Matrioskas(Cátia Castilho Simon,
p. 48)Antes de mim
Houve um rosário
de simEm clausuras
ad infinitum
formatadoNo eterno
jogo
das matrioskasBoia(LígiaSavio,p. 131 )Nomeávamosomundo
easpalavrastinhampesocerto:
silêncio,solidão,raiz,estrela,
águaentreseixos,
águadachuvacaindonaface,
pedranua,ramosebrotos.
Aprendicontigoaconsistênciados
vocábulos
adensidadedoabandono.
Sentinocorpoadurezadalonjura,
mevinodesertodoamor
edescobriqueviverentrepalavras
eraaúnicaboianestemardeincertezas.
Na terceira coletânea, o ITomo das Bruxas:do ventre àvida, que encerra a
Trilogia Enluaradas,surgemelas, asbruxas,as quequebraramofeitiçocontidono
“cálice do atordoamento” para não esquecermos de quemfomos nem de nossos
saberesepoderes.Sabemosnossahistória,somos“mulheresdoséculoXXI,extensão
conceptual” dosarquétiposEvaeSerpenteecarregamosasmuitaschagasquenos
sangramaalmaetodoopesodaviolênciasobrenossoscorposdeBruxasdotempo
presente. A impotência nos acomete dia a dia, porque sabemos que ainda
percorremoscaminhosparecidos,
olhamos para trás com os olhos rasos d’água, com a boca
cavernosa prenhedasdoresmapeadas pelocorpo,mascaminhamos
em frente com a língua viperina destilando o grito e o contragrito
entalado na garganta [...] Nunca nos esqueçamos que em toda
margemresidemasváriasfacetasdacriatividade