Aero Magazine - Edição 310 (2020-03)

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MAGAZINE 310 | (^33)
a um jato bimotor no quesito
custo operacional e de manuten-
ção, além de oferecer muito mais
espaço interno.
DISTÂNCIAS
As distâncias voadas em cada
trecho também podem influen-
ciar diretamente nos custos, neste
caso no custo operacional. Nas
pernas mais curtas, os turbo-héli-
ces têm um custo por hora voada
imbatível, enquanto o jato tende
a apresentar um custo por hora
maior, o que o coloca em clara
desvantagem. Se suas missões
cumprirão principalmente via-
gens curtas, não há muita dúvida
em relação ao tipo de aeronave a
escolher.
CUSTOS OPERACIONAIS
Ainda assim, dependendo da
situação, vale considerar uma
variável na equação. Ao pen-
sarmos na aviação de negócios
(excetuando-se os táxis-aéreos,
cuja lógica é mais complexa),
estamos falando de aeronaves
que vão suprir as necessidades de
uma empresa e, em muitos casos,
também de seus controladores.
Como exemplo, considere uma
aeronave que voe semanalmente
uma rota de 600 quilômetros,
cumprindo os compromissos de
seu proprietário. Imagine, agora,
que essa mesma aeronave, nos
fins de semana, voe mais 1.800
quilômetros para o lazer da fa-
mília. Nesse caso, a vantagem do
custo operacional relativo à hora
voada não tem o mesmo peso se
comparado àquele em que as via-
gens mais distantes são exceção.
Para dar uma noção mais
prática, nesta missão de 1.800
quilômetros um VLJ bimotor e
um turbo-hélice bimotor teriam
custos de operação similares e a
aeronave a jato chegaria ao destino
cerca de uma hora antes, por ser
de 30% a 40% mais rápida do que
turbo-hélices, e com um conforto
maior proporcionado por uma ca-
bine de passageiros mais silencio-
sa, voando em altitudes maiores
em busca de ar mais calmo. Além
disso, usando menos tempo de
voo, aumenta-se o intervalo de
algumas intervenções de manu-
tenção.
Mais uma vez, no caso da
comparação com um monotur-
boélice, que também são bastante
rápidos, a vantagem do custo volta
para a aeronave a hélice, o que
vai obrigar o futuro proprietário
a avaliar cada pró e contra de
maneira mais meticulosa.
Alguns outros aspectos, como
segurança de voo, seguros, custos
com pilotos, custos de aquisição
e hangaragem, possuem pouca
ou nenhuma diferença entre os
modelos e, embora sejam de alto
grau de importância operacional
no voo cotidiano, num processo
de escolha teriam baixo peso devi-
do ao alinhamento de custos e de
confiabilidade que essas aeronaves
apresentam.
PISTAS
O mesmo não acontece ao
analisarmos o quesito pistas.
Diante da necessidade de operar
em pistas sem preparo, como
terra, cascalho ou grama, temos
razão suficiente para optar por
um turbo-hélice. Com exceção
do novo Pilatus PC-24, jatos civis
não devem operar em superfí-
cies que não sejam de asfalto ou
concreto.
De novo, se a necessidade de
se ter um jato pesar na escolha,
mesmo que seus destinos tenham
Novo turbo-hélice
General Eletric
Catalyst, selecionado
para o projeto do
Cessna Denali e o
turbofan Pratt &
Whitney Canada
PW-600, que equipa
os Phenom 100 da
Embraer

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