Aero Magazine - Edição 310 (2020-03)

(Antfer) #1

MAGAZINE 310 | (^39)
BOMBARDIER AVIATION
FECHOU 2019 COM
BACKLOG DEUS$ 14,4 BI
E FATURAMENTO DE
US$ 7,5 BI. EM2020,
ESPERAENTREGAR
160 JATOS
processo de transformação da
Bombardier, lidando com ativos
de baixo desempenho, progra-
mas problemáticos e desafios a
cada novo balanço financeiro.
Também comandou o reposicio-
namento estratégico da empresa.
Ele entrega o cargo deixando nú-
meros promissores no segmento
de aviação, obtidos em 2019, com
uma carteira de pedidos (ba-
cklog) de 14,4 bilhões de dólares,
faturamento de 7,5 bilhões de
dólares (com lucro consolidado
de mais de 10%) e entrega de 142
aeronaves, sendo 54 modelos
Global, 74 Challenger e 12 Learjet
(além de 30 jatos comerciais).
Para 2020, há grande expectativa
de crescimento com a chegada ao
mercado do Global 7500, com o
qual a empresa espera totalizar
160 entregas. Hoje, a Bombardier
Aviation tem um total de 10 plan-
tas de produção e engenharia,
além de uma rede de mais de 100
filiais de suporte e manutenção
em todo o mundo, empregando
pelo menos 18 mil pessoas.
“A venda da Bombardier
Transportation [a divisão de
trens] para a Alstom reformulará
e fortalecerá significativamente
nossa estrutura de capital, com os
recursos direcionados à redução
da dívida. Possuímos a maior car-
teira de pedidos de aeronaves de
negócios e nosso portfólio diver-
sificado coloca a empresa em uma
posição única para se capitalizar
em um mercado em crescimento”,
disse a Bombardier a AERO. Pelo
memorando de entendimento
aprovado pelos acionistas de am-
bas as companhias, a consolidação
do negócio entre Bombardier e
Alstom, avaliado em 8,2 bilhões de
dólares, deve acontecer em 2021.
A Bombardier fechou 2019 com
uma dívida ativa de pouco mais de
9,3 bilhões de dólares, sendo quase
5,5 bilhões de um a cinco anos e
3,8 bilhões de mais de cinco anos.
CRONOLOGIA
O ano de 2019 e o início de 2020
representaram o período mais
agudo de transformações na
Bombardier, marcado pela venda
de muitos ativos, com contrapar-
tidas que podem chegar a sete
bilhões de dólares. Em fevereiro
de 2019, a empresa adquiriu do
grupo Triumph todos os ativos e
os setores de manufatura ligados
à fabricação das asas do Glo-
bal 7500 para acelerar o início
da produção do jato e garantir
longevidade do programa. Em
março, os canadenses conclu-
íram a venda de sua unidade
detreinamentoemaviaçãode
negóciosparaa CAE,uma tran-
sação de 532 milhões de dólares
líquidos. Logo depois, em maio,
a Bombardier concluiu a venda
do programa Q Series (Dash 8 e
Q400) para a de Havilland Air-
craft do Canadá (Viking Air/Lon-
gview Aviation Capital), por 285
milhões de dólares. Em junho,
firmou um contrato definitivo
com a japonesa Mitsubishi Heavy
Industries (MHI) para a venda
do programa de jatos regionais
CRJ por 550 milhões de dólares,
mais 200 milhões em passivos –
negócio que deverá estar fechado
em meados deste ano, mediante
aprovações regulatórias. Em ou-
tubro, o grupo negociou mais um
contrato definitivo a ser fechado
em 2020, desta vez com a Spirit
AeroSystems Holding, que vai
assumir as atividades de aeroes-
truturas da Bombardier em Bel-
fast (Reino Unido) e Casablanca
(Marrocos), e também as bases
de manutenção, reparo e revisão
em Dallas, nos Estados Unidos,
por 500 milhões de dólares mais a
transferência de 700 milhões em
passivos.
Logo no início de 2020, em feve-
reiro, a Bombardier concluiu a venda
de sua participação remanescente
no programa A220 (originalmente
CSeries), encerrando a parceria com
a Airbus e a Investissement Québec
e transferindo também ativos de
Mudança de
comando: sai
Alain Bellemare
(acima) e entra
Éric Martel

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