— Veja, detetive — Rae disse, exatamente quando ele apareceu vindo do
corredor dos fundos, onde ficavam os toaletes. Foi o suficiente para desviar a
atenção dele da frente do café, onde Kelsey estava. — Acho que sei de quem
você está falando. Uma garota de cabelos castanhos, muito bonita, com olhos cor
de caramelo? Trabalha para aquela revista?
— Sim, essa é ela. — Madison apoiou os cotovelos no balcão, ficando de
costas para a frente do café. — Você a viu por aqui?
— Sim. — Rae alisou os cabelos. — Essa moça apareceu aqui algumas vezes
para tomar um café.
— Esteve recentemente?
— Dois dias atrás. Deixe-me servir um café para você. É por conta da casa.
— Obrigado.
O detetive Madison pegou o celular do bolso interno do paletó e examinou os
e-mails. Ao vê-lo com os olhos fixos no celular, Rae fitou Kelsey e indicou o
andar superior com um gesto do polegar.
— Você conversou com a srta. Castle enquanto ela esteve aqui? — ele quis
saber.
Lentamente, Kelsey recuou, virou-se e se encaminhou para a porta da frente,
no exato instante em que um casal entrava no café. Do lado de fora, Kelsey
agora reparou no carro da polícia estadual sem identificação, estacionado na
esquina. Ela se dirigiu às pressas para a ruela atrás do café e virou exatamente
quando um policial estadual saiu da Maple Street e entrou na Tomahawk.
— Que diabos?! — Kelsey murmurou para si mesma. Olhou para a ruela e,
em seguida, para a escada que levava ao apartamento de Rae, e subiu a escada de
dois em dois degraus. Girou a maçaneta e entrou correndo no apartamento, no
segundo em que o policial virou e entrou na ruela.
Kelsey largou a bolsa na mesa da cozinha e desabou numa cadeira. Não podia
voltar ao hotel, seu carro alugado já devia ter sido apreendido, e ela tinha certeza
de que a casa de Peter estava repleta de policiais naquele momento.
Pegou o celular e ligou para ele. Então, desligou quando caiu no correio de
voz. Enviou uma mensagem de texto, dizendo que a polícia estava no hotel, que
Madison a procurava e que os detetives estaduais na certa o visitariam em breve.
Em seguida, tirou o MacBook da bolsa e começou a escrever. A polícia não
queria que a história de Becca Eckersley fosse contada; aquilo era mais do que
evidente. No mínimo, não queriam que uma jornalista a contasse.
Kelsey se imaginou ao telefone numa delegacia pedindo para Penn o dinheiro
da fiança que ele prometera não pagar. Ela não tinha certeza de que conseguiria
fazer isso fora de Summit Lake, mas, pelo tanto que sabia a respeito de Becca,
com certeza iria conseguir.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1