O Estado de São Paulo (2020-04-01)

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O ESTADO DE S. PAULO QUARTA-FEIRA, 1 DE ABRIL DE 2020 Metrópole A


Falecimentos


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O Instituto Nacional de Estu-


dos e Pesquisas Educacionais


Anísio Teixeira (Inep) divulgou


ontem os editais do Exame Na-


cional do Ensino Médio (E-


nem) deste ano, que terá edição


tanto impressa quanto digital.


Apesar da pandemia, não houve


mudança no cronograma geral.


Mas a prova digital poderá ter


até o dobro de inscritos em rela-


ção à previsão inicial


“Você que está aí, eu sei que o


coronavírus atrapalha um pou-


co, mas atrapalha todo mundo.


Como é uma competição, é jus-


to. Continue estudando, conti-


nue se preparando. E, se Deus


quiser, nos veremos no ano que


vem em uma universidade fede-


ral”, disse o ministro da Educa-


ção, Abraham Weintraub, em ví-


deo publicado nas redes so-


ciais, ao lado do presidente do


Instituto Nacional de Estudos e


Pesquisas Educacionais Anísio


Teixeira (Inep), Alexandre Lo-


pes. O Inep é o responsável pela


prova.


O período de inscrição será


de 11 a 22 de maio, com aplica-


ção das provas em 1.º e 8 de no-


vembro (impressa) e 11 e 18 de


outubro (digital). O participan-


te que optar por fazer o Enem


impresso não poderá se inscre-


ver na edição digital e, após con-


cluir o processo, não poderá al-


terar a opção.


A implementação do Enem


Digital terá início neste ano e,


de acordo com o Inep, será feita


de forma progressiva. Nesta fa-


se inicial, até 100 mil pessoas


poderão fazer a prova no novo


modelo. A previsão é a de que a


consolidação deste modelo seja


feita até o ano de 2026 – inicial-


mente se previa essa possibili-


dade para até 50 mil. A estrutu-


ra do exame será igual à da ver-


são impressa. Ele não estará dis-


ponível para treineiros e não te-


rá atendimento especializado.


Neste ano, será obrigatória a


inclusão de foto atual do partici-


pante no sistema de inscrição,


que deverá ser utilizada para


procedimento de identificação


no momento da prova. O valor


da taxa de inscrição permane-


ceu o mesmo da edição de 2019:


R$ 85, a ser pago até 28 de maio.


E se manterá o exame com qua-


tro provas objetivas e redação.


Renata Cafardo


A primeira pesquisa feita com


professores após o fechamento


das escolas no País mostra dife-


renças entre como os profissio-


nais de escolas públicas e parti-


culares estão enfrentando a si-


tuação de isolamento. Enquan-


to a maioria de quem dá aulas


em instituições privadas acredi-


ta que seu papel é interagir re-


motamente com seus alunos,


só uma minoria dos que atuam


nas estaduais e municipais pen-


sa da mesma forma. Em co-


mum, ambos se mostram mui-


to preocupados com a própria


saúde e pedem apoio psicológi-


co para lidar com a pandemia


do novo coronavírus.


Apesar da onda de atividades


online para alunos de elite nes-


sas primeiras semanas, o mes-


mo não tem acontecido nas re-


des públicas. A maioria das se-


cretarias de Educação apenas


suspendeu as aulas – algumas


decretaram férias – e ainda pre-


para programas para educação


a distância. As redes de São Pau-


lo e de Amazonas são algumas


das mais adiantadas.


A pesquisa foi realizada pelo


Instituto Península entre os


dias 23 e 27 de março, com 2,


mil professores do País. Entre


os docentes das redes munici-


pais, por exemplo, só 14% disse-


ram que receberam algum su-


porte para educação a distância


na sua escola ou rede onde tra-


balham. Entre os que estão em


escolas particulares, esse índi-


ce é de 65,3%.


Isso ajuda a explicar o fato de


que, quando perguntados qual


o seu papel nesse momento,


mais de 60% dos professores de


escolas públicas responderam


que era “se manter em casa cui-


dando de si e de seus familia-


res”. Os de instituições particu-


lares também veem importân-


cia nesse cuidado pessoal, mas


a maioria diz que deve “intera-


gir remotamente com seus alu-


nos”. “Existe a complexidade


de se lidar com um Estado ou


uma cidade inteira para ativida-


des online, são dimensões dife-


rentes, além da infraestrutura


da escola privada e nas casas


dos alunos, que também é mais


bem preparada”, diz a diretora


executiva do Instituto Penínsu-


la, Heloísa Morel. “Mas grande


parte das secretarias não sabe


nem como fazer e está corren-


do pra encontrar soluções.”


O Península e outras funda-


ções, como Lemann, Unibanco,


Natura e Todos pela Educação,


estão se organizando numa coa-


lizão para entregar um conteú-


do de educação a distância para


as redes de ensino público. Co-


mo o Estado informou, um dos


projetos é oferecer materiais


online pelo celular por meio de


acordos com operadoras. As en-


tidades estão fazendo uma cura-


doria dos conteúdos existentes


para apresentar às secretarias


de Educação.


