Salvação^51
todos não são salvos, especialmente todos quantos ouvem o
evangelho? Você continua argumentando: “Não será porque
a maioria se recusa a crer?” Bem, é verdade, mas isso é
apenas parte da verdade. É a verdade do lado humano. Há
também o lado divino, e esse lado precisa ser ressaltado;
caso contrário, Deus será despojado de sua glória. Os
não-salvos estão perdidos porque se recusam a crer; os
demais estão salvos justamente porque crêem. Mas, por que
estes crêem? O que os leva a confiarem em Cristo? Porven
tura são mais inteligentes do que os seus semelhantes, mais
prontos a discernirem a sua própria necessidade de salvação?
Longe de nós tal idéia, “Pois quem é que te faz sobressair? E
que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por
que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1 Co
4.7).
É o próprio Deus quem estabelece a diferença entre
os eleitos e os não-eleitos, porque está escrito acerca dos que
lhe pertencem: “Também sabemos que o Filho de Deus é
vindo, e nos tem dado entendimento para reconhecermos o
verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus
Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20).
A fé é um dom de Deus, e “a fé não é de todos” (2 Ts
3.2). Portanto, vemos que Deus não concede esse dom a todos.
Quem, pois, recebe essa graça salvadora? Nós, seus próprios
eleitos, respondemos — “e creram todos os que haviam sido
destinados para a vida eterna” (At 13.48). Por isso é que
lemos: “A fé que é dos eleitos de Deus” (Tt 1.1). Mas, é
Deus soberano na distribuição dos seus favores? Não tem Ele
o direito de ser assim? Existem ainda aqueles que “murmuram
contra o dono da casa”? Então, as próprias palavras do Senhor
são resposta suficiente: “Porventura não me é lícito fazer o
que quero do que é meu?” (Mt 20.15). Deus é soberano na
distribuição dos seus dons, tanto no âmbito das coisas naturais
como das espirituais.
Até aqui fizemos uma exposição geral; agora aborda
remos as particularidades.