Valor Econômico (2020-03-26)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 18 da edição"26/03/2020 1a CAD A" ---- Impressapor rcalheiros às 25/03/2020@20:09:


A18| Valor|Quinta-feira, 26 de marçode 2020


Opinião


Fazernadaparacontrolarapandemialevariaacolapso


maisintenso.PorMarceloMuinhose EmersonMarçal


Dilemas econômicos e


sociais da pandemia


Um terremoto político


podeadvirde umamá


gestão da emergência


médica,envenenandoo


ambientepolítico de vez


A

economia brasileira


não só abandonará a


velocidade de cruzeiro


de2%aoanoqueseen-


contrava nos três últimostrimes-


tres, mas tambémcaminhará fa-


talmenteparauma recessãoem


2020 por consequênciada qua-


rentenaimpostapelaCovid-19.


A opção de quarentena total é vi-


tal paradiminuir o número de


óbitosda Covid-19, porémgera-


rá comoefeitocolateralumare-


cessãomundial,ebrasileira em


particular.


De maisa mais,a alternativa de


nadafazer para controlar a pande-


mialevariaaumcolapsoeconômi-


co aindamais intenso.Are cessão,


portanto, é inevitável. Nesseartigo


iremos propor umaavaliação ini-


cial dos danos econômicosde cur-


to prazo, entretanto qualquer esti-


maçãodosefeitospermanentesda


crise, neste momento, não passa


deespeculação.


Epidemiologistas argumen-


tam ser muitodifícil conteruma


epidemiasemexpressivaredu-


ção da interaçãosocialpor um


período que infelizmente pode


não ser curto. Ovírus se espalha


muito rápido, contaminando


um grandegrupode pessoase


exigetratamentopor um perío-


do não desprezível.Ao contrário


deuma“gripezinha”,cujossinto-
mas podemser amenizados,na

maioriados casoscom repousoe


antivirais, esta doençaexigetra-


tamento hospitalarintensivoem


um relevantenúmerode casos.


Destaforma, se todosforemcon-


taminadosrapidamente, osiste-


ma de saúde,etambémaecono-


mia, entrarãoem colapso. Por is-


to, destaca-sea importânciade


achatar acurva para ganhartem-


po evidas. Quantomaislentofor


o processode propagação do ví-


rus,maisvidasserãosalvas.


Alémdisso,há um trade-off


entreas medidasrestritivasne-


cessáriasparasalvarvidase aati-


vidade econômica. Assimsendo,


o efeitocolateralinevitável da re-


dução de interaçãoéuma reces-


são econômica. Ainteraçãoso-


cial é um insumovital da produ-


ção e do consumo em muitosse-


tores.Cinemas, restaurantes,o


setorde construção civil,vendas


automobilísticas, entre outros


exigem interaçãosocial.A restri-


ção do contatosocialtem efeitos


recessivosdiretos. Aopçãode


trabalhar em casa não é, nem de


perto, uma substitutaperfeitado


trabalho presencialeacarretará


grandeperdade produto para


todoomundo.


Aordemdegrandezadacriseé


enorme. Na maioriados países,


haveráumefeitodecontágiopor


contada quedada atividadeeco-


nômica global. Além disto o


componentedomésticonão po-


de ser desprezado. Este depende-


rá de comocadaum dos gover-


nosgerenciaráacrise.


Um estudofeito recentemente


peloCentrode Macroeconomia


Aplicada da FGV-EESPapresenta


três exercícios comparativos


usandocomopremissassitua-


ções recentesde quedaagudada


atividadenoBrasil.


Antesda criseera possívelvis-


lumbrarum crescimentode cer-


ca de 2% em 2020.Nas simula-


ções feitasno estudo,caso acrise


tenhaum efeitosimilaràgreve


doscaminhoneiros,épossíveles-


timarumcrescimentodezero do


PIB nesteano. Oefeitoseriade


quedade 2% em relaçãoao cená-


rio baseanterioràcrise. Este ce-


nárioestariaem linhacom odi-


vulgadorecentementepelomi-


nistériodaFazenda.


Tal cenário contudo parece


otimista. Além da ordem de


grandeza das repercussões do-


mésticas do desligamento da


economia, há o efeitoda crise in-


ternacional ocasionada pela


pandemia.Acriseglobalde


foi um eventodramáticoque po-


de ser similarà pandemia. Em


um cenáriointermediário, oes-


tudoestimaqualseriaoefeitoso-


bre o crescimento brasileiro, se


as crises forem similares em


magnitude (pandemia ecrise


dos bancosem 2008).Nestecaso,


aquedadoPIBficariaem2,5%.


