re-
sultado, teremos inevitável
fuga de investidores, trazendo
de volta ao mercado de capi-
tais a injusta fama que já teve
no passado de investimento
perverso e maldito.
LUIZ ANTÔNIO ALVES DE SOUZA
[email protected]
SÃO PAULO

Confisco das poupanças
Alguns leitores lembraram os
bilhões de reais de correção
monetária que detentores de
cadernetas de poupança na
época dos planos econômicos
ganharam na Justiça, mas se

encontram bloqueados até
que o Supremo Tribunal deci-
da que os bancos devem libe-
rá-los. A adesão à marmelada
de receber só cerca de 10%,
deixando com os bancos deve-
dores os restantes 90%, não
encontrou adeptos. Hoje, de-
pois de 25 anos, os antigos
poupadores que ainda não
morreram são idosos e preci-
sam do dinheiro para seus tra-
tamentos de saúde. Para a eco-
nomia também seria benéfica
a liberação desses valores nu-
ma época de crise que tende a
se tornar insuportável em face
da pandemia do coronavírus.
ADEMIR VALEZI
[email protected]
SÃO PAULO

Vacinação dos idosos
No dia 23 vai ter início a vaci-
nação contra a gripe para os
idosos. Pelo que vi anos atrás,
nos postos de saúde as filas
são grandes. A questão é: co-
mo evitar que os idosos que
vão ser imunizados contra gri-
pe sejam expostos à covid-19?
MAURÍCIO LIMA
[email protected]
SÃO PAULO

Fórum dos Leitores O ESTADO RESERVA-SE O DIREITO DE SELECIONAR E RESUMIR AS CARTAS. CORRESPONDÊNCIA SEM IDENTIFICAÇÃO (NOME, RG, ENDEREÇO E TELEFONE) SERÁ DESCONSIDERADA / E-MAIL: [email protected]

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