com o porco já na adega, de cabeça baixa, a medir-nos enquanto o meu filho vestia
o avental de borracha, calçava as botas de borracha, procurava o prego onde se
penduravam as luvas e apesar de tanta pedra à minha volta, subindo, descendo,
afastando-se de nós, aproximando-se de novo, apesar do meu cansaço, apesar do meu
medo, a voz do general no cais de embarque para a gente os dois, não para a tropa lá
em baixo
- Sinto nos vossos semblantes
o médico no táxi conosco guardando a caneta com que desenhava o contorno das
manchas no bolso da bata - Há quantos anos estão juntos?
e a minha palma no joelho do - Dá-me licença que a acompanhe?
o meu queixo no seu ombro, os meus olhos fechados, a farda do - Dá-me licença que a acompanhe?
que cheirava a suor, a terra, a pólvora, a mato contra a minha camisa de dormir de
rendas e os dedos dos meus pés subitamente grandes, o meu corpo que ele fechava com
o seu, um sapato de lado no soalho, uma almofada a cair, a não cair, a cair, uma boca a
pesar sobre a minha e apesar das dores, apesar da fraqueza, apesar das hesitações do
meu peito, apesar da minha anca, eu para o médico na minha voz de dantes - Talvez não acredite mas começamos mesmo agora doutor.