A gravidadeda criseatualsu-


gere que talveztenhamosdeso-


marosdoisefeitos.Oestudoesti-


ma qualseriaoefeitosobreo


crescimentobrasileirose as cri-


ses fossemsimuladasconjunta-


mente:acrise bancáriade 2008


somada à grevedos caminhonei-


ros. Nessecenário maisdramáti-


co,oPIB cairia-4,4%.Há aindare-


percussões possíveisnos anosse-


guintes que oestudotambémes-


tima.Dadoograu de incerteza,


nos limitamosadiscutir2020.


Para ver melhor compreensão


dos 3cenários,olharNotaCe-


map40. (https://cemap.fgv.br/si-


tes/cemap.fgv.br/files/u4/Nota-


CEMAP40CoronaVirus.pdf


Aincertezaé: quandoeaque


custoa pandemiaserá controla-


da. Assimsendo, se a reduçãoda


interaçãosocialdurarapenasal-


gumassemanas, há expectativa


de umarecuperaçãoem V. Por-


tanto, supondoumaatuaçãode


políticas públicas eficientes, é


possível reduziroefeitoperma-


nentede quedade produtodevi-


do à quebrade firmas.De qual-


quermaneira,o socorroa pe-


quenase médiasempresas e de


entessubnacionais,por partedo


governofederal,exigirágrande


esforçofiscal.Muitossetoressai-


rão machucadosda crise,com


balanços sujos.O aumento da


dívidapúblicaserá inevitável, à


medidaque ogovernoterá de


absorvere ajudarnasuavização


dos custosao longodo tempo.


A próprialei do teto admite


sua suspensãoem caso de desas-


tres que são compatíveis como


proporcionado pela covid-19.


Sob qualquerperspectiva, tendo


em vista a solvência fiscalde mé-


dio e longoprazoda dívidapú-


blica,essa medidade flexibiliza-


ção do teto tem de ser vista como


temporária.


Espera-se que o gastoprivado


se recuperelentamentetambém,


dadoque o orçamento das famí-


liasseráafetadonegativamente.


Alémdisto, aengrenagemdo


créditonão voltaráàsua nor-


malidadede formarápida,as-


sim comoo investimentopriva-


do,quedificilmenteprosperará


no curtoprazoface as incerte-


zas.Adicionalmente,ocanalex-


terno,viaaumentodasexporta-


ções e redução das importa-


ções,por contada desvaloriza-


çãodataxadecâmbio,nãodeve


ajudar também. Ainda o au-


mentodo gastopúblicoou a re-


duçãode impostostêm efeitos


multiplicadores limitados na


atividade econômica,logoé di-


fícil traçarum cenárionoqual a


recuperaçãonãosejalenta.


Se a recuperação da economia


deve ser lenta,o ambientepolíti-


co tambémdevese deteriorar. A


criseeconômica,por si só,jáse-


ria suficientepara colocaraclas-


se políticaaindamaisna berlin-


da. Assimsendo,um terremoto


políticopodeadvirde umamá


gestão da emergênciamédica,


envenenandoo ambientepolíti-


co de vez. A avaliaçãopopular


do presidenteBolsonarojá co-


meçaaser afetadapela sua falta


de compreensãoinicialda gravi-


dadedo problemaeaprofunda-


ra quandoos efeitoseconômi-


cos do isolamento foremmais


visíveis.Dessaforma,um gover-


no centralimpopularcomrela-


ção ruimcom os demaispoderes


é umacombinaçãopolíticaex-


plosivacomváriosprecedentes


na históriabrasileira.


MarceloKfouryMuinhos e Emerson


FernandesMarçalsão professores e


coordenadores do Centro Macro Brasil e


do Cemaprespectivamente da FGV-EES


PIXABAY

Na crise, Bolsonaro é contra o


que seu próprio governo faz


O


presidenteJairBolsonarocoloca


milharesdevidasemriscoe


contraumapandemiadealto


poderdestrutivosecolocarem


práticaosesboçosde


pensamentosquedespejouemcadeia


nacionalderádioeTVnanoitede


anteontem.Comsuaignorânciasoberba,


Bolsonaropretendedesmobilizaras


quarentenasespalhadasportodoopaís,


conduzirtodososbrasileirosdevoltaao


trabalho,isolandodoconvíviosocialidosose


pessoascomdoençascrônicas.Éuma


guinadairresponsávelde180grausnalinha


deaçãodoministrodaSaúde,LuizMandetta,


quenãodeveseguiràfrentedoministériose


Bolsonaroexecutarsuasintenções.


