JornalValor--- Página 14 da edição"24/03/2020 1a CAD A" ---- Impressapor vdsilvaàs 23/03/2020@19:08:
A14|Valor|Te rça-feira, 24demarçode 2020
Especial
IMPACTOSDO
CORONAVÍRUS
Onda de demissões divide o meio empresarial americano
AndrewEdgecliffe-Johnson
FinancialTimes,deNovaYork
Os EUA se preparam para uma
ondahistóricade pedidos de auxí-
lio-desemprego, àmedida que as
empresas dispensam funcionários
natentativadesobreviveràpande-
mia,quecausouumcolapsodade-
mandaporseusprodutosedeixou
setoresinteirossemclientes.
Nos últimos dias, associações
comerciais disseram aWashing-
ton que 1,7 milhãode empregos
no setor varejista, 3milhões a 5
milhões de postos em restauran-
tes e 4,6 milhões de empregos no
setordeturismo podem ser perdi-
dos. Mas algumas das maiores
empresas americanas passam
umamensagem diferente nesta
crise: ade que manter funcioná-
rios será maisimportantepara
suas perspectivas de longoprazo
do que qualquer esforço para pro-
tegeros lucros no curtoprazo.
“O recurso típico seria reduzir
vagas nas áreas de vendase gestão
declientes...[mas]eunãofariaisso
de novo, porque acredito que é
uma resposta de curto prazo”, dis-
se Stephen Squeri, executivo-chefe
da American Express, aanalistas
nasemanapassada.
“Mesmodurantea crise finan-
ceira,[no] pior ano que tivemos,
faturamos US$ 2,2 bilhões.Quão
ruimteriasido se faturássemos
US$ 1,8 bilhãoe eu tivesseuma
partemaiorda minhaorganiza-
ção de vendasprontapara entrar
em ação ainda mais rápido
[quando os negóciosse recupe-
rassem]?”,perguntouSqueri.
O coronavírusatingeas em-
presasdos EUA seis mesesdepois
que Squeriemais 180 executi-
vos-chefesassinaram umacarta,
organizada pela Business
Roundtable,emWashington,pa-
ra tratartodasas partesinteres-
sadas—incluindo funcionários
—comoiguaisaseusacionistas.
“Eu realmenteesperoque este
seja o momentoem que eles pos-
sam pôr em práticaesse compro-
missode princípios”, disseMary
KayHenry, presidenteinterna-
cionaldo Sindicato Internacio-
nal dos Empregadosde Serviços,
quetem2milhõesdemembros.
Na semana passada, o sindicato
conclamouasempresasa“mostra-
rem liderançaepensarem para
alémdos seusresultados, para ga-
rantir a saúde,aproteção e a segu-
rançafinanceira de todosos traba-
lhadores”.MaryKayHenrydisseao
“Financial Times”que anecessida-
de de uma ação coletiva para con-
ter a propagação do vírus deu-lhe
esperançasde que as empresas
possam resistirà“reação automá-
tica” decortarempregos.
Rebecca Henderson, professora
de economiade Harvard, reiterou
que os CEOs“comprometidos com
apropostadetratamentoigualpa-
ra as partes interessadas” estavam
colocandoos funcionários em pri-
meiro lugar nesta crise, depois de
terem aprendido alição por não
fazerisso na crise financeira de
- Mas ela acrescentouque ou-
tros regrediram paraum compor-
tamentomenos“avançado”.
“O capitalismoresponsável”en-
frenta seu maiorteste, escreveu
Paul Polman,ex-CEO da Unilever,
no LinkedIn, na semana passada.
“Os CEOsestão atolados em esco-
lhas ingratas”,disse ele,mas, “à ex-
ceção das que forammaisdura-
menteatingidas, todasasgrandes
empresas devem ser capazes de
protegerostrabalhadores”.
A crise expôsenormesdiferen-
ças nas respostas das empresas,
muitas vezesmotivadaspela saú-
dedeseusbalanços.
Vários grupos, de varejistade
roupas Eileen Fisher a parqueste-
máticos da Walt Disney até a ope-
radoradecassinosSands,disseram
quecontinuarãoapagarfuncioná-
rios enquanto estiverem fechados.
