Valor Econômico (2020-03-26)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 14 da edição"26/03/2020 1a CAD A" ---- Impressapor vdsilvaàs 25/03/2020@20:52:


A14|Valor|Quinta-feira, 26demarçode 2020


Política


IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


ExecutivoRonaldoCaiadoanuncia


rompimentocomBolsonaro


“Na política e


na vida, a


ignorância


não é virtude”


MaluDelgado


DeSãoPaulo


Aliado de Jair Bolsonaro desde


acampanha eleitoral de 2018, o


governadorde Goiás, Ronaldo


Caiado (DEM),declarou ontem o


rompimento político com opre-


sidenteda República.Em pro-


nunciamento e entrevistaàim-


prensafeitoemGoiásetransmiti-


do ao vivo pelasredes sociais,por


quase umahora, Caiado, que é


médico, foi extremamente duro


com Bolsonaro. Citandouma fra-


se atribuída ao ex-presidente dos


Estados Unidos Barack Obama,


deuumrecadoaochefedeEstado


brasileiro:“Napolíticaenavida,a


ignorâncianãoéumavirtude”.


Entretodoo timede 27 gover-


nadores, Caiado era um dos pou-


cos aliados e talvez o maisfiel a


Bolsonaro.Ex-senador,elepressio-


nouadireçãonacionaldoDEMpa-


ra que opartido integrasse oficial-


menteo governo Bolsonaro. Foi


derrotado, e o DEM optou por dar


apoiode maneira independente


ao governo federal,apesar de três


ministros do timede Bolsonaro,


incluindo o da Saúde, Luiz Henri-


queMandetta,seremdopartido.


“Declaro ao povo de Goiás,


com o juramento de médico que


sou,equenãoabromãodele,que


as decisões do presidente da Re-


pública, no quediz respeito a


áreadesaúde eaocoronavírus,


não alcançam o Estado de Goiás.”


OEstado,enfatizouogovernador


numvídeo que postou nasredes


sociaishorasapósaentrevista,se-


guirá em quarentena pelomenos


até 4de abril, cabendo exclusiva-


menteaogovernodeGoiástomar


qualquerdecisão sobreeventuais


medidasdeflexibilização.


“Como médico e governador


do Estado, não possoadmitir e


nemconcordarcomum presi-


dente que vem apúblico, sem ter


consideração comseus aliados,


semterrespeitocomseusaliados.


Fuialiado de primeira hora.Fui


aliado durante todootempo,


masnãopossoadmitirquevenha


Caiado: “Declaro, como juramento demédicoquesou,queasdecisões dopresidentedaRepública, noquedizrespeito aocoronavírus,nãoalcançamo EstadodeGoiás”


FÁBIO LIMA/O POPULAR/FOLHAPRESS

agora o presidente da República


lavar as mãos eresponsabilizar


outras pessoas por um colapso


econômico ou umafalência de


empregos que amanhã venha a


acontecer”, desabafouCaiado.


AconversacomBolsonaroago-


ra será apenas por “comunicados


oficiais”, e o diálogo com Brasília,


sinalizou,seráfeitocominterme-


diação do Congresso edoSupre-


moTribunal Federal.Éaesses Po-


deres que recorrerá,disse, para


mantersuasdecisões.


Ogovernadorclassificouasde-


clarações de Bolsonaro de irres-


ponsáveis, não condizentes com


opapel de um líderouumesta-


dista. Enfatizouque seguiráos


protocolos da OMS (Organização


Mundialde Saúde) e do corpo


técnicodoMinistériodaSaúde.


Ancorado em sua formação pro-


fissional, disseque o isolamentoé a


única maneira eficaz de frear o pro-


cessodedisseminação,comojáse


observounaChina,ItáliaeFrança.As


medidas de restrição adotadas em


Goiás até agora, assegurou, estão,


sim, mantendo acurva de dissemi-


naçãodo vírus dentro de um limite


estável,condizentecom acapacida-


dedeatendimentodoSUS,oqueéo


grandedesafioparaasautoridades.


