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O ESTADO DE S. PAULO SÁBADO, 28 DE MARÇO DE 2020 Especial H3
PARA
CRIANÇAS
CURIOSAS
Recreação*
Maria Fernanda Rodrigues
Como você vê o mundo? Qual é
o seu jeito de observar e perce-
ber as coisas? Essas duas per-
guntas foram feitas pelo Estadi-
nho aos seus leitores mirins na
edição do dia 20 de abril de
- A reportagem de capa do
suplemento infantil do Estado
trazia, naquele dia, dicas sobre
como se tornar um explorador.
A ideia era que as crianças se-
parassem um tempo para perce-
ber o mundo de um jeito dife-
rente. Olhar as paisagens, ouvir
as pessoas, ver as cores, achar
objetos perdidos que contas-
sem histórias, dizia o texto. Ex-
plorar o mundo por conta pró-
pria e guardar tudo o que achas-
se de especial. Poderia se um bi-
lhete, um amigo, um momento.
A sugestão da reportagem foi
para que as crianças guardassem
aquele suplemento pela vida to-
da porque quando viramos adul-
tos temos mania de esquecer as
coisas – inclusive de olhar para o
mundo com curiosidade. “Adul-
to acha que já viu tudo, que conhe-
ce tudo”, dizia o texto. E criança
vê tudo como se fosse a primeira
vez, questiona, duvida e tem cora-
gem de explorar o mundo.
A realidade neste momento é
muito diferente daquela de 7
anos atrás, quando qualquer coi-
sa servia como ponto de partida
para uma investigação – o cami-
nho para a escola, o pátio do co-
légio, a casa, o quarteirão, o bair-
ro. Agora, isolados para evitar o
aumento de casos de coronaví-
rus, temos a casa. E quanta coisa
dentro dela para ser observada!
O kit básico do explorador é
fácil de ser montado: mochila
(hoje, apenas para ajudar a mon-
tar o personagem e a manter o
espaço organizado), lápis e ca-
derninho de anotação, pinça,
lápis de cor, luva, lupa, saco
plástico, fita adesiva, recipiente
transparente, estojo, envelope,
gravador e máquina fotográfica
(o telefone celular pode substi-
tuir esses dois últimos itens).
Em momento de isolamento,
um binóculo é bem-vindo.
Uma das formas de explorar
um ambiente é colecionar coi-
sas que encontramos pelo cami-
nho, depois classificar, catalo-
gar, reunir em grupos e fichar.
No fim, essas coisas todas jun-
tas formam o nosso modo de ver
o mundo, uma espécie de mu-
seu móvel. Para quem não sabe
o que procurar, algumas dicas:
comece pelas coisas redondas e
continue por coisas que refle-
tem a luz, coisas pegajosas, inse-
tos mortos, coisas absurdas, re-
cortes, tocos de lápis, objetos
que lembram um rosto. As op-
ções são quase infinitas.
Outra dica: sentar num am-
biente e anotar as coisas que está
vendo e que nunca tinha repara-
do que estavam lá. A terceira di-
ca sugeria que a criança fosse a
um lugar público, como uma pra-
ça, e por 15 minutos observasse o
movimento e anotasse o que via.
Uma janela, hoje, faz as vezes. O
movimento da rua é pequeno,
mas até isso serve como tema de
estudo, investigação, compara-
ção e conversa. A quarta dica é
fotografar objetos que não da-
mos importância, como uma tor-
neira ou o trinco da porta.
A lista segue. Feche os olhos e
escute os barulhos. Como eles
são? Descreva. Quantas vezes
eles se repetem? Faça uma lista
de todos os pensamentos estra-
nhos que tiver. Peça para alguém
colocar itens variados num saco
escuro. Com o tato, tente adivi-
nhar. Procure coisas com quali-
dades mágicas e invente poderes
para elas. Busque lugares inusita-
dos que possam ser bons escon-
derijos. Fotografe e descreva.
Crie histórias com objetos inani-
mados e tente imaginar o que
eles fazem quando você vira as
costas. Anote também. Conheça
melhor a sua família. Converse,
procure descobrir fatos da vida
dos pais, dos avós. E, para isso, a
reportagem traz o depoimento
das próprias autoras, Aryane Car-
raro e Natália Mazzoni, sobre co-
mo ser um bom perguntador.
Uma última dica para os no-
vos exploradores em quarente-
na é investigar o próprio mun-
do interior. Como é viver esse
momento em que o mundo está
tentando combater um inimigo
invisível? O que você está sen-
tindo? O que mudou na sua vida
e como imagina que será o mun-
do quando tudo voltar ao nor-
mal? Escreva, desenhe. Regis-
tre tudo. Comece um diário.
