O Estado de São Paulo (2020-03-27)

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O ESTADO DE S. PAULO SEXTA-FEIRA, 27 DE MARÇO DE 2020 NotaseInformações A


O


presidente da República, Jair
Bolsonaro, escolheu isolar-se
dentro de seu próprio governo.
Multiplicam-se os relatos de
que Bolsonaro já não dá ouvi-
dos nem mesmo a alguns de

seus principais ministros, inclusive em ques-


tões de alta complexidade e que demandam o


parecer de especialistas. O desencontro entre


o discurso irresponsável do presidente em rela-


ção à epidemia de covid-19 e as recomendações


de cautela por parte do Ministério da Saúde foi


apenas o mais recente exemplo do distancia-


mento de Bolsonaro daqueles que trabalham


para auxiliá-lo neste momento dramático.


Em sua quarentena particular, optou delibe-


radamente por não mais levar em conta as opi-


niões daqueles cuja função é fornecer-lhe os


dados da realidade e apontar soluções com ba-


se neles. Tem preferido prestar atenção em


conselheiros que o atiçam contra tudo e to-


dos que são considerados obstáculos a seu


projeto de poder.


Assim, não foi acidental a participação do


vereador Carlos Bolsonaro, filho de Jair Bolso-


naro, em reuniões nas quais o presidente dis-


cutiu a epidemia de covid-19 com governado-
res de Estado. Sem qualquer expertise conhe-
cida na área de epidemiologia ou na de admi-
nistração de crises, Carlos Bolsonaro esteve
presente na condição de coordenador do cha-
mado “gabinete do ódio”, um
grupo informal que assessora o
presidente sobre estratégias
nas redes sociais.
Enquanto o País se une e se
mobiliza para encontrar manei-
ras de enfrentar e superar a epi-
demia, o presidente e seus fi-
lhos se empenham em criar con-
flitos, sempre com o objetivo de
auferir lucros eleitorais. Desde
que tomou posse, Bolsonaro já
se indispôs diversas vezes com
os demais Poderes e com a im-
prensa. O alvo atual são os go-
vernadores, a quem Bolsonaro criticou dura-
mente em cadeia nacional de rádio e TV de-
pois de se consultar com o “gabinete do ódio”,
atitude que estarreceu até mesmo alguns de
seus ministros e assessores.
Com isso, Bolsonaro transformou um gra-

víssimo problema econômico e de saúde públi-
ca – a epidemia de covid-19 – em palanque pró-
prio para demagogia. Ao se queixar do isola-
mento compulsório e dos efeitos econômicos
da quarentena imposta pelos governos esta-
duais e municipais, minimizando
a epidemia, Bolsonaro apresen-
ta-se como porta-voz de milhões
de brasileiros aflitos com sua
queda de renda e com a interrup-
ção de negócios – embora seu go-
verno tenha tomado até agora
poucas e tímidas medidas para
mitigar o desastre econômico.
Sem qualquer escrúpulo, ex-
plora essa angústia com objeti-
vos políticos, jogando a crise eco-
nômica na conta dos governado-
res – que apenas estão fazendo o
que precisa ser feito para poupar
vidas. E, no cúmulo da desfaçatez, ainda o faz
de maneira cínica: em postagem no Twitter,
acusou os governadores de “fazer demagogia
diante de uma população assustada” em vez de
“falar a verdade”. E continuou: “Aproveitar-se
do medo das pessoas para fazer politicagem

num momento como esse é coisa de covarde!”.
Nas redes sociais, os bolsonaristas, encabe-
çados por outros dois filhos do presidente,
Eduardo e Flávio Bolsonaro, trataram de espa-
lhar textos e vídeos – falsos ou fora de contex-
to – que embasam seus questionamentos acer-
ca das medidas restritivas dos governadores
contra a epidemia. O site do ex-astrólogo Ola-
vo de Carvalho, cujos seguidores formam o
“gabinete do ódio” no Palácio do Planalto, acu-
sou os governadores de, “na surdina”, se “alia-
rem à China contra Bolsonaro”. O próprio Ola-
vo de Carvalho chegou a postar um vídeo em
que diz que a epidemia de covid-19 “simples-
mente não existe”, sendo “a mais vasta mani-
pulação de opinião pública que já aconteceu
na história humana”.
É esse tipo de opinião que tem orientado o
presidente Bolsonaro em suas atitudes e pro-
nunciamentos nos últimos dias. Seus recuos
ou acenos ao diálogo são apenas táticos, para
manter a esperança de que a institucionalida-
de prevalecerá, enquanto o bolsonarismo tra-
balha febrilmente para miná-la. Cada vez mais
encerrado no “gabinete do ódio”, Bolsonaro
não tem outra coisa a oferecer ao Brasil.

