A garota do lago

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Estou trabalhando nisso. Confie em mim. O vídeo de uma câmera de
segurança mostra duas pessoas usando um cartão de acesso roubado para entrar
na sede do condado. O mesmo cartão foi usado para entrar numa sala e acessar
documentos confidenciais.
Desta vez, Kelsey sorriu.
— Confidenciais? O condado de Buchanan é responsável por algum programa
nuclear secreto?
— Que gracinha. Onde você estava duas noites atrás?
— Detetive, não venha até meu quarto para tentar me intimidar.
— Estou simplesmente fazendo uma pergunta.
— Que contém a implicação de que forcei a entrada nesse prédio a que você
se refere.
— Você fez isso?
— Se quiser me interrogar, então me prenda e faça isso na delegacia.
Por um instante, o detetive Madison pareceu refletir.
— Quando você retorna a Miami?
— Quando terminar meu artigo.
— Ah! — o detetive exclamou, rindo e fazendo um gesto negativo com a
cabeça. — Não acho que irá conseguir. Assim que eu tiver certeza de que é você
no vídeo, vou prendê-la. Se ainda estiver em Summit Lake. E também vou
prender quem estava com você. Entendeu?
— Para ser franca, não, porque não sei de que diabos você está falando.
— E reparei que parte de seu material de investigação está com o carimbo do
departamento de polícia de Summit Lake. Também roubou esse material?
Kelsey não respondeu.
— Não — o detetive afirmou. — Aposto que você não precisou. Stan
Ferguson deve ter lhe entregado os documentos, porque ele está sendo um pé no
saco desde que foi convidado a se afastar do caso. Vazar informações para a
imprensa sobre uma investigação em andamento é uma péssima ideia. —
Dirigiu-se à porta. — Boa noite, srta. Castle.
O detetive Madison fechou a porta. Kelsey correu até o olho mágico e o viu
percorrendo o corredor e entrando no elevador. Ela pegou o celular, ligou para
Penn Courtney e deixou uma mensagem no correio de voz pedindo para ele ligar.
Também enviou uma mensagem de texto para Penn com a mesma mensagem do
telefone fixo dele.
Kelsey vestiu uma jaqueta e saiu do quarto. Venceu apressada os cinco
quarteirões que a separavam do Café Millie, que sabia estar fechado havia um
bom tempo. Ergueu os olhos na direção do segundo andar. As luzes estavam
apagadas. Nos fundos do prédio, subiu a escada e bateu de leve na porta. Como

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