Ele elogiouos empresáriosde


Goiás eos agradeceupela compre-


ensão,aproveitando paracriticar


os representantesdo setorque são


“vorazespelo lucro e pelo dinhei-


ro”. Para Caiado,afa la “irresponsá-


vel” de Bolsonarocriauma espécie


de “ninho da serpente”para trans-


ferir responsabilidades pela colap-


so da economiano futuro aos go-


vernos locais. “É motivode criar


umasituaçãocomo se amanhão


desempregofosseresponsabilida-


de das pessoasque estãocontendo


ofluxo, amovimentação?Ama-


nhã, sim, eu terei quedana arreca-


daçãodomeuICMS.Eaíé‘entãore-


solvalá, porqueisso é situação de


cada um’. É correto? Isso é postura


deumgovernante?”,desabafou.


A criseeconômicaampliadae


o desempregoserãoinevitáveis,


reconheceu.“Entãopor que res-


ponsabilizaros outros,dar uma


dePôncioPilatoselavarasmãos?


Eu sou o governadorde Goiás.


Sou eu que respondopor 7,2 mi-


lhõesdegoianos”,sentenciou.


Nasentrelinhas,rechaçou,ainda,


qualqueriniciativaparadecretação


de estadode sítio.“Não tem am-


bientepara que ninguémse colo-


queacimaderegrasdemocráticas”.


NumrecadoaBolsonaro, disseque


seriapossívelter“humildadedepo-


der reverposiçõese acolhero que a


ciênciae acomunidadeacadêmica


definemcomorecomendação”. O


governadortambémcriticouforte-


mentea propagandade Bolsonaro


em favor da hidroxicloroquina,di-


zendoque o uso do medicamento


já causouóbitose exigeestudose


responsabilidademédica.


Caiadodisseque sua postura


em relaçãoa Bolsonaroé indivi-


dual,e assegurouque ela não es-


táorquestradacomoutrospolíti-


cos ou com o DEM.Sobreama-


nutençãodo ministroMandetta


no cargo, disseque caberáa ele


tomarsuasdecisõespolíticas.


Logodepoisda entrevista, mi-


nistros palacianostelefonaram pa-


ra interlocutoresde Caiado para


tentarconvencê-loarecuar.Segun-


do fontesdo governo goiano, auxi-


liares de Bolsonaroacionaramo


ministroda Cidadania,OnyxLo-


renzoni,eoex-assessorBernardo


Lupion,que têm laçosestreitos


com ogovernador, paraque bus-


quem uma conciliação entreCaia-


doeBolsonaro.(ColaboraramAn-


dreaJubé,FabioMurakawaeMa-


theusSchuch,de Brasília)


Câmara e Dino questionam capacidade do presidente


MarinaFa lcão


DoRecife


Os governadoresdo Nordeste


decidiram manter as medidas de


restrição de circulação nosseus Es-


tados, contrariando orientação do


presidente Jair Bolsonaro de rela-


xar o confinamento da população.


As críticas maisduras ao discurso


do presidente partiramdos gover-


nadoresdePernambuco,PauloCâ-


mara(PSB),e do Maranhão, Flávio


Dino(PCdoB),quequestionarama


capacidadedeBolsonaroconduzir


opaísdiantedapandemia.


Câmaraafirmouqueodiscurso


de Bolsonaro“la mentavelmente


comprova que oBrasil está sem


comandonum dos momentos


maisdesafiadores de sua histó-


ria”, em texto publicado no Face-


book.Já Dino disse que o pronun-


ciamento mostrouque “há pou-


cas esperanças de que Bolsonaro


possa exercer comresponsabili-


dadee eficiência a Presidência da


República”, disse. “Os danossão


imprevisíveisegravíssimos”.


