CHARLOTTE

(Casulo21 Produções) #1

enfermeira que lhe trouxesse outros bebês para amamentar. Ela não podia deixar
aquele precioso líquido empedrar porque sabia o quanto ainda seria necessário
para a filha. Não imaginava como a faria sugar, mas fazia questão de que fosse
alimentada com o leite materno. A jusficava dada por ela para tanta fartura era
a de que, com o estado de graça da gestação, o desejo intenso de dar um filho ao
seu homem, o leite simplesmente brotava. O homem, na verdade, era a fonte.
Nos outros quartos da maternidade, bebês famintos reclamavam da
escassez do leite de suas mães e foram levados até o quarto onde Charloe
connuava indiferente às flores, aos sons, à seiva oferecida.
Assim que a enfermeira saía, o insnto e o desespero levavam a mãe a
levantar a língua do minúsculo bebê para fazer entrar, com um conta-gotas, o leite
em seu organismo. Era preciso fortalecê-lo, mesmo sem saber a razão de tanta
fraqueza.
No relógio ao lado da cama o maior dos ponteiros já dera um pouco mais de
seis voltas desde o nascimento de Charloe. Era dia claro, céu de Éden, sol no céu.
A cidade acordava na hora de sempre para trabalhar. José, cidadão comum,
naquele dia não deveria respeitar a rona. Tinha se tornado pai. O caminho
costumeiro foi alterado por uma visita à maternidade para ver a mulher. Antes
passara no berçário. Não percebera nada de errado com a filha. Bebês são mesmo
todos iguais...
Encontrou Bernadete chorando, mas nem mesmo ela sabia descrever o
movo. Um misto de realização e vazio somado às estranhas impressões que não
foram levadas ao marido até o momento em que foi embora. Bernadete não
estava certa de seus medos.
Nada foi dito sobre a situação de sua filha. Quase nada se sabia sobre a
situação de sua filha. Ela nha sido levada do quarto para tomar glicose na
pediatria, mas logo estaria de volta. Contrariando a regra à qual os demais bebês

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