O Estado de São Paulo (2020-03-28)

(Antfer) #1

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O ESTADO DE S. PAULO SÁBADO, 28 DE MARÇO DE 2020 Economia B3


Contrato suspenso


terá porcentual de


seguro-desemprego


Nos casos de redução de jornada e salário, a equipe está fazendo


ajustes na proposta e pode elevar o limite máximo do corte a 70%


BRASÍLIA


A concessão de um auxílio emer-


gencial de R$ 600 a trabalhado-


res informais será votada na se-


gunda-feira pelo Senado Fede-


ral, informou o presidente da


Casa, Davi Alcolumbre (DEM-


AP), em sua conta no Twitter.


A votação é o passo que falta


para que o projeto possa ser san-


cionado pelo presidente Jair Bol-


sonaro e comece a valer. Só en-


tão é que o dinheiro começará a


ser liberado às famílias brasilei-


ras. O benefício será repassado


por três meses e será pago em


dobro para mulheres chefes de


família. “Diante da importância


do repasse de R$ 600 a R$ 1.200,


por três meses, aos trabalhado-


res autônomos, o Senado cum-


prirá o seu papel em nome do


povo brasileiro e votará o proje-


to na segunda-feira”, disse Alco-


lumbre.


A criação do benefício foi


aprovada ontem pela Câmara.


Além do auxílio emergencial,


também será paga uma antecipa-


ção de R$ 600 a pessoas com de-


ficiência que ainda aguardam na


fila de espera do INSS para a con-


cessão do Benefício de Presta-


ção Continuada (BPC).


O valor é o dobro do que havia


sido avalizado pela equipe eco-


nômica em meio às negociações


com os deputados nos últimos


dias (R$ 300). Inicialmente, o go-


verno havia proposto um benefí-


cio de R$ 200 mensais. O relator


do projeto, deputado Marcelo


Aro (PP-MG), decidiu subir o va-


lor a R$ 500, mas na quinta-feira


o presidente Jair Bolsonaro deu


aval para subir para R$ 600.


Os valores serão pagos por


três meses, podendo ser prorro-


gados enquanto durar a calami-


dade pública causada pela pan-


demia do novo coronavírus.


A proposta foi aprovada sim-


bolicamente, sem a contagem
dos votos, mas de forma unâni-

me pela indicação dos partidos


durante sessão virtual. O presi-


dente da Câmara, Rodrigo Maia


(DEM-RJ), disse que o aumento


da ajuda para R$ 600 foi a de-


monstração de que o governo


tem de conversar com o Con-


gresso mesmo com “divergên-


cias”.


Gastos. Com um valor de R$


200, o governo estimava um gas-


to de R$ 15 bilhões no caso do


auxílio emergencial e de R$ 5 bi-


lhões para a antecipação do


BPC. Permanecendo o mesmo


alcance, as despesas passariam a


R$ 45 bilhões e R$ 15 bilhões, res-


pectivamente. Porém, a diferen-


ciação para mulheres chefes de


família pode ampliar o impacto.


Para ter direito ao auxílio


emergencial, a renda por pessoa


tem de ser de até R$ 552,50. O


auxílio emergencial será opera-


cionalizado pelos bancos públi-


cos (veja requisitos abaixo).


BPC. A elevação do valor dos


benefícios não é o único ponto


do qual o governo discorda no


projeto. O relator restabeleceu


o acesso ao BPC às famílias com


renda de até R$ 261,25 por pes-


soa (um quarto do salário míni-


mo) em 2020, mas previu nova


elevação desse limite a R$


522,50 por pessoa (meio salário


mínimo) a partir de 2021.


O governo é contra essa mu-


dança no critério do BPC, que


traria um gasto adicional de R$


20,5 bilhões no ano que vem. A


despesa permaneceria nos anos


seguintes. Um custo desse por-


te pode inviabilizar o teto de gas-


tos, mecanismo que limita o


avanço das despesas à inflação.


O Congresso já havia tentado


implementar esse limite mais
amplo – que na prática aumenta

o número de famílias beneficia-


das – ao derrubar um veto do


presidente Jair Bolsonaro. Co-


mo a mudança valeria para este


ano, o Tribunal de Contas da


União (TCU) condicionou a efi-


cácia da medida a compensa-


ções, como cortes de outras des-


pesas. Essa ação da corte de con-


tas deflagrou a nova negociação


do projeto no Congresso. / I.T.


Idiana Tomazelli / BRASÍLIA


Após a polêmica em torno da


proposta de suspensão de


contratos de trabalho duran-


te a crise do novo coronaví-


rus, o governo decidiu assegu-


rar 100% da parcela do segu-


ro-desemprego para os traba-


lhadores que forem afetados


por essa interrupção, segun-


do apurou o ‘Estadão/Broad-


cast’. As empresas poderão


oferecer vantagens adicio-


nais na negociação com o em-


pregado.


A suspensão dos contratos –


que pode chegar a dois meses,


mas o prazo máximo ainda não


foi fechado – deve ser permitida


às pequenas empresas e às com-


panhias que tiverem de suspen-


der atividades por conta de de-


cretos de quarentena. Os deta-


lhes ainda estão sendo fecha-


dos pelos técnicos da área eco-


nômica. O valor cheio do segu-


ro-desemprego hoje vai de R$


1.045 até R$ 1.813,03.


