noite. Às dez da noite, mais ou menos, um vizinho notou que a porta do pátio
dos Eckersley estava aberta. Com a temperatura abaixo de zero, ele desconfiou
que algo estava errado; foi até a casa e encontrou Becca inconsciente no chão da
sala de estar. — O delegado deu outra tragada. — A garota morreu no Hospital
Summit Lake na manhã seguinte.
— O senhor foi até a casa naquela noite? — Kelsey quis saber.
O delegado assentiu.
— Pode descrever a cena, delegado?
— Provas de uma luta. Um luta feroz. Móveis quebrados, banquetas viradas e
assim por diante. O material de estudo de Becca estava espalhado pelo chão. A
louça, quebrada pela cozinha toda. Assim, concluímos que a maior parte da luta
aconteceu ali. No entanto, nenhuma prova de entrada forçada: nenhuma janela
quebrada, nem fechaduras arrombadas. As portas se achavam todas em bom
estado, e todas as janelas estavam fechadas.
— Então, ela abriu a porta para ele? — Kelsey perguntou.
— Ou ele tinha uma chave. Ou já estava na casa quando ela chegou. Algumas
possibilidades distintas.
— Qual o senhor leva em consideração?
— Duvido que ele tivesse uma chave. A família era responsável por todas
elas, tanto os pais quanto os filhos. Nenhuma duplicata. Nenhuma estava
escondida, nem os vizinhos possuíam alguma. Também duvido que o assassino
estivesse na casa antes de Becca chegar. Havia um sistema de segurança que
permanecia ligado quando os Eckersley se achavam fora da cidade. Consultamos
a empresa de segurança, que nos forneceu um relatório de todas as vezes em que
o código de segurança foi digitado. No dia em que Becca foi morta, o código foi
registrado às três da tarde, provavelmente, quando Becca chegou à cidade. Ela
desligou o sistema quando entrou na casa. Aí, meia hora depois, ao sair, Becca o
religou. Uma terceira e quarta vezes perto das sete da noite, quando ela voltou
para casa. Assim, parece que Becca o desligou quando chegou à residência e, em
seguida, ativou-o imediatamente sabendo que não tornaria a sair. Isso coincidiu
com o telefonema que ela deu para os pais mais ou menos nesse horário. Então,
de novo, o código foi digitado às oito da noite, mais ou menos.
— Quando ela abriu a porta para o assassino.
— Essa é a ideia, senhorita.
— Então era alguém que ela conhecia.
— É uma hipótese, sim. Minha, talvez. Mas não é a mais aceita.
— Não. Qual é a hipótese mais aceita?
— A bolsa da vítima sumiu. Assim, algumas pessoas aqui chegaram à
conclusão de que foi um arrombamento que acabou mal.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1