Apósumaconferênciavirtual


ontem, os governadoresdo Nor-


destedivulgaramuma cartaem


que se dizem“frustradoscom o


posicionamento agressivo da


Presidência da República, que


deveriaexerceroseu papelde li-


derançae coalizãoem nomedo


Brasil”.Nodocumento,elesreite-


raramquevãocontinuaradotan-


do medidasbaseadas no que


afirmaa ciênciaseguindoorien-


taçãodeprofissionaisdesaúde.


Os governadores disseram


aindaque é omomentode se es-


quecerdiferenças políticas e par-


tidárias.“Acirramentossó farão


prejudicaragestãodacrise”.


O grupo cobrou ações urgentes


dogovernofederalparaatenderos


trabalhadores informais eautôno-


mos.Emvídeodivulgadonasredes


sociais,ogovernador do Mara-


nhãodefendeu que ogoverno crie


umprogramaderendamínima.


Camilo Santana (PT), governa-


dor do Ceará, disse que vai conti-


nuartrabalhando fortementeas


açõesque visamevitar o avanço do


coronavírus no Estado. “Todasas


medidas adotadaspor nós sãore-


comendadas pelos profissionais


de saúde,pela própria Organiza-


ção Mundial da Saúde (OMS),e


têm sido a melhor forma de en-


frentamento ao coronavírus no


mundo”,afirmou,peloFacebook.


Wellington Dias(PT),gover-


nador do Piauí,também men-


cionou a confiançana ciência.


“Nósvamosseguircomoa ciên-


cia nos comprova.OPiauí man-


tem todasas medidasde preven-


ção à covid19”, disse,em vídeo.


NaBahia,ogovernadorRuiCos-


ta (PT) reafirmouocompromisso


“de não baixar a guarda”e“cuidar


da vidadas pessoas”. Ao mesmo


tempo, o petista, que comanda o


Consórcio Nordeste, mencionoua


necessidade de esquecer diferen-


çaspartidáriasedefendeuumaco-


operação nacional urgente para


protegerosempregos easobrevi-


vênciadosmaispobres.


FátimaBezerra(PT),governa-


dorado Rio Grande do Norte,


dissequeaprioridadeédefender


avidadaspessoas,nãoesquecen-


do da economia, em sua página


no Twitter. RenanFilho(MDB),


de Alagoas,disseque está traba-


lhando para“achatara curvade


contágio” docoronavírus.


Em cartadivulgada ontem,os


secretários de saúdedo Brasil afir-


maram que assistiram “estarreci-


dos” o pronunciamento presiden-


cial eque suafala dificulta o traba-


lho do ministroda Saúde, Henri-


queMandetta,edostécnicos.


“Já temosdificuldades demais


para enfrentar. Não podemos


permitiro dissensoe a dubieda-


dedeconduçãodoenfrentamen-


to àcovid-19.Assim,épreciso


que seja reparadooque nos pa-


rece ser um grave erro do presi-


dentedaRepública”, afirmaram.


AliadodeSCdiz estar ‘estarrecido’compronunciamento


MarcosdeMoura e Souza


DeBeloHorizonte


O governadorde SantaCatari-


na, CarlosMoisés(PSL),disseon-


tem ter ficadoestarrecido com o


pronunciamento do presidente


JairBolsonaronanoitedeontem,


no qual questionoua necessida-


de de fechamento das escolas co-


mo formade evitaroaumento


no número de contágiopelo co-


ronavíruseno qual também co-


brouofim das medidasde isola-


mentosocial adotadaspor go-


vernadoreseprefeitos.


“Estarrecido com pronuncia-


mento do presidente da República


na noite de ontem [terça-feira]em


relação às medidasde isolamento,


medidas responsáveisadotadas


por diversos governos dos Estados


e alguns governos municipais


também”,afirmouMoisésem um


vídeo publicado no início da tarde


emsuasredessociais.