Para calcular o valor do segu-


ro-desemprego, é considerada


a média de salários dos últimos


três meses anteriores à suspen-


são. O benefício não pode ser


inferior ao salário mínimo.


A avaliação é de que as empre-


sas poderão se sentir incentiva-


das a oferecer vantagens adicio-


nais para que o trabalhador acei-


te a suspensão, uma vez que a


alternativa seria demiti-lo pa-


gando todas as verbas rescisó-


rias (o que pode ser difícil nu-


ma situação de restrição de cai-


xa).


Nos casos de redução de jor-


nada e salário, a equipe está fa-


zendo ajustes na proposta e po-


de elevar o limite máximo do


corte a 70%. Antes, estava sen-


do cogitada uma redução máxi-


ma de 65%. Segundo uma fonte
que participa das negociações,

trata-se de um “ajuste fino” no


desenho da medida.


O governo vai bancar uma


compensação através do segu-


ro-desemprego.


As empresas ainda poderão


adotar reduções menos drásti-


cas de jornada e salário, de 25%


e 50%, de acordo com sua situa-


ção e necessidade. O governo


ainda avalia prever uma quanti-


dade máxima de funcionários


que a empresa poderá colocar


na maior faixa de redução de sa-


lário e jornada.


Compensação. A compensa-


ção a ser paga pelo governo a


esses trabalhadores será no


mesmo porcentual que a redu-


ção de jornada e salário. Se um


trabalhador tiver redução de
50%, o governo pagará o equiva-

lente a 50% da parcela do segu-


ro-desemprego a que o empre-


gado teria direito em caso de de-


missão.


Nenhum trabalhador recebe-


rá menos que o salário mínimo


(R$ 1.045) na soma das duas par-


celas, a da empresa e a do gover-


no.


O repasse de parte do seguro-


desemprego será feito a todos


os trabalhadores que tiverem re-


dução de jornada, independen-


temente de sua renda. Na práti-


ca, porém, o desenho da medi-


da foi feito para que os trabalha-


dores com menores salários te-


nham uma perda proporcional-


mente menor em seu poder


aquisitivo.


Por exemplo, um trabalhador


que hoje ganha R$ 2 mil teria


direito a uma parcela de R$


1.479,89 no seguro-desempre-


go se fosse dispensado. Em ca-


so de redução de 50% na jorna-


da e no salário, ele manteria me-


tade da remuneração (R$ 1 mil)


mais metade da parcela do segu-


ro (R$ 739,95). Ou seja, esse tra-


balhador receberá R$ 1.739,95,


o equivalente a 87% do seu salá-


rio regular.


Já um trabalhador que ganha


R$ 3 mil teria direito a uma par-


cela de R$ 1.813,03 no seguro-de-


semprego em caso de demis-


são. Se ele sofrer redução de


50% na jornada e no salário, ele


receberia R$ 1,5 mil da empresa


e metade do seguro-desempre-


go (R$ 906,52), somando R$


2.406,52 (80,2% do salário).


O empregado que recebe


R$ 7 mil mensais também te-


ria direito à parcela máxima


do seguro-desemprego em ca-


so de dispensa. No caso de re-


dução de jornada e salário em


50%, ele receberia R$ 3,5 mil


do empregador e metade do


seguro-desemprego (R$


906,52), totalizando R$


4.406,52, o equivalente a


62,96% do salário regular.


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MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO -8/6/2016

lValor cheio


Ipea quer reajustar o Bolsa Família em 29%. Pág. B4}


l Requisitos exigidos



  • Ser maior de 18 anos;

  • Não ter emprego formal;

  • Não receber outro benefício pre-


videnciário ou assistencial (apo-


sentadoria ou pensão, por exem-


plo), nem ser beneficiário do se-


guro-desemprego ou de progra-


ma de transferência de renda;



  • A exceção é o Bolsa Família.


Quem está no programa pode


receber o auxílio emergencial


também, limitado a duas pes-


soas na família;



  • Renda mensal por pessoa tem


de ser de até meio salário míni-


mos (R$ 522,50) ou a renda fami-


liar mensal total não pode ser


superior a três salários mínimos



  • Exercer atividade na condição
    de Microempreendedor Indivi-


dual (MEI) ou ser contribuinte


individual do Regime Geral de


Previdência Social do INSS;



  • Ser trabalhador informal, de


qualquer natureza, inscrito no


Cadastro Único para Programas


Sociais do governo federal até 20


de março de 2020


l Duração do benefício


Os valores serão pagos durante


três meses, podendo ser prorro-


gados enquanto durar a calami-


dade pública devido à pandemia


de covid-19


Votação é passo que


falta para que projeto


seja sancionado pelo


presidente Bolsonaro


e entre em vigor


Senado vota socorro de R$ 600 a informais na 2ª-feira


Renda. Trabalhador que tiver contrato suspenso com a quarentena terá compensação


R$ 1.813,03


é o valor máximo pago hoje para


os trabalhadores que recebem o


seguro-desemprego; este valor


será a base para a compensação


que será paga aos empregados


que tiverem os contratos de tra-


balho suspensos

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