C


rescimento zero,
a nova projeção
do Banco Cen-
tral (BC) para a
economia brasi-
leira, é uma esti-

mativa mais otimista que as de


várias instituições do mercado.


Os estragos causados pelo sur-


to de coronavírus deverão ser


bem maiores, segundo econo-


mistas de bancos, financeiras e


consultorias. A maior parte


dos cálculos aponta perdas de


produção na faixa de 1% a 2%,


mas há cenários piores. O Ban-


co Safra, por exemplo, reduziu


de -0,3% para -2,8% o resulta-


do previsto para 2020. Todos


os cálculos, no entanto, são es-


pecialmente inseguros. É di-


fícil dizer quando haverá condi-


ções para a normalização gra-


dual dos negócios e da vida co-


tidiana – condições seguras,


sem a precipitação defendida


por gente irresponsável.


A prioridade é proteger a vi-


da, como disseram os governa-


dores em carta ao presidente


Jair Bolsonaro, mas também é


preciso, como lembraram, dar


algum apoio econômico a em-


presas e famílias, especialmen-


te às mais pobres. Governos


de outros países têm avançado


nessa direção. A iniciativa


mais espetacular foi o pacote


americano de US$ 2 trilhões.


Bancos centrais também têm


atuado com vigor nas maiores


economias. No Brasil, o BC ela-


borou medidas com efeito po-


tencial de R$ 1,2 trilhão no


mercado de crédito, mas ainda


falta um engajamento maior


dos bancos privados.


Essas medidas foram lembra-


das pelo presidente do BC, Ro-


berto Campos Neto, quando


apresentou, ontem, o relatório
trimestral de inflação com as
novas projeções. O crescimen-
to estimado para o Produto In-
terno Bruto (PIB) é praticamen-
te o mesmo calculado no Minis-
tério da Economia, de 0,02%.
Em dezembro o BC apostava
numa expansão de 2,2%.
Na maior parte dos setores o
resultado será pior que em
2019, quando o PIB cresceu
apenas 1,1%, menor taxa em
três anos. As estimativas do BC
incluem um tombo nos dois pri-
meiros trimestres, com alguma
reação na segunda metade do
ano e resultado final nulo. As
projeções para os primeiros
três meses de 2020 já seriam

afetadas, segundo o relatório,
pelo desempenho abaixo do es-
perado no fim de 2019 e no co-
meço deste ano.
A agropecuária se manterá,
segundo os novos cálculos, co-
mo o setor mais saudável. Deve
crescer 2,9%, taxa maior que a
de 2019 (1,3%) e igual à projeta-
da em dezembro. A indústria
deve encolher 0,5%, tendo
avançado só 0,5% no ano ante-
rior. A queda será puxada pelo
setor de transformação (-1,3%),
com prejuízo para a estrutura
econômica e nova perda para o
emprego formal. Na média, os
serviços terão crescimento ze-
ro, com o comércio interno re-
cuando 0,7%. Com expansão
de 2,4%, os serviços de informa-
ção devem ser o segmento com
melhor desempenho.

