comem, puxam a pele, puxam a carne, puxam os intestinos e devoram-nos, o alferes,
sem se despir, para mim, na sua roupa civil
- Vai comer-me senhora?
e não se atrevia a aproximar-se, receoso, ele que no bar, apesar de mal vestido, me
pareceu um homem a sério, sozinho no balcão com uma garrafa e um copo mas
bebendo pela garrafa e limpando o queixo a seguir com as costas da mão, ele a fitar-me
de esguelha - Você
não, ele - Permite-me que lhe pague um licor?
mais próprio para senhora, mais doce, mais fraco, ele não - Tu
ele educado, ele - Gostava de estar consigo
ele - Gostava de conversar
ele o convite para a pensão - Estamos mais à vontade
ele - Ninguém nos interrompe não é?
sempre a olhar em torno com medo de emboscadas, ataques, um canhão sem recuo,
um fio de tropeçar, ele - Madame
ele sempre - Madame
e eu, é lógico, com vontade de rir, eu com tanta vontade de rir, de troçar daquele
triste, de fazer pouco dele e no entanto acompanhei-o à pensão, e no entanto ajudei-o
quando tropeçou num calhau, e no entanto disse - Querido
e no entanto disse - Amor
e no entanto, nem acredito nisto, pela primeira vez eu que me vejo à brocha por ser
pobre, tive ganas de não aceitar o dinheiro.