“O risco é tremendo de au-


mentar a desigualdade na edu-


cação, então é preciso pelo me-


nos mitigar danos”, diz a direto-


ra do Centro de Excelência e


Inovação em Políticas Públicas


da FGV, Claudia Costin. Segun-


do ela, há redes que podem apro-


veitar o momento para atuar


com criatividade e usar todo ti-


po de comunicação com alu-


nos, como rádio e apostilas físi-


cas. Pesquisas indicam que, en-


tre os mais pobres, 30% não


têm sequer internet em casa.


Saúde mental. O estudo feito


pela Península mostra ainda co-


mo os professores já se mos-


tram abalados pelo atual mo-


mento: 91% se dizem preocupa-


dos com a própria saúde, apesar


de uma minoria informar que


faz parte dos grupos de risco pa-


ra o coronavírus. Eles também


já declaram um grande impacto


em sua saúde mental e, quando


são questionados sobre que ti-


po de apoio gostariam de rece-


ber, pedem “informação” e su-


porte “psicológico”.


A pesquisa “Sentimento e per-


cepção dos professores brasilei-


ros nos diferentes estágios do


Coronavírus no Brasil” vai con-


tinuar ouvindo docentes para


mostrar a reação dos profissio-


nais até o fim do isolamento. E


monitorar também a volta às au-


las. Estudos indicam que há au-


mento de evasão quando estu-


dantes ficam muito tempo fora


da escola.


PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


lO governo federal avalia editar


uma medida provisória para deso-


brigar as escolas a cumprirem


200 dias letivos em 2020. A medi-


da seria uma forma de amenizar


impactos pela pandemia do novo


coronavírus, permitindo contor-


nar determinações da Lei de Dire-


trizes e Bases (LDB), de 1996.


Segundo o Estado apurou, o


texto manteria a obrigação de


800 horas de aula no ano, mas


abre margem para que a carga


horária seja abatida em número


menor de dias. Ou seja, a ideia é


levar as unidades de ensino a


aumentarem as horas de aulas


diárias para vencer o calendário.


A medida valeria para ensino


fundamental e médio de escolas


privadas e públicas. A orientação


do Ministério da Saúde é que lo-


cais com transmissão comunitá-


ria da covid-19 antecipem férias


escolares ou usem ferramentas


de ensino a distância. As aulas já


estão suspensas em boa parte


das unidades de ensino. Procura-


do pela reportagem, o Ministério


da Educação informou que a dis-


cussão continua. / JUSSARA


SOARES e MATEUS VARGAS

Nair de Oliveira Pelin – Dia 29,


aos 91 anos. Era viúva de Frederico


Bernardino Pelin. Deixa parentes e


amigos. O enterro foi realizado no


Cemitério da Paz.


Eugenia Carrion Schiritz-


meyer – Aos 90 anos. Era viúva


de João Augusto Schiritzmeyer.


Deixa o filho Luiz, parentes e ami-


gos. A cerimônia de cremação foi


realizada no Cemitério e Cremató-


rio Primaveras.


Dionysia Pereira da Silva Mor-


celii – Aos 83 anos. Filha de Arnal-


do Pereira da Silva e Filomena Pe-


reira da Silva. Era viúva de Roberto


Antonio Morcelli. Deixa o filho Luiz


Roberto, parentes e amigos. O en-


terro foi realizado no Cemitério da


Paz.


Floriano Marciano de Santana



  • Dia 23, aos 80 anos. Filho de Ger-


mano Marciano de Jesus e Adelina


Maria de Jesus. Era casado com


Maria Feitosa Santana. Deixa os fi-


lhos Florisvaldo, Lucidalva e Silvio.


O enterro foi realizado no Cemitério


da Paz.


Lauro Bonilha de Toledo Filho



  • Dia 21, aos 78 anos. Filho de Lau-


ro Bonilha de Toledo e Maria de


Lourder Mendes de Toledo. Era ca-


sado com Marlene Aparecida Car-


valho de Toledo. Deixa as filhas


Carolina, Patricia, parentes e ami-


gos. O enterro foi realizado no Ce-


mitério Sagrado Coração de Je-


sus, Capão Bonito.


Sebastião Pereira – Dia 25, aos


65 anos. Deixa parentes e amigos.


O enterro foir realizado no Cemité-


rio do Araçá.


l Estrututa do exame


Período de inscrição será


de 11 a 22 de maio e a


taxa será a mesma do


ano passado; formato da


prova também será igual


l Contato


REPRODUÇÃO FACEBOOK

Grupos


antivacina


mudam foco


para covid


Perfis no Facebook divulgam informações


falsas sobre a doença e os tratamentos


Risco. Página no Facebook espalha teorias da conspiração


MP pode desobrigar


escolas de cumprir


os 200 dias letivos


“Você que está aí, eu sei que


o coronavírus atrapalha um


pouco, mas atrapalha todo


mundo. Como é uma


competição, é justo.”