Do lado da demanda, o con-
sumo das famílias deve aumen-
tar 0,8%, bem menos que no
ano anterior (1,8%). O consu-
mo do governo passará de
-0,4% em 2019 para 0,2%, con-
tribuindo para alguma sustenta-
ção da economia. O investimen-
to em máquinas, equipamen-
tos e construções deve dimi-
nuir 1,1%, comprometendo o vi-
gor da retomada nos próximos
anos. A exportação de bens e
serviços deve passar de uma
contração de 2,5% em 2019 pa-
ra crescimento de 0,9%. Com
avanço estimado em 0,6%, a im-
portação deve aumentar me-
nos que em 2019 (1,1%).
Apesar de algum crescimen-
to, a importação de bens e servi-
ços continuará muito modera-
da, segundo o BC, contribuin-
do para reduzir de 2,7% para
2,5% do PIB o déficit em transa-
ções correntes. Nos 12 meses
até janeiro, esse déficit chegou
a 2,91% do PIB, mesmo com
baixa atividade e consumo fra-
co. Se a projeção do BC estiver
correta, o governo poderá to-
car as medidas de recuperação
sem se preocupar muito com
as contas externas. Não repre-
sentarão risco próximo, apesar
de suas más condições.
O governo deve esforçar-se
para o Brasil fechar o ano com
números melhores que os pro-
jetados. Respeitados economis-
tas propõem ações excepcio-
nais, como aquelas iniciadas
em várias economias e defendi-
das pelo Fundo Monetário In-
ternacional. Não se salvará a
economia, contudo, afrouxan-
do a prevenção sanitária e ex-
pondo milhões à contaminação
e milhares à morte. Nenhum
governo tem esse direito.

N


o início de feve-
reiro, ainda não
havia nenhum
caso confirmado
de infecção pelo
novo coronaví-
rus no País e, de forma diligen-
te, o governo federal apresen-
tou ao Congresso um projeto
de lei dispondo sobre as “medi-
das para enfrentamento da
emergência de saúde pública
de importância internacional
decorrente do coronavírus”.
De forma igualmente diligente,
o Congresso aprovou poucos
dias depois a proposta. Sancio-
nada pelo presidente Jair Bol-
sonaro, a Lei 13.979/20 entrou
em vigor no dia 7 de fevereiro.
A lei prevê algumas medidas
drásticas que as autoridades
poderão adotar, de acordo
com suas competências, para
fazer face à pandemia. Entre
outras ações, o artigo 3.º elenca
o isolamento, a quarentena, a
realização compulsória de exa-
mes e a “restrição excepcional
e temporária, conforme reco-
mendação técnica e fundamen-
tada da Anvisa, por rodovias,
portos ou aeroportos de entra-
da e saída do País, e locomoção
interestadual e intermunici-
pal”. Esse último trecho foi in-
cluído pelo próprio presidente
da República, por meio da Me-
dida Provisória (MP) 926/20.
De forma prudente, a MP
926/20 estabeleceu que todas
as medidas previstas na lei “de-
verão resguardar o exercício e
o funcionamento de serviços
públicos e atividades essen-
ciais”. Não há como se comba-
ter a pandemia do novo corona-
vírus se os serviços públicos e
as atividades essenciais param
de funcionar. A MP 926/20 pre-

viu ainda que caberia ao presi-
dente da República determi-
nar, mediante decreto, quais
serviços públicos e atividades
são essenciais.
Em 20 de março, o presiden-
te Jair Bolsonaro assinou o De-
creto 10.282/20, regulamentan-
do a Lei 13.979/20. Segundo o
ato presidencial, “são serviços
públicos e atividades essen-
ciais aqueles indispensáveis
ao atendimento das necessida-
des inadiáveis da comunidade,
assim considerados aqueles
que, se não atendidos, colo-
cam em perigo a sobrevivên-
cia, a saúde ou a segurança da
população”. Entre outros, o
Decreto 10.282/20 lista os ser-

viços médicos e hospitalares,
a assistência social, as ativida-
des de segurança, os serviços
postais, o transporte de passa-
geiros por táxi ou aplicativo,
os serviços de telecomunica-
ção e internet, o serviço de
call center e a coleta e o trata-
mento de esgoto e lixo.
Na quarta-feira passada, o
presidente Jair Bolsonaro edi-
tou um novo ato (Decreto
10.292/20), incluindo como es-
senciais serviços e atividades
que não constavam do primei-
ro ato, tal como a fiscalização
do trabalho. Outras atividades
foram detalhadas com maior
precisão. Por exemplo, o pri-
meiro decreto referiu-se à “pro-
dução, distribuição e comercia-
lização de combustíveis e deri-
vados”. No novo ato, consta co-

