recuperar o fôlego e limpar a mente. Ao longo do tempo, aprendi que este é um
ótimo lugar para ordenar meus sentimentos. Mas se eu me aprofundar muito
neles, talvez fique com a mesma expressão com que você está agora.
— E qual seria?
— Preocupação — Rae respondeu. — Tem muita coisa acontecendo no
interior desses seus grandes olhos castanhos. Sou capaz de jurar que você está
tendo problemas com um menino.
Kelsey fez um gesto negativo com a cabeça.
— Sinto desapontá-la. E depois que você chega a certa idade, para de chamá-
los de "meninos", sabia?
— Como eu deveria falar? Problemas com um homem adulto?
Kelsey sorriu.
— Não sei. Problemas com um "rapaz"?
— Ótimo. Sua expressão revela que você está tendo problemas com um rapaz.
Fale.
— Falar o quê? — Kelsey arqueou uma sobrancelha. — Não há nada para
falar.
— Aquele médico. Você o tem visto ultimamente?
— Sim, Rae. Na realidade, nós nos vimos ontem à noite.
— Eu sabia!
— Sabia o quê? — Kelsey deu uma risada. — Peter está me ajudando no
artigo sobre Becca Eckersley. Ele tem boas fontes na cidade.
Rae olhou para Kelsey com um ar misterioso e um sorriso reprimido.
— O que significa isso?
— Você acha que sou apenas uma garota que chama homens de "meninos" e
acorda antes do amanhecer para assar bolinhos de aveia. Mas sou muito
intuitiva.
— Não duvido disso, Rae.
— Então, o que está acontecendo com vocês dois?
Kelsey arregalou os olhos.
— Não há nada acontecendo entre nós. Estamos invadindo prédios do
condado e procurando relatórios da autópsia, e não namorando. A propósito, isso
é segredo. A coisa da invasão. Não é para ser contada para ninguém.
— Mas você gosta dele?
— Eu o quê?
— Eu sabia.
— Sabia o quê?
— Nunca responda a uma pergunta de sim ou não com outra pergunta. É uma
confissão. Um sinal óbvio.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1