Novídeo,Moisésanunciouum


decretonoqualdeterminaaqua-


rentenada população catarinen-


sepormaissetedias.


“A determinação do governoé


que continuemem casa,nós es-


tamosavaliandocadasetor[da


economia] para ver quandoessa


retomada se dará.Mas hojese


iniciaavigênciade um novode-


cretopor maissete dias de qua-


rentena”,afirmou.


“É importanteque nós mante-


nhamosfirmes no isolamento


socialporqueele já demonstrou


oresultadopositivoaquiemSan-


ta Catarina já tivemosa curvade


casossuspeitosdiminuída.”


O governadordo partido do


qual Bolsonaro se elegeuem


2018,masdo qual acabousedes-


filiandono ano passado, disse


que sabe na necessidade de


“equilibrar as medidasde reto-


madada atividade econômica


comas medidasde restriçãode


isolamento social”, mas insistiu,


contrariandoochamadode Bol-


sonaro, que a populaçãoevite


aindasairdecasa.


AGU questiona decisões do Supremo


Isadora Peron


e MurilloCamarotto


DeBrasília


O ministrodo Supremo Tribu-


nal Federal(STF),Alexandrede


Moraesatendeuao pedidode


maisdois Estados —Maranhãoe


Paraná—esuspendeuo paga-


mentoda dívida que eles têm


com a Uniãoparaque o dinhei-


ro possaser usado em ações de


combateàcovid-19eaos efeitos


da crise.Ao todo,quatroEstados


já conseguiramdecisõesfavorá-


veis nessesentido.Os primeiros


foramSão Paulo e Bahia.


A novadecisão surgiuno mo-


mentoem que o governoainda


tentareverteroentendimento


do ministroMarco AurélioMel-


lo,que definiu que União, Esta-


dos emunicípiostêm odireito


de editarnormas paracontera


pandemia.A Advocacia-Geralda


União (AGU)apresentouum re-


cursoquestionando a decisão.


Nos embargosde declaração,


a AGUpedeparao ministroes-


clarecer se a sua decisãoautoriza


os Estados emunicípiosaimpor


restrições à circulaçãode pes-


soas, benseserviços em contra-


riedade às “normas gerais” edi-


tadas pela União.


Em sua contano Twitter, oad-


vogado-geral da União, André


Luiz Mendonça, disseontemque


é precisodeixarclarose a deci-


são dá a Estados e Municípiosli-


berdade totalde açãoparao


combateà pandemia, incluindo


medidas em temasexternos à


área da saúde, comoo bloqueio


de portose aeroportos.


Segundoo ministro,épreciso


“garantir a manutençãodos ser-


viçosessenciais eoabastecimen-


to de insumos básicosà popula-


ção”.“Precisamos, neste mo-


mento, de colaboraçãomútua,


harmônicae recíprocaentreto-


dos”, argumentou


SegundoMarcoAurélioexpli-


cou aoValor, considerando o


princípioda razoabilidade, tudo


está direcionadoparaque o po-


der central normatize essas


questões,mas todosos entesfe-


derativospodemedevematuar,


desde que isso aconteça com


“entrosamentoe harmonia”.


Ele também afirmouque con-


flitos de competência,se surgi-


rem, deverãoser analisados“ca-


so a caso”. “Eu não possosolu-


cionar todosos problemasdo


Brasil, sou um pobremortal”,


brincou o ministro.


Em umaoutradecisãotoma-


da ontem,Marco Aurélionegou


um pedidopara suspenderduas


medidas provisórias editadas


pelo governo que tratam de


ações em relaçãoao avançoda


pandemia.


Segundoele, cabe ao Congres-


so analisar as MPs,deixando de


lado“acríticapelacrítica”.