Bolsonaroéanárquico,imprevisível,


temperamentaleindisciplinado—emresumo,


tudoqueoBrasilnãoprecisanestemomento


deumpresidente.Mandettasegueorientações


quearregimentamoconsensopossívelentreos


especialistassobrecomoenfrentarapandemia.


Bolsonaro,naspoucasvezesemqueabriua


bocaparacomentaroqueseuprópriogoverno


estavafazendocontraacovid-19foipara


desdenhá-la,criticarahisteriadaimprensae


minimizar“gripinha” —queatéontemmatou


57pessoasnoBrasil.Agora,inspiradopelo


tambémimprevidenteefalastrãopresidente


dosEUA,DonaldTrump,resolveuquetodoo


esforçoconstruídoparatentarevitarocaosem


umjádeficientesistemadesaúde,estáerradoe


precisaserreorientado.


Diantedeumaterrívelameaça,opresidente


precisasaberouvirasmelhoresopiniões


disponíveis,definirrumos,traçarmetas,


estabelecerprioridadeseempenhar-separa


alcançarosobjetivos.Oestilo“deixaqueeu


chuto” deBolsonaroéocontráriodisso.Desde


osprimeirossinaisdacovid-19,nãodeu


atençãoaoproblema,nemprocurouse


informareaprendersobreoassunto.Como


vírusentrenós,enciumou-sedotrabalhode


Mandetta,ediasdepois,disseparaespanto


geraldanaçãoquetodosestavamerrados—


inclusiveosgovernadoresdeSãoPauloeRio,


Estadosondeestãoamaioriadosinfectadose


ondeocorremomaiornúmerodemortes.


Alógicadeseusmovimentosémaluca.


Bolsonarofizeraduasreuniõescom


governadoresparaampliarrecursosparaos


Estadosenfrentaremedistenderoclimatenso


quecrioucomamaioriadeles.Umdiaapós


dialogarcomosgovernadoresdoNortee


Nordeste,decideagredí-lose,na


teleconferênciaontemcomosgovernadoresdo


Sudeste,fezaquiloquemaisgostadefazer—


atacarinimigospolíticos.Dissequeo


governadorpaulistaJoãoDorianãotinha


“al tura” paraaspiraràPresidênciaem2022e,


depois,queasrestriçõesimpostasporalguns


governadoreseprefeitossão“crime”.


Nãosatisfeitocomcomprarumabriga


federal,devolveuacríticadopresidentedo


Senado, DaviAlcolumbre,sobreseu


pronunciamento,afirmandoqueosenador


“nuncafeznadapeloBrasil”.


Odestemperodopresidente,quejábrigou


comtodososPoderesdaRepúblicae


participoudemanifestaçõesderuacontra


eles,temcrescidoàmedidaquecomeçaa


derrocadadesuapopularidadeentreseu


próprioeleitorado.Suasironiassobrea


covid-19,quejámatoumaisde20,5mil


pessoasemtodoomundo,foramrecebidas


companelaçosdeindignaçãoemlocaisonde


obtevegrandevotaçãonaseleições.A


prioridadedeBolsonaro,porém,éaminoria


queodefende,encapsuladaháalgumtempo


em25%dosqueconsideramseugoverno


ótimooubom.Suaapostanoenfrentamento


atodocusto,mesmodiantedeumacrisede


grandesproporções,demonstraseudesejo


explícito—opoderpelopoder,quejulga


podermanterpelapolarização.


Bolsonaronãoéumestadistaenãodáa


mínimaseumacrisesanitáriaperigosafor


acompanhadadegravecriseinstitucional.As


consequênciasdapandemiaeosatosdos


governadoresqueconsiderarivaispodemlhe


darpretextosparaumestadodesítioe


consequenterestriçãodasliberdades


democráticas.Opresidentenãotemeeste


desfecho,pareceatémesmobuscá-lo:não


dialoga,eatéofende,osdemaisPoderes.


Emseuscálculospodemestarmuitascoisas


—alémdodestinodeseugoverno.Um


impeachmentemmeioaocaossanitárioseria


improvável,comoaindaparecemacreditaras


liderançasdoCongresso.Osmilitaresque


lotamogovernobarrariamtentativasde


apeá-lodopodereatéoapoiariamemum


golpecontraasinstituições.Nenhumadas


hipótesespodeserevelarverdadeira.É


desastroso,dequalquerforma,quefalte


equilíbrio,espíritopúblicoeinteligênciaao


Executivoemummomentocomoesse.


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Cenáriocom efeitossimilares
à Grevedos Caminhoneiros

Cenário com efeitosequivalentesà crisede 2008

3

2

1

0













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