Era uma vez um girassol.
Muito amarelo, vivia só, entre várias outras flores. Eram aromas, cores e
texturas diferentes. O girassol sen a-se perdido em meio àquele jardim tão
variado. Apesar de ser a maior entre as flores, não gostava de ser como era.
Desejava parecer com as demais.
Triste por ter nascido girassol, não entendia porque não exalava um
perfume delicioso como as outras flores que dividiam a mesma terra fér l. Queria
ser apreciado pelos olhares que por ali passavam, pelas crianças que se abaixavam
para sen r o cheiro suave que vinha do canteiro.
A cada dia o pequeno girassol crescia e ficava mais triste. Não conseguia
compreender porque era o único com aquela aparência. Entre todos os
vermelhos, laranjas e brancos, a plan nha sen a-se isolada, sozinha no mundo.
- O que você tem? - perguntou a rosa - Por que está tão triste?
- Bem, eu nasci neste lugar, perto de vocês e, quando bro nhos, éramos
todos iguais. Com o passar do tempo, crescemos, e eu me tornei muito diferente
de todas vocês... - Mas você é um belo girassol! Por que quer tanto se parecer com outra
flor? - disse a orquídea. - Vocês têm perfume, são delicadas, macias. Todo mundo gosta de vocês.
- E você, amigo girassol, mesmo sem perfume é uma flor exuberante. É a
única entre nós que reserva tantas sementes consigo, por isso tem maior poder de
disseminar vida. Além disso, graças ao seu garboso porte - que faz com que você
se sobressaia dentre todas nós - as pessoas olham para nossa direção e, só assim,
abaixam-se para sen r nosso perfume. Se não fosse você, ninguém nos veria.