60 Deus é Soberano
Resumindo os ensinamentos dessas sete passagens,
podemos concluir o seguinte: Deus ordenou certas pessoas
para a vida eterna e, em conseqüência de tê-las destinado, no
seu devido tempo, elas chegam a crer; Deus ordenou a salvação
dos eleitos não se fundamentando em qualquer coisa de boa
que neles existe, nem em qualquer mérito da parte deles, mas
unicamente na graça divina; Deus escolheu, deliberadamente,
as pessoas mais improváveis a fim de receberem seus favores
especiais, a fim de que “ninguém se vanglorie na presença de
Deus”; o Senhor escolheu seu povo em Cristo, antes da
fundação do mundo, não porque eles fossem santos, mas a
fim de que se tornassem santos e irrepreensíveis perante Ele;
e, tendo selecionado certas pessoas para a salvação, Deus
igualmente decretou os meios pelos quais tudo seria feito de
acordo com o conselho da sua vontade; ainda, a própria graça
através da qual somos salvos, de conformidade com os
propósitos de Deus, foi “dada em Cristo Jesus antes dos tempos
eternos”; e, muito antes de terem sido criados, os eleitos já
estavam presentes na mente de Deus, tendo sido conhecidos
de antemão por Ele, isto é, já se constituíam objetos definidos
do seu eterno amor.
Antes de voltarmos nossa atenção para a segunda
divisão deste capítulo, é mister que digamos mais uma palavra
sobre o objeto da graça predestinadora de Deus. Insistimos
nesse assunto porque é no predestinar certas pessoas para a
salvação que a doutrina da soberania de Deus é mais
freqüentemente atacada. Os que pervertem essa verdade
invariavelmente procuram achar alguma causa fora da vontade
de Deus que O teria impulsionado a conceder salvação aos
pecadores, ou seja, alguma coisa é atribuída à criatura,
conferindo-lhe o direito de receber misericórdia da parte do
Criador. Voltamos, então, àpergunta: Por que Deus escolheu
aqueles a quem escolheu?
Que havia nos eleitos que os atraiu ao coração de Deus?
Deveu-se isso a certas virtudes que possuíam? Tinham o
coração generoso, temperamento dócil, eram pessoas que