Para o ministrodo Supremo


Tribunal Federal, as medidas


provisórias “hãodeser examina-


das a partirde cautelamaior,


abandonando-se ovezo da críti-


ca pelacrítica”eas alterações


adotadas pelogoverno “devem


ser mantidasem vigor,até ocri-


vo do CongressoNacional, sob


penade potencializar-sevisões


político-partidárias em detri-


mentodo interesse público”.


O despachodo ministrodeu-


se em uma açãoapresentada pe-


lo Rede,em que o partidoques-


tionou a validade da MP 926,


que tratado temadas compe-


tências federativas, e da MP 927,


que flexibilizouregrastrabalhis-


tas. O ponto maispolêmicodo


texto, que previa asuspensão


dos contratos de trabalhopor


até quatromeses,foi excluído


em menosde 24horas pelo pró-


prio presidenteJair Bolsonaro.


Witzelevitabaterdefrente e


abre‘divergência respeitosa’


CristianKlein


DoRio


Numtommuito maisameno


ao que vinhapautandosua rela-


ção com Jair Bolsonaro, o governa-


dor do Rio, WilsonWitzel (PSC),


aproveitou a teleconferênciaentre


o presidente e os governadoresdo


Sudeste, em que trataramda crise


do novocoronavírus,parapassar


opires e atuarcomorepresentan-


te do grupo de Estados maisendi-


vidadosda Federação. Sem bater


de frentecom Bolsonaro —desafe-


to com quemvinhatrocandope-


sadas acusaçõespúblicas há quase


um ano e se negava a recebê-loem


audiência —Witzel fez elogiosà


aberturado diálogoedefendeu


um “plano especial” paraatender


os interessesde Rio,Minas Gerais,


Rio Grande do Sul e Goiás,sendo


que osdois últimosEstadosestão


fora da regiãoalvo do encontro.


Ogovernador do Rio solicitou


“encarecidamente” aBolsonaroa


antecipação de recursosdo leilão


de concessão da Cedae (Compa-


nhia Estadual de Águas e Esgotos


doRio),valorporvoltadeR$10bi-


lhões. Presente à reunião,ominis-


tro da Economia, Paulo Guedes,


propôsoadiantamento de dois


terços, oferta comemorada de for-


maefusivaporWitzel.


O governador adotou uma pos-


tura amistosa, mas sem abrir mão


de sua posição, em relação àcon-


trovérsia em torno do combate à


covid-19.Menosde14horasantes,


em cadeia de rádio e TV, Bolsonaro


havia dobrado a aposta ao criticar


governadores epedir àpopulação


quesaiadoconfinamento.


Ex-juizfederal,Witzelrecorreuà


formalidadee à polidez. “Eu me


permito,senhorpresidente,data


máximavênia,comofazemosláno


tribunal,aabrirumadivergência


respeitosaa respeito do confina-


mento. Comomagistradoque fui,


tenho que seguir as orientações


dos peritosebalizar as minhas de-


cisõescomo tal. Se mudarem as


orientações, evidentemente que


mudarei as determinações a todos


os prefeitos eaos meussecretários.


Aquino Rio de Janeiro,nós conti-


nuaremosseguindo as orientações


da OrganizaçãoMundial da Saúde


edoMinistériodaSaúde”, disse.


Otom contrastoutanto com seu


históricodedesavençascomBolso-


naroquantoem relaçãoao clima


entreo governadorde São Paulo,


João Doria(PSDB), e o presidente,


queatacouotucanoduranteatele-


conferência. Também destoou


numdia em que até o governador


de Goiás, RonaldoCaiado(DEM),


aliado de primeira horade Bolso-


naro,rompeucomopresidente.


Além da antecipação de recur-


sos do leilão da Cedae, Witzel ape-


lou àajudado governo paraa


aprovação da PEC 187, que extin-


gue fundos públicos e destinare-


cursosparaosEstados,eàinclusão


das unidades da Federação mais


endividadas no chamado Plano


Mansueto,projeto de lei que visa


socorrerEstadosemunicípioscom


dificuldadesfiscais.


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