Sabor Club - Edição 39 (2020-04)

por Robert Halfoun

O gosto

do verde

Para veganos (ou não!), a cozinha da jovem

Nati Luglio é só sabor. “Além da filosofia,

a comida precisa ser realmente gostosa”

“OS 22 ANOS ESTÃO NO ROSTO, no jeito e na voz da Nati Luglio,
cozinheira que atua desde os 16, com um tempo de especialização na
Natural Gourmet Institute (onde estudou a Bela Gil), em Nova York.
A juventude, no entanto, não esconde o discurso maduro que aborda
o veganismo com muita propriedade. Sem radicalismo, tratando o que se
come, acima de tudo, de forma confortável e saborosa. “Ser vegano não
é ser chato para comer. Ao contrário, é comer muito bem, com o melhor
do que terra nos dá”, defende.
De fato, “comer bem” é a percepção clara que temos, quando
passamos pelo novíssimo Cajuí, em São Paulo, cujo conceito e cardápio
saíram da cabeça da jovem Natalia.
Com poucos pratos, criados a partir de uma impecável construção
de sabor, ela passeia por ingredientes inusitados dos biomas brasileiros,
assim como pela raiz da nossa culinária, de Norte a Sul. Do bobó feito
com legumes ao baião de dois, cujo arroz com feijão parece ter sido feito
com toucinho e carne-seca.