Abraham Weintraub


MINISTRO DA EDUCAÇÃO

Enem é mantido, com


edição digital para


até 100 mil inscritos


ADRIANO MACHADO/REUTERS-12/3/

“Você tem de olhar para a


câmera do computador e


imaginar seu aluno ali. (...)


Está sendo incrível, mas


nada substitui o contato.”


Ana Paula Chinelato


PROFESSORA DO PORTO SEGURO

Escola. Aulas foram suspensas em grande parte do País para evitar deslocamentos de pessoas durante a pandemia


Pesquisa mostra


diferença no modo como


docentes enfrentam


isolamento social


imposto pela covid-


Professores da rede pública se


preocupam menos com aula online


Giovana Girardi


Dois grupos antivacina no Fa-


cebook mudaram o foco de


suas publicações para a epide-


mia do novo coronavírus e


têm divulgado informações


falsas sobre a doença e seus


tratamentos. É o que revela


uma análise produzida pela


União Pró-Vacina, um grupo


criado por pesquisadores do


Instituto de Estudos Avança-


dos (IEA) da USP de Ribeirão


Preto para combater a desin-


formação sobre vacinas.


Eles avaliaram 213 postagens


feitas entre 15 e 21 de março nos


dois maiores grupos públicos


brasileiros de conteúdo antiva-


cina no Facebook, “O Lado Obs-


curo das Vacinas” e “Vacinas: O


Maior Crime da História”, que


atuam há cinco e dois anos. “Os


métodos da desinformação


continuam os mesmos: distor-


cer conteúdo científico e jorna-


lístico, espalhar teorias da cons-


piração e até oferecer falsas cu-


ras usando produtos conheci-


damente tóxicos para a saúde


humana”, apontam os pesquisa-


dores.


“Entre as publicações, há insi-


nuações de que o vírus seria


uma ferramenta para instituir


uma nova ordem mundial ou


mesmo uma arma produzida


pela China. Outras afirmam


que a vacina da gripe seria a res-


ponsável pela disseminação da


covid-19 e a doença seria facil-


mente curada por meio da fre-


quência do cobre ou de zap-


pers, supostos antibióticos ele-


trônicos”, afirmam.


As páginas na rede social esta-


vam na mira dos pesquisadores


desde o fim do ano passado,


quando a União Pró-Vacina co-


meçou a funcionar. A equipe,


multidisciplinar, conta com vá-


rios especialistas de saúde e co-


municação.


“Já tentamos dialogar, traba-


lhamos sempre com linguagem


cordial, mas eles não aceitam.


Qualquer manifestação contrá-


ria é excluída”, disse ao Estado


João Henrique Rafael, analista


de comunicações do IEA e idea-


lizador do projeto.


Fluxo maior. Os dois grupos,


que em geral produzem 30 pu-


blicações por dia, aumentaram


o ritmo de postagens no perío-


do analisado – no dia 21, chega-


ram a 43. Durante a semana ana-


lisada, 65,3% dos posts (139) fo-


ram sobre coronavírus. O pe-


ríodo, dizem os pesquisadores,


coincide com o aumento de


buscas no Google de informa-


ções sobre a doença.


“A gente sempre monitora o


que eles estão falando, mas per-


cebemos que algo estava estra-


nho, que o tom tinha mudado.


Na semana em que todo mundo


estava buscando informações


sobre coronavírus, eles deram


uma guinada”, diz Rafael.


A equipe resolveu, então, ana-


lisar todas as postagens dos


dois grupos naquela semana.


“Virou um repositório de con-


teúdo problemático no meio da


pandemia”, afirma Rafael.


Segundo os pesquisadores,


78,4% das postagens “apresen-


tam sérios problemas, como a


disseminação de teorias da


conspiração, utilização de infor-


mações falsas e de afirmações


sem evidências, a distorção de


informações confiáveis, a suges-


tão de uso e até a comercializa-


ção de produtos e tratamentos


que não têm comprovação cien-


tífica ou aprovação da Agência


Nacional de Vigilância Sanitá-


ria (Anvisa)”.


Segundo a análise, a posta-


gem com maior envolvimento


(204 interações) abordou o uso


do chamado “MMS na cura da


covid-19”, ou solução mineral


milagrosa, na sigla em inglês.


“O produto é composto por


dióxido de cloro e é semelhante


à água sanitária usada como al-


vejante. Sua ingestão ou admi-


nistração pelo reto pode causar


lesões no intestino, vômito,


diarreia, desidratação, insufi-


ciência renal, anemia, entre ou-


tros problemas de saúde gra-


ves”, escreve o grupo. O Estado


não conseguiu contato com os


administradores das páginas ci-


tadas. Procurado pela reporta-


gem, o Facebook não se mani-


festou até as 19h30.

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