Outros, comoa empresa de tecno-
logiadeviagensSabre,impuseram
cortes nos salários ou pediram aos
funcionários que tirassem licenças
nãoremuneradas.
Vários CEOsforam explícitos ao
dizer aWashingtonque sua capa-
cidade de evitar demissões depen-
derádaassistênciadogoverno.
GeneLee, CEO da DardenRes-
taurants,disseaanalistasqueen-
trou em contato com o governo
Trumpe oCongressopara tentar
elaborar um plano“que usaria
dinheirodo governoparapagar
[funcionários]e não termosque
nos separardos 190 mil mem-
brosdenossaequipe”.
Até aCâmara de Comérciodos
EUA,que geralmenteé reticente
a políticasque possamengessar
as empresas,sugeriuimporuma
condição às linhasde financia-
mento que gostariade ver dispo-
nibilizadasàs pequenasempre-
sas: que elas usemessesrecursos
paramanterseusfuncionários.
Para algumas empresas, a es-
cala e avelocidadeda crisetor-
namimpossívelesperarpelo so-
corrofinanceiroesperado.
AGEinformouontemquecor-
tará10%desuaequipedadivisão
de aviação,depoisde a Marriott
ter avisadoque haveria“dezenas
de milhares”de demissõesem
seus hotéis.Analistasda Cowen
&Corecomendaramqueascom-
panhiasaéreasdevem“demitir
todosos seus empregados” para
economizardinheiro, enquanto
aDelta Air Linesameaçareduzir
sua folhade pagamentodeacor-
do com os cortesem seu crono-
gramasenãoforsocorrida.
Até agora,o estragoem sido
maisgrave nas áreasde lazere
entretenimento.SegundoaChal-
lenger,Gray&Christmas,empre-
saderecolocaçãodepessoal,esse
setoré responsável pela maioria
dos 9 mil anúnciosde cortesde
empregos que identificaraaté o
fimdasemanapassada.
Flywheel eSolidcore, duas redes
de academias, demitiram tempo-
rariamente 98% de seus funcioná-
rios,enquantooCirqueduSoleil,a
trupe de circo canadense, anun-
ciou que não tinha opção anão ser
cortar95%desuaequipe,“paraen-
frentarestatempestade”.
Sua experiência mostra até que
pontoacrise ampliou abrechaen-
treasmaioresempresaseasmeno-
res americanas. TorstenSlok,eco-
nomista do Deutsche Bank,obser-
vou queas empresasdoS&P 500
empregam17% da força de traba-
lho dos EUA,epesquisas sugerem
que os empregadores menores
têmtidomaisdificuldade para
mantersuasequipes:umaenquete
realizadapela Stifel com 64 CEOs
de empresas médias revelou que
31%jáestavamdemitindo.
Entre as maioresempresas ame-
ricanas, algumas poucas abriram
novas contrataçõesou promete-
ram aumentos de salários e bônus.
AAmazonanunciou planosde
contratar mais 100 mil pessoas; a
CVS eaDollar Generalinforma-
ram ontem que recrutarãoaté 50
mil funcionários cada; a 7-Eleven
comprometeu-se a contratar 20
mileaPepsiCo,6mil.
Algunsvarejistas tambémau-
mentaram os salários dosfuncio-
nários que têm que lidar com a ex-
plosão de consumidores que bus-
cam fazer estoques:oWalmart
prometeu um bônus de US$ 150
para trabalhadores horistas eUS$
300 para os que trabalhamem pe-
ríodointegral, enquantoaTarget
aumentouossaláriosemUS$2por
horaatéoiníciodemaio.
Mas algumas empresasmeno-
res não têm recursosnempara
manteros funcionáriosque ti-
nham antes da crise. Danny
Meyer, donode um restaurante
que demitiu80% de seus maisde
2 mil funcionários, disseque era
quase impossível conciliar os
princípiosde sua empresacom
as necessidadesdo momentoe
isso era “de cortar total-
menteocoração”.