COMO SER UM
EXPLORADOR
Como higienizar
os brinquedos para
evitar doenças
VEJA COMO FAZER
Pilar,
mitos e
viagem
Baseado em
série de livros
de Flávia Lins e
Silva, ‘Diário de
Pilar’ é sobre
uma garota
que encontra
respostas às
suas dúvidas
nos mitos
Tudo
sobre
tudo
Doki e seus
amigos viajam
em expedições
para descobrir
segredos, curio-
sidades e misté-
rios da nature-
za e das mais
diferentes cul-
turas em ‘Doki’
Por que
o gato
mia?
Em ‘O Show da
Luna’, a menina
segue o método
científico: formu-
la questões,
levanta hipóte-
ses e realiza
experimentos
ao lado de Júpi-
ter e Claudio
Pelos
ares do
mundo
‘Super Wings’
tem como pro-
tagonista Jet,
um avião-herói
que entrega
encomendas
no mundo todo
e conta coisas
sobre esses
lugares
DISCOVERY KIDS
A reportagem do Estadinho, vol-
tada para crianças grandes, indi-
cava um filme para os leitores:
Tão Forte e Tão Perto. Triste, ele
conta a história de Oskar, que
costumava fazer expedições pe-
la cidade com o pai – ele criava
pistas e o garoto tentava desven-
dar. Mas o pai morre e um dia
Oskar encontra uma chave que
ele acredita ser um recado, e sai
em busca de respostas.
Pensando nas crianças meno-
res – que podem, sim, começar
a brincar de ser explorador, mas
que não vão aproveitar ainda to-
das as dicas acima –, seleciona-
mos alguns desenhos exibidos
na televisão e disponíveis em
streaming. Charlie, O Entrevista-
dor de Coisas, no Discovery
Kids, que reproduz um progra-
ma de entrevistas onde os convi-
dados são ovos, guarda-chuvas
e por aí vai, e Diário de Pilar, na
Net Geo Kids, são as novidades
mais recentes. Conheça a se-
guir outros desenhos. / M.F.R.
NET GEO KIDS DISCOVERY KIDS
DISCOVERY KIDS
Sem sair de casa e com um kit fácil de montar, é possível observar e investigar de tudo um pouco
Descoberta. A casa pode ser o ponto de partida para desenvolver a habilidade de observação das crianças e mantê-las entretidas em tempos de isolamento
FOTOS ACERVO ESTADÃO
Resgate.
‘Estadinho’
preparou um
manual para
pequenos
exploradores
l Com a recomendação da Orga-
nização Mundial da Saúde para
que a população permaneça em
casa pelos próximos dias por
causa da pandemia do novo co-
ronavírus, é comum que alguns
pais recorram aos brinquedos
para entreter as crianças duran-
te essa nova rotina.
No entanto, após a diversão, é
necessário ter atenção quanto à
limpeza dos objetos, evitando a
transmissão de doenças causa-
das por fungos, bactérias, vírus
ou parasitas, por causa da baixa
resistência do sistema imunoló-
gico dos pequenos que ainda
está em desenvolvimento.
Alimentos ajudam a fortalecer
o sistema imunológico.
Resíduos contaminantes têm
variações de tempo de vida em
determinadas superfícies. De-
pendendo do material utilizado
para a fabricação de bolas, bone-
cas, jogos de montar e outros, é
preciso utilizar produtos específi-
cos.
Alguns podem ser higieniza-
dos somente com água e sabão.
Outros devem ser limpos com
álcool 70% e até mesmo passar
por secagem, como o caso de
pelúcias e aqueles feitos de pa-
no. / CAMILA TUCHLINSKI
Para garantir a saúde dos peque-
nos, fique atento às dicas de higie-
nização para cada material. As
informações foram encaminhadas
pela Sunny Brinquedos. Confira:
Brinquedos de borracha ou
plástico
São os mais fáceis de se higienizar.
Faça a limpeza com água e sabão e
finalize com um pano com álcool
para secar. Para os que são usados
na hora do banho, procure retirar
toda a água do interior do brinquedo.
Brinquedos de metal
Use um pano umedecido com álcool
70%. Uma opção caso o brinquedo
não seja de ferro, é usar uma espon-
ja não abrasiva com um pouco de
detergente ou sabão neutro e água.
Brinquedos de tecido ou pelúcia
A maioria dos bonecos de pelúcia,
algodão, nylon e outros materiais
podem ser lavados na máquina,
com o mesmo sabão usado na lava-
gem das roupas. É fundamental que
os brinquedos estejam 100% secos
antes de serem guardados.
Brinquedos de madeira
Por absorver água, podendo ficar
com manchas futuras, o recomen-
dado é que sejam limpos com espa-
nador, pano seco ou umedecido.