mo atividades essenciais “pro-
dução de petróleo e produção,
distribuição e comercialização
de combustíveis, gás liquefeito
de petróleo e demais deriva-
dos de petróleo”.
Causou perplexidade, é de re-
conhecer, a inclusão de “ativi-
dades religiosas de qualquer na-
tureza” no elenco dos serviços
essenciais, tendo em vista os
riscos de aglomeração e conta-
to físico que esse tipo de even-
to costuma acarretar. No en-
tanto, o ato presidencial men-
ciona expressamente uma con-
dição para a realização das ati-
vidades religiosas: “Obedeci-
das as determinações do Minis-
tério da Saúde”.
É louvável o esforço do Esta-
do prevendo e especificando
as medidas necessárias para o
enfrentamento da pandemia
do novo coronavírus, tais co-
mo isolamento e quarentena.
Igualmente louvável é o esfor-
ço para que essas medidas não
afetem os serviços públicos e
as atividades essenciais, o que
poderia deixar a população em
situação ainda mais vulnerável.
É preciso enfrentar essa crise
com prudência, responsabilida-
de e um grande sentido práti-
co. Nesse sentido, é de funda-
mental importância que a po-
pulação receba, com clareza, as
devidas orientações sobre o
que deve ser feito e o que deve
ser evitado. Ruídos na comuni-
cação podem produzir ainda
mais danos num cenário já re-
pleto de incertezas e prejuízos.
Como lembra o primeiro arti-
go da Lei 13.979/20: “As medi-
das estabelecidas nesta lei obje-
tivam a proteção da coletivida-
de”. Tudo deve estar orientado
para atender a essa finalidade.

O isolamento de Bolsonaro


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

É louvável o esforço


para que não sejam


afetados os serviços e as


atividades essenciais


Notas & Informações


No zero, um enorme desafio


Cálculo do BC inclui


retração da indústria


e do investimento em


capacidade produtiva


Proteção das atividades essenciais


lPandemia


Chance de repensar o Brasil


O Brasil vai ficar parado por


tempo indefinido, oportunida-


de para pensar ordenadamente


e apresentar propostas realis-


tas que corrijam nossos erros


crônicos. Todos, sem exceção,


em todas as áreas, não só da


saúde, que no momento está


sendo pensada intensamente,


apresentando respostas e agin-


do, como deveria ser com tu-


do. Levantar as prioridades co-


nhecidas, ouvir os brasileiros,


com mediadores e coordenado-


res, mas sem os eternos pro-


prietários ou paizões, e termi-


nar esta quarentena com um


plano de ações realizável. Os


grandes jornais têm importân-


cia capital nesse processo, pois


podem imprimir em folha du-


pla números, gráficos e outros


dados que possam ser abertos


em casa, um ao lado do outro,


e sirvam como referência para


o pensar de todo brasileiro que


queira ajudar na criação de um


projeto de planos e metas, repi-


to, factíveis, para o País. O Bra-


sil que vivemos hoje é uma


pandemia de absurdos, erros e


malfeitos sem controle. Se qui-


sermos, daremos um fim nisso
e teremos futuro.
ARTURO CONDOMI ALCORTA
[email protected]
SÃO PAULO

Covid-19 e o futuro
Em todo lado o coronavírus
afeta as populações e causa
grandes estragos. Os sistemas
de saúde de grande parte dos
países estão mal preparados, e
isso não deve mudar no curto
prazo. As populações não fa-
ziam ideia de como reagir e até
que aprenderam rápido (desde
a China), mitigando o déficit
dos sistemas de saúde. Os para-
digmas político-econômicos
vigentes não darão conta dos
estragos em consequência des-
ta pandemia: o mundo vai mu-
dar. Diante do desconhecido
se revela o poder da ciência,
no se conhecer pela razão, e o
poder da fé, no apaziguar a
emoção. Como em toda crise,
há muito a aprender.
BRUNO HANNUD
[email protected]
SÃO PAULO