Vidas x economia?Cresceodebatesobreodanos
econômicosdaspolíticasdecombateaocoronavírus
Pandemia avança e
EUA discutem o
custo de enfrentá-la
JonHilsenrath e StephanieArmour
DowJonesNewswires
A custosa luta dos EUA contra a
pandemia de coronavírus está
suscitandoumadiscussãodentro
do governo DonaldTrump —eem
outrospaíses —sobreo tamanho
da perda econômicaque o país
conseguirá suportar para salvar
um númerodesconhecidode pes-
soas infectadaspela doença.
Milhões de empregosforam eli-
minados em poucos dias e outros
milhões deverão desaparecer, com
setores inteiros sendo paralisados,
ruas vazias e pessoaspresas em ca-
sa para limitar a disseminação da
doença.Trilhões de dólares serão
perdidosem produção econômi-
ca; trilhõesforameliminadosdo
valordomercadodeações;eadívi-
da do governo aumentará em tri-
lhõesdedólaresnospróximosme-
ses para queele possa ajudar as fa-
míliaseasempresasquelutampa-
rapagarassuascontas.
“Não podemos permitir que a
cura seja pior que opróprio pro-
blema”, tuitou Trump ontem. Ele
chegou a sugerir que poderá re-
cuar no esforçode praticar o dis-
tanciamento social por 15 dias.
“No fim do período de 15 dias, to-
maremosumadecisãosobreama-
neiraquequeremosprosseguir!”
Lloyd Blankfein, ex-presidente
executivo do Goldman Sachs, fez
comentários parecidosno Twitter.
“Medidas extremas paraachatara
‘curva’ do víruséalgo sensato afa-
zer —por um determinadotempo
—para diluir a pressão sobrea in-
fraestrutura de saúde.Mas esma-
gar aeconomia, os empregoseo
estadode espírito é tambémuma
questãodesaúdeealém”, disseele.
Os riscos nunca foram tão
grandes parao país:orisco da
mortede milhões,eocustode
milhõesde empregose possíveis
falências,caso empresase famí-
lias não consigamter dinheiro
parapagarassuasdívidas.
Economistasdo setor privado
projetam que o custo da crise in-
cluirá aperdade 5milhõesdeem-
pregoseUS$1,5trilhãoemprodu-
ção econômica perdida. As ações
americanas já perderam US$ 12
trilhõesem valor desdea metade
de fevereiro e as perdas globais já
eliminaramUS$ 26 trilhões das
carteirasdos investidores.En-
quantoisso, um pacote de ajuda
econômicaestá sendopreparado
no Congresso edeverá dobrar o
déficitpúblico americano para
perto de US$ 2trilhões nesteano e
possivelmentenopróximo.
Ao mesmotempo,umestudo
bastante citado do Imperial Colle-
ge, de Londres,alerta que os EUA
enfrentam a possibilidade de 2,
milhões de mortesdecorrentes do
vírus,se não fizeremnada para
impedir a sua propagação.
LawrenceSummers, professor
deeconomiadaUniversidadeHar-
vardeex-secretáriodoTesourodos
EUA,disse que muito dessecusto
econômicovai se abater sobreos
EUA mesmosem as restriçõesim-
postas pelo governo. O medo do
contágio deverá levar as pessoas a
evitar restaurantes,aviões e arenas
esportivas, mesmosem aimposi-
ção por parte do governodeor-
denscomoasemitidasnosEstados
deNovaYorkeCalifórnia,paraque
aspessoasfiquememcasa.
“Umagrande parte da desarti-
culaçãoé causada pelo coronaví-
rus,enão pelaresposta política
causadapelo coronavírus”, disse
Summers. “Achoque não precisa-
mos transformar isso em uma coi-
sadotipodólaresversusvidasaes-
ta altura”. Para ele, a melhor esco-
lha é provavelmente avaliar os ris-
cos àsaúde, cuidando dos danos
econômicos,e então trabalhar pa-
raevitarpandemiasfuturas.
Ovice-presidentedosEUA,Mike
Pence,que coordenaaforça-tarefa
do coronavírus, vem sondando
por telefone grandes epidemiolo-
gistas e médicossobre como ela-
borar umaestratégia nacional de
longoprazo, disseramontemduas
fontesa par das discussões. Suas
dúvidasrefletemasdeumnúmero
crescente de americanos: quando
—ecomo—issovaiacabar?
