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(Marcelobf) #1
Introdução^7

Pôr em prática o que acima ensinamos provavelmente
exporá o pregador à acusação de ser ele um vira-casaca. Mas
que importa, se ele tiver a aprovação do seu Mestre? Não se
exige que ele seja “coerente” consigo mesmo, nem com
quaisquer regras elaboradas pelos homens; seu dever é ser
“coerente” com as Escrituras Sagradas. E, nas Escrituras,
cada faceta da Verdade é contrabalançada por algum outro
aspecto da Verdade. Há dois lados em tudo, até mesmo no
caráter de Deus, pois Ele é “luz” (1 Jo 1.5), mas também é
“amor” (1 Jo 4.8). E, por essa razão, somos exortados a
considerar “a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11.22).
Pregar sempre um lado e excluir o outro é deformar o caráter
divino.
Quando o Filho de Deus se encarnou, assumiu no
mundo a “forma de servo” (Fp 2.7); entretanto, na
manjedoura, Ele era “Cristo, o Senhor” (Lc 2.11)! Dizem as
Escrituras: “Levai as cargas uns dos outros” (G1 6.2), mas o
mesmo capítulo insiste: “Cada um levará o seu próprio fardo”
(G1 6.5). Exortam-nos que não devemos nos inquietar com o
dia de amanhã (Mt 6.34); porém, “se alguém não tem cuidado
dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado
a fé e é pior do que o descrente” (1 Tm 5.8). Nenhuma ovelha
do rebanho de Cristo perecerá (Jo 10.28,29); no entanto, a
ordem dada aos crentes determina: “Procurai... confirmar a
vossa vocação e eleição” (2 Pe 1.10). Assim, poderíamos
continuar multiplicando as ilustrações. Essas coisas não
são contradições, pois se complementam mutuamente:
uma contrabalança a outra. Desta forma, as Escrituras de­
monstram tanto a soberania de Deus como a responsabilidade
do homem.
Nesta obra, porém, nos preocupamos com a soberania
de Deus, e, mesmo reconhecendo claramente a responsabili­
dade do homem, não vamos nos deter a cada página para
insistir nesse ponto; ao contrário, temos procurado ressaltar
o aspecto da Verdade que nestes dias está sendo quase
universalmente negligenciado. Talvez noventa e cinco por

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