A garota do lago

(Carla ScalaEjcveS) #1

Ivy League. Você sabe, o status.
— Ah, sem essa! Desde quando você se preocupa com status?
— Cornell tem prestígio, Becca. Isso é tudo. Não pude rejeitar a oferta.
Becca tomou um gole de café.
— Bem, será triste vê-lo partir. Sempre gostei de passar o tempo com você.
— Você é uma das minhas alunas mais especiais. Que diferença faria se eu
ficasse ou não na George Washington? Quando você terminar a graduação no
fim do ano, na certa irá fazer a pós em outra universidade.
— Não sei. Eu me candidatei a uma vaga na George Washington. Ainda não
obtive resposta. Mas se for aceita, talvez fique por aqui.
— E se Cornell aceitá-la?
— Como soube que me candidatei a uma vaga em Cornell? — Becca virou a
cabeça para o lado.
— Você me contou. Dois meses atrás, quando nos encontramos no café. Além
de Cornell, Harvard e Pensilvânia. Assim, não fique tão indignada comigo por
estar indo para uma escola de elite quando você se candidatou a três da Ivy
League.
Becca sorriu. Não se lembrava daquela conversa, e tinha certeza de que só
seus pais e Gail sabiam de todas as faculdades em que ela se candidatara.
— Certo, vou lhe dar um desconto por se tornar um membro da Ivy League.
Então, qual é o lance? Quando você começa?
— Oficialmente no próximo ano. Mas encerro minhas atividades aqui depois
deste semestre. Terei um escritório em Cornell, onde irei preparar minhas aulas,
que começam no semestre do outono do próximo ano. Também preciso publicar.
Assim, ficarei trabalhando nisso a maior parte do semestre da primavera.
— Quer dizer que você tem um semestre para não fazer nada?
— Sem aulas e sem alunos. Muito trabalho de escritório e pesquisa.
A garçonete apareceu com os pratos deles e voltou a servir café.
— Becca, quero que me escute. — Thom pegou um pouco de linguiça e ovo
com o garfo. — Pensei no seguinte: como não serei mais funcionário da
universidade daqui a uma semana mais ou menos, talvez pudéssemos fazer uma
refeição sem nos preocuparmos em sermos vistos juntos.
Becca parou de cortar sua omelete e fixou o olhar no prato por um instante.
— Como assim? Estamos fazendo uma refeição neste momento.
— Sim, mas preocupados com o fato de que alguém possa nos ver, achando
que talvez estejamos fazendo algo errado. Seria bom se pudéssemos passar
algum tempo juntos sem esse medo pairando sobre nossas cabeças. Não?
Becca arregalou os olhos.
— Não. Sim, quer dizer... Seria divertido. Acho que sempre fico um pouco

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