Alguns estão criticandoeaté
mesmo desafiando as quarente-
nas,classificando-asdedraconia-
nas. O governador da Flórida,
Ron DeSantis, recusou-se afechar
aspraiasparaorecessoescolarda
primavera.ACâmarado Comér-
cio dos EUA pediuaTrumppara
declarar um grande númerode
empresas comoessenciais parao
país enfrentar a pandemia, in-
cluindobancos,lojasde ferra-
gens, encanadores, táxis e lavan-
deriasautomáticas,entreoutras.
Até entreos cientistasque es-
tudampandemias,algunscome-
çamapensarnocustodocomba-
te à doença.MichaelOsterholm,
especialista da Universidade de
Minnesota, surpreendeu parte
da comunidadecientíficaao su-
gerirque as pessoascombaixo
riscode contraira doençadeve-
riamcontinuartrabalhando pa-
ramanteraeconomiaativa.
“Issonão é comouma nevasca
em Minneapolisque passalogo.
É comoo invernoem Minneapo-
lis, que durameses”, disseele ao
“TheWallStreetJournal”.
A Casa Branca baseousua deci-
são de conclamarao distancia-
mento social —limitando o conta-
to das pessoas apequenosgrupos,
fechando empresas e escolas e re-
comendando o distanciamento de
2metrosentreaspessoas—emum
relatório publicado este mês pelo
Imperial College, que estima que
2,2 milhõesde mortes poderão
ocorrer semodistanciamentoso-
cial, alémdo isolamento das pes-
soas infectadas e a imposição de
quarentena aos membros das fa-
míliasdessaspessoas.
Neil Ferguson, o epidemiolo-
gistaque trabalhouno relatório,
estáinfectadopelocoronavírus.
Os países que enfrentam o mes-
mo dilema estão respondendo de
maneiras diferentes.AItália gra-
dualmente confinou partes do
país e agorafechoutodas as ativi-
dades, comexceção das essen-
ciais, eordenou àpopulaçãoque
fiqueem casa,excetopara traba-
lho e necessidades de saúde.
Até sexta-feira, ogoverno do
ReinoUnidovinhaevitandoasme-
didasrígidas adotadasem outros
países,masontemanunciounovas
restrições (leia o textoao lado). No
domingo,aÍndiatestouumapara-
lisação voluntária de um dia,na
qual as pessoasforam solicitadas a
ficar em suas casase amaior parte
dasempresasforamfechadas.
NosEUA,especialistasemsaúde
vêmpedindo acontinuação das
paralisações até que opaís tenha
capacidade de realizar testes em
grandeescalaparaidentificareco-
locarde quarentena os indivíduos
infectados.Masopaísestátãoatra-
sadoemsua capacidade de testes,
comfalta de produtos químicos
essenciais e materiais,que ainda
não estáclaro se levarámeses, ou
mesmoum ano, para a implemen-
taçãoda estratégiade testes que
permitiu a CingapuraeC oreiado
Sul conteros casos, mantendo ao
mesmotempograndespartes de
suaseconomiasemoperação.
Economistasafirmam que adis-
cussão sobre ocustoeconômico
do combate ao coronavíruséum
poucoparecida comadiscussão
sobre as mudanças climáticas. Nos
doiscasos, cientistas preveem
grandes perdas humanas semque
medidassejam tomadas, masa
açãoexigesacrifícioeconômico.
Adiferençacrítica entre adis-
cussãosobreoclimaeadocorona-
vírusé que odebate climático vem
se arrastando há anos. As conse-
quências do problema e as respos-
tas de políticas devem ocorrer gra-
dualmente nas próximas décadas.
Como coronavírus essa situação
vem se desenrolando em apenas
umaspoucassemanas,comasper-
das humanas eeconômicasacon-
tecendojáeaomesmotempo.
“É amesmacoisacom as mu-
dançasclimáticas, mas em uma
escalade tempototalmentedife-
rente”, disse James Hammitt,
professor da T.H. ChanSchoolof
PublicHealth,deHarvard.
Umaparcelada economiade-
senvolveuinstrumentosque, se-
gundopesquisadores,poderão
levara ajudaachegarà escalado
que opaís enfrenta.Essasmedi-
das de “valorestatístico da vida”
avaliamo que as pessoasestão
dispostasa pagarparareduzira
probabilidadedemorrer.