Gato escaldado...
Órgãos da administração dire-

ta, fundos especiais, autar-
quias, fundações e empresas
públicas, sociedades de econo-
mia mista e demais entidades
controladas direta ou indireta-
mente pela União, por Esta-
dos, Distrito Federal e municí-
pios precisam seguir a Lei
8.666 para realizar obras, servi-
ços, incluídos os de publicida-
de, compras, alienações, con-
cessões, permissões e locações
da administração pública. Na
atual situação de calamidade
pública, não necessariamente
precedidas de licitação. As nor-
mas gerais sobre licitações e
contratos administrativos não
estão valendo. Uma festa para
quem tem as chaves dos cofres
públicos no Brasil. Se em tem-
pos normais somos tungados...
JOSÉ CARLOS SARAIVA DA COSTA
[email protected]
BELO HORIZONTE

Desejos
Ou Bolsonaro renuncia ou so-
fre impeachment, desejo de Lul-
la. Já o cidadão ficaria satisfei-
to se calassem a boca. Ambos.
A. FERNANDES
[email protected]
SÃO PAULO

Pitacos descabidos
Lula e Dilma dão pitacos críti-
cos e sabem tudo. No entanto,
estiveram 14 anos no poder e
sob o seu olhar, no mínimo,
passivo ocorreu o estrago na
Petrobrás, que perdura até ho-
je, pois a estatal está em via de
ter de pagar US$ 2,5 bilhões
aos acionistas norte-america-
nos prejudicados. Isso deses-
truturou e contaminou o Bra-
sil, quase “venezuelamos”,
além de, em suas gestões, ter
sido perpetrado o maior esque-
ma de corrupção da face da
Terra. Se o Brasil fosse um
país sério, eles ficariam cala-
dos e teriam sido severamente
punidos, em vez de flanarem
por aí cheios de regalias.
HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES
[email protected]
VILA VELHA (ES)

Agora é hora
Todos cobram a recuperação
dos recursos desviados no
mensalão, no petrolão e em
outras ações criminosas perpe-
tradas nos 14 anos dos gover-
nos petistas. Segundo algumas
estimativas, passam de R$ 500
bilhões, mas até agora, pouco

mais de R$ 2 bilhões voltaram
aos cofres da União. E o resto?
Essa é a pergunta que está na
cabeça do povo brasileiro há
muito tempo. Por que os de-
mais recursos ainda não foram
recuperados? Se o volume é
tão gigantesco, e muita gente
já foi presa, onde está o dinhei-
ro desviado? Com esse volume
de recursos daria para alavan-
car a economia pós-coronaví-
rus, financiando e subsidiando
pequenas e médias empresas
que certamente estarão quebra-
das após esta tormenta que
abalou o mundo. Torcemos
para que o ministro Sergio Mo-
ro, a Polícia Federal, a Lava Ja-
to e, principalmente, o Supre-
mo Tribunal Federal unam es-
forços para buscar essa dinhei-
rama toda, decerto escondida
em paraísos fiscais e em nome
de terceiros. Não será difícil
essa investigação se “alguns”
não atrapalharem ou criarem
dificuldades para isso.
ELIAS SKAF
[email protected]
SÃO PAULO

A Justiça não vai parar
A Associação Paulista dos Ma-

gistrados (Apamagis), a despei-
to do editorial A pandemia e a
lentidão da Justiça (25/3, A3) a
demonstrar a posição do jor-
nal, esclarece que, entre os Po-
deres, o Judiciário é o mais
bem avaliado. Nossa produtivi-
dade, aliás, vem batendo recor-
des atrás de recordes nos últi-
mos anos. É leviano afirmar
que o Judiciário não estava pre-
parado para uma pandemia de
vírus desconhecido que se es-
palhou rapidamente pelo mun-
do. Ora, ninguém estava: nem
Executivo, nem Legislativo,
nem iniciativa privada. Se o
Judiciário adotou normas di-
versas ao longo destes dias,
assim como o próprio Executi-
vo, isso se dá ante a evolução
dos fatos e descobertas. E, a
despeito da situação crítica,
todos os magistrados estão tra-
balhando, assim como os servi-
dores, e mantendo a prestação
de serviço à população. O Judi-
ciário paulista pôs seus quase
50 mil servidores e magistra-
dos em trabalho remoto, a de-
monstrar prontidão.
BETH MUNHOZ, assessora de comunicação
[email protected]
SÃO PAULO

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