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Kelsey Castle
Summit Lake
8 de março de 2012
Dia 4
FORAM NECESSÁRIAS ALGUMAS LIGAÇÕES, NA MANHÃ seguinte,
para descobrir o endereço e o número de telefone. A mulher só poderia recebê-la
à noitinha.
Kelsey caminhou do Winchester Hotel até achar a Hiawatha Avenue. Respirou
o ar revigorante da primavera ao rumar para a zona oeste da cidade, na direção
das montanhas. As casas ali eram de estilo colonial, mais antigas, com varandas
e gramados bem cuidados. Ela encontrou o número 632 pintado na caixa de
correio, subiu os degraus da frente da residência e tocou a campainha. Era seu
quarto dia em Summit Lake.
Pouco depois, uma mulher idosa veio atendê-la, e, com um sorriso receptivo,
cumprimentou:
— Olá!
— Olá. Livvy?
— Não, não. Livvy é minha filha — ela respondeu com um sotaque sulista
agradável, encoberto pelo peso da idade.
— Eu sou Kelsey Castle. Conversamos mais cedo pelo telefone.
— Ah, sim. Você é a escritora.
— Correto. Jornalista da revista Events.
— Vai descobrir o que aconteceu com Becca? — a mulher perguntou.
— Escreverei uma matéria sobre ela, sim. — Através da porta de tela, Kelsey
supôs que a senhora devia ter em torno de oitenta anos, talvez mais.
Os cabelos grisalhos dela tinham sido tratados recentemente, e Kelsey
suspeitou que a mãe de Livvy comparecia semanalmente ao salão de beleza
local. A pele dela era marcada por rugas profundas, mas seu sorriso era
luminoso, e seu olhar, aguçado.
— Sua filha está em casa?
— Ah, não... Livvy foi embora. Muitas pessoas fazendo muitas perguntas,