Os economistas tiram os nú-
meros de pesquisas einferências
de escolhas individuais de traba-
lho, por exemplo, olhandopara
quanto de valor adicional as pes-
soas exigempara realizar traba-
lhos de alto risco, como corte de
madeira, pesca em águas profun-
dasouotrabalhocomtelhados.
As medidasdevalorestatístico
da vida são rotineiramente usa-
das pelogovernofederalpara
calcularos custose benefícios de
umasériede regulamentações
de saúdeeambientais,que tam-
bém apresentamum conflitode
escolhaentreasegurançapúbli-
caeocustoeconômico.
W. Kip Viscusi, professor de eco-
nomiaedireito da Universidade
Vanderbilt,estimaovalorestatísti-
co de uma vida em cercade US$ 10
milhões nos EUA.O número signi-
fica que uma comunidadeameri-
canade 100 mil pessoas pagaria
emmédiaUS$100porpessoapara
reduzirorisco de um membro da
comunidade ser morto aleatoria-
mente por algumaameaça. A co-
munidadeestá basicamente pa-
gando US$ 10 milhões para redu-
ziroriscodemortedemembro.
Mesmo em circunstância nor-
maisessasmedidas são complica-
das por muitos fatores. Por exem-
plo,avida de uma criança deveria
receber maisvalor queavidade
um octogenário? Comovocê con-
sidera as diferenças de idadeque
afetammaisos maisvelhos?Avi-
da no Laos vale tanto quanto a vi-
da nos EUA? Amaioria das pes-
soasdiria que avidatem omes-
mo valor em qualquer país, mas
os cálculos sãobaseadosem
quantoumapessoa pagaria para
reduzir oriscode morte,ecomoa
rendaémenor no Laos do que
nos EUA,o valor estatístico da vi-
da naquele país também é menor.
Nesse caso, as incógnitas são
particularmente grandes, segun-
do JosephAldy, professordeHar-
vard eex-assessor do presidente
Barack Obama. A taxa de mortali-
dadedo vírus é desconhecida.Co-
mo os testes têm sido escassos nos
EUA,ninguémsabe oquantoele
está disseminadoentre a popula-
ção ou aagressividade comque
passa de umapessoaparaoutra.
“É difícil até mesmo avaliar as
probabilidades”, diz ele.
Viscusi chamaatenção para ou-
tra questão. Aperturbaçãoeconô-
mica causaseus próprios proble-
masdesaúde.“Astaxasdemortali-
dadesobemapósperíodos de de-
semprego e perdade renda. Mes-
mo queas aúdeseja asua única
preocupação e os custos financei-
ros não sejamconsiderados, éim-
portante adotar esforçosdepre-
vençãoque limitem os efeitosad-
versossobrearenda.”
Os EUA deveriamestardispos-
tos aarcar comcustossubstan-
ciais para superaresse vírus,por-
que trata-sede algoque pode
sair fora de controle,diz Ham-
mitt,deHarvard.Equalseriaesse
custo?“Nãosei”,respondeele.
Após relutar,Johnsonanuncia quarentena
UK POOL
VIA
AP
Apósminimizarosriscos da
pandemia,o premiêbritânico, Boris
Johnson(foto),anunciouontem, em
pronunciamento transmitidopelaTV,
umarígidaquarentenadetrês
semanas“neste momentode
emergêncianacional”.“A partirdesta
noite,devodaraosbritânicosuma
únicainstrução: fiquememcasa.”E
acrescentou: “Nenhumpremiê quer
tomarmedidascomoesta.Seidos
danosqueestadisrupção está
fazendoe faránavidadaspessoas,
seusnegóciose seus empregos”.A
estratégiainicialdeJohnsonera de
promover uma“imunizaçãode
rebanho”, permitir“queumnúmero
suficientedebritânicoscontraíssea
doençapara ficarimunizado”. Mas
estudodaImperial College, de
Londres,estimouqueisso resultaria
em 26 0 mil mortos, enquanto queo
confinamento reduziria asmortes
para algumasdezenasdemilhares.
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